Os escravos aqui no Brasil eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses. ... Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar.
Em seu estudo, Monti não analisou de que maneira a reprodução entre os escravos foi estimulada, se como forma de negociação entre senhores e cativos, por exemplo, ou a partir da permissão para a criação de crianças nos planteis.
Trazidos da África para trabalhar na lavoura, na mineração e no trabalho doméstico, os escravos eram alojados em galpões úmidos e sem condições de higiene, chamados senzala. Além disso, eles viviam acorrentados para evitar fugas, não tinham direitos, não possuíam bens e constantemente eram castigados fisicamente.
A escravidão veio para o Brasil através do mercantilismo: os negros africanos vinham substituir os nativos brasileiros na produção canavieira, pois esse tráfico dava lucro à Coroa Portuguesa, que recebia os impostos dos traficantes. Até 1850 a economia era quase que exclusivamente movida pelo braço escravo.
Os locais no Brasil que mais receberam escravos foram Rio de Janeiro, Recife e Salvador. O tráfico negreiro só foi proibido no Brasil em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queirós. Estima-se que o Brasil recebeu de 3,5 milhões a 5 milhões de africanos escravizados.
Desde então a mão de obra escrava se mostrou fundamental às principais atividades econômicas desenvolvidas na América Portuguesa, como a agromanufatura açucareira nordestina e a extração de metais preciosos em Minas Gerais. Entretanto, o trabalho escravo não se fazia presente somente nessas grandes atividades.
Os principais portos de desembarque de cativos africanos foram, entre os séculos XVI e XVII, os do Recife e de Salvador, e entre os séculos XVIII e XIX, os do Rio de Janeiro e de Salvador — de onde uma parte seguiu para as Minas Gerais e para as plantações de café do Vale do Paraíba.
No Brasil e na América Hispânica, a mão de obra africana foi utilizada principalmente na lavoura de exportação dentro do sistema de plantation. ... Visando a diminuir o contrabando do ouro, o sistema criou portos que controlavam, em suas colônias, a entrada e a saída de produtos da América.
Desde o início da colonização espanhola, quando a fome, as doenças e o trabalho excessivo exterminaram grande parte das populações indígenas da América, os colonizadores recorreram ao uso da mão de obra escrava africana.
A Lei Eusébio de Queirós foi aprovada em 4 de setembro de 1850, sendo proposta por Eusébio de Queirós, ministro da Justiça. Ela determinava a proibição do tráfico de africanos escravizados para o Brasil e foi uma resposta às pressões realizadas pela Inglaterra para que o Brasil acabasse com essa prática.
Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão de obra, os portugueses encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores – já que eles próprios não queriam realizar o trabalho pesado.
Em 1° de janeiro de 1863, entrava em vigor o Ato de Emancipação assinado pelo presidente Abraham Lincoln. O ponto central da lei era a libertação de cerca de 4 milhões de escravos negros.
A escravidão durou três séculos, de 1550 até 1888. Foram 300 anos de muita injustiça. Mas os escravos não aguentaram calados aquela situação desumana. Muitos deles fugiram para esconderijos no meio do mato, chamados de quilombos.
No início de 1619, um navio com "nada além de 20 e poucos negros" atracou no porto de Point Comfort, no Estado americano da Virgínia. Esses africanos foram as primeiras vítimas do comércio de escravos nos Estados Unidos, há 400 anos. Há 154 anos, o Congresso do país aboliu a escravidão.
O Bill Aberdeen foi uma lei inglesa que permitia que sua Marinha monitorasse o Atlântico Sul e aprisionasse navios negreiros como forma de pressionar o fim do tráfico negreiro. ... Essa medida drástica foi tomada pela Inglaterra por conta da falta de iniciativas do governo brasileiro em pôr fim ao tráfico de escravos.