Resposta. Corpo e alma: o dualismo platônico. Durante muito tempo os filósofos ocidentais explicaram o ser humano como composto de duas partes diferentes e separadas: o corpo (material) e a alma (espiritual e consciente). Chamamos de dualismo psicofísico essa dupla realidade da consciência separada do corpo.
John Searle nega o dualismo cartesiano, a ideia de que a mente é uma forma separada de substância do corpo, porque isso contraria toda a nossa compreensão da física, e ao contrário de Descartes, ele não traz Deus para o problema.
Descartes nos explica como já vimos, em les Principes, que corpo e alma, "pensamento e corpo extenso, são modos da substância".
Nesta ordem de ideias, Descartes admite a existência de três substâncias: 1- Res cogitans (espírito): substância pensante, imperfeita, finita e dependente. 2- Res divina (Deus): substância eterna, perfeita, infinita, que pensa e é independente.
Um dos principais defensores desta posição dentro da Filosofia da Mente foi o filósofo britânico Gilbert Ryle, do qual o clássico The Concept of Mind, publicado em 1949, desenvolveu um Behaviorismo apoiado em Ludwig Wittgenstein e influenciou o debate filosófico posterior durante décadas.
Nos tempos homéricos, o grego antigo não apresentava uma visão de corpo e mente bem definido. Isto ocorre somente quando surge uma forma de pensar própria da civilização grega, possibilitando a formação das bases do pensamento ocidental.
O corpo era visto como elemento de glorificação e de interesse do Estado. ... Para os gregos, cada idade tinha a sua própria beleza e o estético, o físico e o intelecto faziam parte de uma busca para a perfeição, sendo que o corpo belo era tão importante quanto uma mente brilhante.
Durante quase toda a Idade Média, o corpo foi visto pela Igreja como algo pecaminoso. Nessa postura de pensamento a igreja passou a emitir padrões durante o ato sexual, para que houvesse controle da população, e para que todos passassem a ter uma noção de pecado quanto ao ato sexual fosse praticado de forma desvairada.
Desde a Grécia Antiga, o corpo é encarado como um santuário. Os Jogos Olímpicos representavam essa visão, com toda a beleza de corpos atléticos e vigorosos. Ficava clara a concepção de que um corpo bonito e saudável era sinônimo de beleza e virilidade.
Na sociedade moderna, o corpo virou destaque, era objeto de uso, contemplação, personalização, exploração individual refletida nas telas de TV.
O pecado original é uma doutrina cristã que pretende explicar a origem da imperfeição humana, do sofrimento e da existência do mal através da queda do homem. ... Segundo Le Goff, o dogma do pecado original teria contribuído para aumentar o poder de controle da Igreja sobre a vida sexual, na Idade Média.
Além disso, durante o Renascimento, convencionou-se chamar a Idade Média de Idade das Trevas pelo fato de os renascentistas se colocarem como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvidos por gregos e romanos, fazendo renascer a cultura da Antiguidade.
- Você sabe quais sete pecados capitais? E as virtudes opostas?
A noção do corpo no mundo ocidental é concebida pelo cristianismo. O modelo cristão propõe um princípio dualista, pois ele representa, de um lado, a aproximação do divino e, por outro, a aproximação da matéria do pecado. A carne é pesada e o espírito, leve.
A concepção de corpo não se separa da corporeidade. A corporeidade é o estado ou qualidade de ser corpóreo, de ser material, seria toda e qualquer organização de ordem material e de ordem cultural. Todavia, corporeidade é o que constitui um corpo, realidade existencial e humana (SANTIN, 2008, p. 103).
Sabe-se que o cristianismo prega diversas atitudes, valores e condutas, que os indivíduos praticantes desta doutrina religiosa devem seguir, relacionados ao modo de falar, ao vestir e, também, a suas práticas corporais, por meio de atividades físicas.