O olhar inquieto, que não se fixa no interlocutor e faz movimentos rápidos e descoordenados, é uma particularidade dos esquizofrênicos.
Bleuler (1857-1939) criou o termo "esquizofrenia" (esquizo = divisão, phrenia = mente) que substituiu o termo demência precoce na literatura. Bleuler conceitualizou o termo para indicar a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados.
A esquizofrenia afeta cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de ser uma doença tratável, mais de 50% das pessoas com esquizofrenia não tem acesso ao tratamento adequado e 90% das pessoas portadoras da doença não tratadas vivem em países em desenvolvimento.
Só o componente genético não basta para desenvolver a doença", diz o psiquiatra. A medicação, segundo o professor da Unifesp, bloqueia o excesso de dopamina no cérebro, neurotransmissor que é produzido de forma desequilibrada pelo organismo do esquizofrênico e leva à doença.
Outro neurotransmissor, o glutamato, também está relacionado ao desenvolvimento da esquizofrenia. Segundo a hipótese glutamatérgica, quantidades excessivas desse neurotransmissor são liberadas e exercem um efeito neurotóxico que desencadeia os sintomas da esquizofrenia.
Evidências extensas indicam que a amígdala desempenha um papel importante nas reações de medo e ansiedade. O hipocampo faz parte da rede neural da ansiedade, participando da consolidação ou da evocação de recordações dolorosas.
Pessoas com esquizofrenia, durante as fases agudas da doença, têm uma liberação aumentada de dopamina à sinapse em resposta a provocação de anfetamina, comparados com indivíduos de controle saudáveis. Sabe-se que o bloqueio da neurotransmissão medida por dopamina melhora os sintomas da esquizofrenia.
Os antipsicóticos de primeira geração são: haloperidol, clorpromazina, flufenazina, periciazina, pimozide, zuclopentixol e os de segunda geração, aripiprazol, clozapina, olanzapina, quetiapina, risperidona, ziprasidona.
As causas da esquizofrenia incluem fatores ambientais e genéticos. Entre os possíveis fatores ambientais estão o crescimento em ambientes urbanos, o consumo de drogas, determinadas infeções, a idade dos pais e má nutrição durante a gravidez. Entre os fatores genéticos estão uma série de variações genéticas.
O diagnóstico da esquizofrenia é feito com base em dois critérios: o primeiro é a presença de sintomas da esquizofrenia. E o segundo, a exclusão de outros distúrbios mentais com sintomas parecidos.
“O paciente portador de esquizofrenia costuma ser acompanhado pelo psiquiatra, mas pode ter benefício com a assistência de psicólogos, terapeutas ocupacionais, arteterapeutas ou outros, a depender da demanda e da idade”, aponta a psiquiatra Débora Sena.
Esse tipo de Esquizofrenia é diagnosticado quando o paciente já não apresenta nenhum sintoma proeminente ou quando eles aparecem em baixa intensidade. Algumas alucinações e delírios ainda podem estar presentes, mas as suas manifestações costumam ser menos frequentes do que em fases anteriores da doença.
Esquizofrenia paranoide tem cura? Não há cura para a esquizofrenia, mas há tratamento. O psiquiatra indicará os medicamentos mais apropriados, sendo os antipsicóticos a base da prescrição. É um tratamento contínuo, que não pode ser interrompido.
Desde a década de 80, estudos morfométicos quantitativos post mortem têm mostrado anormalidades nos cérebros de alguns pacientes esquizofrênicos, incluindo diminuições globais de volume/peso e reduções localizadas em áreas temporais e frontais.