Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida, a criança passa pelo estágio sensório-motor e projetivo. É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. ... Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.
Essa condição humana recebe o nome de afetividade e é crucial para o desenvolvimento. ... Grandes estudiosos, como Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934), já atribuíam importância à afetividade no processo evolutivo, mas foi o educador francês Henri Wallon (1879-1962) que se aprofundou na questão.
A teoria psicogenética de Wallon baseava-se na premissa de que a criança deveria ser entendida de uma forma holística, completa. A pessoa deveria ser compreendida em seus aspectos biológico, afetivo, social e intelectual. Por isso que essa teoria era comumente chamada de Teoria da Psicogênese da Pessoa Completa.
Henri Wallon (1879-1962), responsável por investigar a emoção geneticamente, diz que ela é a primeira manifestação de necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como social. Isto é, quando a pessoa nasce, ela é só emoção. ... A comunicação não é o único papel da emoção.
a ) Para Wallon, a inteligência é desenvolvida conforme a visão do lado interior, cheio de sentimentos e sonhos, e o exterior, repleto de códigos e símbolos. É por meio desses constantes conflitos das funções psicológicas - e na tentativa de resolvê-los - que a criança desenvolve sua inteligência.
As emoções afetam todas as aprendizagens, quanto mais envolvidas forem com elas, mais mobilizadas são as funções cognitivas da atenção, da percepção e da memória, e mais bem geridas e fortes serão as funções executivas de planificação, priorização, monitorização e verificação das respostas41.
E o que devemos entender por aprendizagem social e emocional? Estudiosos do tema a definem como o processo pelo qual os indivíduos reconhecem e administram emoções, conseguindo estabelecer relações saudáveis, comportar-se de forma ética e responsável, evitando, dessa forma, atitudes negativas.
As emoções trazem significados e conexões para nossa vida. Elas servem como uma forma de comunicação entre as pessoas. Há seis emoções básicas: as emoções agradáveis (amor e alegria) e as emoções desagradáveis (tristeza, raiva, medo e nojo). ... A raiva permite a proteção e defesa da família e de si mesmo.
A forma como somos estimulados, motivados a acreditar em nossas capacidades, nos impulsiona a aprender ou não. O clima emocional em que estamos inseridos e a qualidade das nossas relações são determinantes para enfrentar os desafios de cada etapa da aprendizagem.
A emoção dirige, conduz e guia a cognição, não se pode compreender a aprendizagem sem reconhecer o papel dela em tão importante função adaptativa humana. A interdependência da emoção e da cognição no cérebro é demonstrada pelas novas tecnologias de imagiologia do nosso órgão de aprendizagem e de interação social.
Quando desenvolvemos uma ansiedade patológica, por exemplo, nossa capacidade de atenção e concentração fica deficitária, com dificuldades para absorver novos conteúdos e informações, o que acaba provocando um fraco rendimento escolar.
É através das emoções que o aluno amadurece e aprende mais. Nessa lógica, quanto maior a motivação e o interesse, mais aprendizado. ... Por outro lado, as emoções podem interferir ou até mesmo impedir o desenvolvimento do aluno.
Uma pessoa que está emocionalmente desequilibrada apresenta alterações de humor constantes e perdem o controle mesmo diante de situações rotineiras. O desequilíbrio emocional é caracterizado pelas alterações de humor e facilidade em “sair do eixo” diante de acontecimentos negativos e imprevistos.
Como lidar com as emoções
Mas cuidado: um deles pode ser contraproducente.