O habitus é uma subjetividade socializada (Bourdieu, 1992, p. 101). Dessa forma, deve ser visto como um conjunto de esquemas de percepção, apropriação e ação que é experimentado e posto em prática, tendo em vista que as conjunturas de um campo o estimulam.
Para Bourdieu, a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra. É nela que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural. ... Ao mesmo tempo, quanto maior o acesso a um certo grau de ensino, menos ele é valorizado como capital cultural.
Campo, na teoria proposta por Pierre Bourdieu representa um espaço simbólico, no qual lutas dos agentes determinam, validam, legitimam representações. ... No campo, local empírico de socialização, o habitus constituído pelo poder simbólico surge como todo e consegue impor significações datando-as como legítimas.
Por isso a noção de habitus articula o individual e o coletivo. A noção de habitusengloba o corpo porque enquanto disposição passa a orientar as práticas corporais que traduzem uma maneira de ser no mundo. Para Bourdieu (2001, p.
Bourdieu e Passeron (1975) destacam duas condições distintas para se adquirir capital cultural: a primeira está na primeira infância da criança, quando o aprendizado acontece no ambiente familiar e pode ou não ser em conjunto com instituições escolares.
O autor defende que o mundo social é construído a partir de de estruturas objetivas e socialmente construídas, que por sua vez, são responsáveis por coagir a ação dos indivíduos. ... Para Bourdieu, o mundo social é construído a partir de três pilares: o habitus, o campo e o capital.
Fica claro que o conceito de habitus, para os dois autores, é um conceito que liga o individual e o social, é aquilo que ainda não havia sido definido nem pela sociologia nem pela psicologia. A diferença está no que tange à historicidade. Para Elias, o habitus se constrói no processo histórico, num longo processo.
Para Bourdieu (1998) violência simbólica, é vista como a forma de coação que se apoia no reconhecimento de uma imposição determinada, seja esta econômica, social ou simbólica.
O bullyng, o assédio sexual e o assédio moral são citados por DeSousa como tipos de violência simbólica, que é capaz de agir no psicológico, emocional e cognitivo do indivíduo causando danos muitas vezes irreparáveis.
Violência simbólica é um conceito social elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, o qual aborda uma forma de violência exercida pelo corpo sem coação física, causando danos morais e psicológicos. ... Para Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico.
A violência simbólica é essa coerção que se institui por intermédio da adesão que o dominado não pode deixar de conceder ao dominante (portanto, à dominação), quando dispõe apenas, para pensá-lo e para pensar a si mesmo, ou melhor, para pensar sua relação com ele, de instrumentos de conhecimento partilhados entre si e ...
Na medida em que seus efeitos tendem a ser mais psicológicos, a violência simbólica se diferencia da violência física, apesar de poder se expressar, em última instância, sob esta forma. ... Ao ser colocada em prática, a violência simbólica legitima a cultura dominante, que é imposta e acaba sendo naturalizada.
A violência simbólica pode ser identificada na escola através da imposição de uma cultura escolar própria à classe dominante, que serve para a reprodução das estruturas de poder. ... Embora sutil, trata-se de uma violência com repercussões que podem vir a ser desastrosas.
Para Bourdieu, a violência simbólica é uma violência “invisível”, exercida por meios genuinamente simbólicos de comunicação e conhecimento, que se estabelece em uma relação de subjugação-submissão e que resulta de uma dominação, da qual o dominado é cúmplice, dado o estado dóxico em que a realidade se apresenta.
As violências no espaço escolar possuem diferentes denominações de acordo com a sua natureza: violência na escola, estabelecida nas relações sociais dentro desse espaço; violência da escola, que é violência simbólica estabelecida por meio de exclusão, discriminação e dominação pelo uso de poder; e a violência contra a ...
Como a escola deve agir no combate a violência. ... Na escola até se ensinam regras, mas a cumprir regras é papel da família. O papel da escola é aprimorar os conhecimentos e as regras que o aluno traz, organizá-las e sistematizá-las de forma que o aluno perceba a necessidade e o sentido das mesmas.
Segundo a pesquisa “Violência nas Escolas”, realizada pela UNESCO em escolas de todo Brasil, a violência física aparece em primeiro lugar, atingindo alunos, professores e funcionários em geral. Em segundo lugar está a violência contra a propriedade e, por último, a violência verbal.
A falta de respeito, a humilhação, ameaças ou a exclusão entre os professores e alunos levam a um clima de violência e situações de agressividade. O colégio não deve limitar-se somente a ensinar, mas deve funcionar como um gerador de comportamentos sociais.
A violência psicológica e a física foram as mais abordadas. O bullying destacou-se como modalidade específica da violência escolar. Ser do sexo masculino e ter vivenciado situações de violência na família foram os fatores mais freqüentemente associados à violência escolar.
A violência verbal é um comportamento agressivo, caracterizado por palavras danosas, que têm a intenção de ridicularizar, humilhar, manipular e/ou ameaçar. Assim como acontece com a violência física, este tipo de agressão afeta significativamente a vítima, causando danos psicológicos brutais e irreparáveis.