Ao transformar a natureza por meio do trabalho, o homem produz subjetividade e objetividade próprias a ele. ... O sujeito ativo é um ser objetivo que possui subjetividade, denominadas por Marx, nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, de forças essenciais objetivas. No trabalho, então, o homem confirma seu ser e seu saber.
Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes.
Marx afirma que “o animal produz” (Marx, 1932/1968, p. 517) porque modifica a natureza. Isso significa que o animal atua no ambiente e estabelece uma relação com a natureza. Nessa relação, os primeiros modificam a última, dela se servem e servem a ela.
Para obter boas colheitas, criar animais ou outros recursos naturais o homem precisa contar com a regularidade de determinados ciclos naturais que nem sempre acontecem de forma previsível. Durante a Antigüidade, essa relação de dependência do homem com a natureza fundou muitas das crenças religiosas desse período.
Os Manuscritos Econômico-Filosóficos ou Manuscritos de Paris exprimem a essência do pensamento de Karl Marx por meio da exploração do homem pelo homem. A reprodução do capital é o fundamento principal na produção e o homem enquanto trabalhador a mercadoria básica para o funcionamento do processo produtivo.
Partindo disso, asseveramos que o trabalho é a proto-forma da existência humana pois é sua realização que diferencia o homem dos outros seres, porque consiste em ir além da competição biológica no ambiente. Assim, a interação homem-meio se dá via mediação do processo laborativo.
“O processo de trabalho, como o apresentamos em seus elementos simples e abstratos, é atividade orientada a um fim para produzir valores de uso, apropriação do natural para satisfazer a necessidades humanas [...].” (MARX,1985a, p.