Brás Cubas inicia a narrativa de suas memórias pelo momento em que ele morreu, e não pelo seu nascimento – uma primeira sugestão da inversão de valores que delineia o personagem. Depois de morto, ele resolve contar a história de sua vida, selecionando os acontecimentos que entende como mais relevantes.
Machado de Assis exige perspicácia de seu leitor e brinca com a língua portuguesa ao apresentar este insólito personagem. O autor defunto é aquele que faleceu deixando como legado toda a sua obra; o defunto autor torna-se, na brincadeira machadiana, escritor depois de morto.
Esta formulação, que ficou famosa graças ao romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, apresenta uma situação que é, na verdade, absurda: um autor-defunto é alguém que era autor em vida, ilustre ou não, e morreu. ... Já o defunto-autor é alguém que está morto e, depois de morto, se torna autor.
A narração é feita em primeira pessoa e postumamente, ou seja, o narrador se autointitula um defunto-autor – um morto que resolveu escrever suas memórias. ... Com esse procedimento, o narrador consegue ficar além de nosso julgamento terreno e, desse modo, pode contar as memórias da forma como melhor lhe convém.
Memórias Póstumas de Brás Cubas foi a obra que inaugurou o período realista da literatura brasileira. A estética realista-naturalista predominou na segunda metade do século XIX. Após a euforia romântica idealista do início, o século XIX retomava uma visão de mundo baseada na razão e na observação objetiva da natureza.
Segundo Bras Cubas, os benefícios que traria a invenção do emplasto para a humanidade seriam cura de doenças, fama e glória. O emplasto seria a invenção que impactaria diretamente a vida da humanidade, pois poderia curar todas doenças, inclusive algumas na época que era consideradas sem curas.
Brás Cubas começa as suas memórias a partir da morte, explicando um pouco como é ser um defunto autor. Pouco antes da sua morte, ele tem a ideia de criar um emplasto universal, com o fim de resolver todos os problemas da humanidade e eternizar o seu nome.
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maus-tratos em geral.
Desenvolvido e produzido no Brasil, no ano de 1881, Emplasto Brás Cubas é um potente phármakon indicado para o alívio da “nossa melancólica humanida- de”. Sua propriedade terapêutica envolve o livro e a droga, a escrita e seu duplo sentido (remédio/veneno) e sua eficácia.
A partir dessa situação, o pai de Brás Cubas não via outra saída para o filho, então mandou-o para a Europa com o objetivo de estudar leis, uma situação comum na alta sociedade carioca da época. Contrariado, Brás Cubas segue para a universidade em Coimbra, mas a viagem é triste, pois Marcela não foi despedir-se dele.
Cenário. Rio de Janeiro: Terra natal do protagonista. Coimbra: O protagonista é enviado a essa cidade de Portugal para se curar de uma desilusão amorosa e aí se gradua em Direito. Gamboa: Bairro da região central do Rio de Janeiro; lugar do encontro entre Brás Cubas e sua amante Virgília.
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional. ... QUINCAS BORBA – teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente.
Damião Lobo Neves – casado com Virgília, homem frio e calculista. Marido de Virgília, homem sério, integrado ao sistema, ambicioso, mas muito mais supersticioso, pois recusou nomeação pra presidente de uma província só porque a referida nomeação aconteceu num dia 13.
29 de setembro de 1908
29 de setembro de 1908
Machado de Assis (1839-1908) é considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, reconhecido mundialmente. Seus personagens ganham traços realistas e a narrativa psicológica ganha força, temperada com humor sofisticado e ironia. ...
Machado de Assis (1839-1908) foi um escritor brasileiro, um dos nomes mais importantes da literatura do século XIX.
Machado de Assis ingressou na vida pública em 1873, aos 33 anos de idade, por questões financeiras, e reconhece que seu papel de burocrata garantiria, até o fim de sua vida, o meio principal de sobrevivência. O escritor atuou como funcionário público, ocupando diversos cargos, por um período de 35 anos.
O primeiro romance de Machado, Ressurreição, saiu em 1872. No ano seguinte, o escritor foi nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, iniciando assim a carreira de burocrata que lhe seria até o fim o meio principal de sobrevivência.
Listamos as 10 principais obras dentre o grande conjunto publicado pelo autor, justamente por serem as mais cobradas nos vestibulares e no Enem.