A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a situação atual do Covid-19 como uma pandemia, depois de multiplicar por 13 o número de casos fora da China e triplicar o número de países afetados.
No entanto, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, afirmou em uma entrevista coletiva que “é uma palavra que, se usada incorretamente, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou”. A agência insiste que é um apelo a que “os países tomem medidas urgentes e agressivas“, enfatizou.
A declaração de uma pandemia, segundo a OMS, refere-se à disseminação mundial de uma nova doença. Para chegar a essa situação, uma série de critérios deve ser atendida e a fase epidêmica deve ser superada.
Um surto é uma classificação usada em epidemiologia para se referir ao início repentino da doença devido à infecção em um local específico e em um horário específico.
O exemplo mais claro dessa situação é quando ocorre intoxicação alimentar, fazendo com que os casos apareçam por dois ou três dias. Outro exemplo são os surtos de meningite ou sarampo que podem durar de dois a três meses.
Por seu lado, é classificada como epidemia quando uma doença está se espalhando ativamente porque o surto está fora de controle e é mantido ao longo do tempo. Dessa forma, o número de casos em uma área geográfica específica aumenta.
Para que uma pandemia seja declarada, dois critérios devem ser atendidos: que o surto epidêmico afete mais de um continente e que os casos de cada país não sejam mais importados, mas causados pela transmissão comunitária.
“Embora os casos tenham sido importados e o foco epidêmico esteja localizado na China, a situação foi descrita como epidêmica, mas no momento em que salta para outros países e há infecções na comunidade em mais de um continente, torna-se uma pandemia”, explica Ángel Gil. Professor de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade Rey Juan Carlos.
“A responsabilidade não depende mais apenas da China, todos precisam estar envolvidos e todos os países precisam agir”
Ángel Gil, professor de medicina preventiva e saúde pública na Universidade Rey Juan Carlos.
Nesta situação, a OMS lembrou o que todos os países deveriam fazer.