A transferência é o deslocamento do sentido atribuído a pessoas do passado para pessoas do nosso presente. ... Esta transferência é executada pelo nosso inconsciente. Para a teoria freudiana, esse fenômeno é fundamental para o processo de cura.
Por meio da transferência, o paciente pode reconstruir e resolver conflitos reprimidos (causadores de sua doença). Principalmente conflitos da infância com seus pais. A transferência, segundo conceitos psicanalíticos, ocorre quando se projeta em pessoas do convívio presente, figuras importantes do passado do paciente.
No caso da transferência, ocorre uma projeção de conteúdos inconscientes positivos ou negativos no outro – do cliente para o profissional --, enquanto na contratransferência é o profissional que faz transferências ou projeções para o seu cliente. ... Pronto, está estabelecida a transferência.
Em psicologia profunda, que estuda a nossa psicodinâmica inconsciente, transferência afetiva é a onda emocional de lançamos ao Outro. Ela tem duas mãos, o retorno dessa onda é a contra-transferência. Pode ser positiva, quando há simpatia agradável, ou negativa, quando há antipatia.
O amor de transferência caracteriza-se por certos traços que lhe asseguram uma posição especial. ... É tão desastroso para a análise que o anseio do paciente por amor seja satisfeito, quanto seja reprimido. O caminho que o analista deve tomar não é nenhum destes, é um caminho para o qual não existe modelo na vida real.
A transferencia amorosa, ou de qualquer origem, é uma excelente oportunidade para a evolução psiquica do paciente. Revele seus sentimentos, pensamentos e principalmente, os devaneios e as fantasias, e o seu analista poderá ajudar você a se conhecer melhor. Entrar em contato com seus anseios, desejos e necessidades.
O enamoramento comporta um traço específico que é, para permanecer em termos freudianos, uma supe-restimação sexual do objeto, secundária a uma idealização. Essa idealização se faz por uma escolha de objeto, cuja natureza narcísica não escapará a ninguém.
Para Freud a paixão consiste num investimento da libido narcísica, de forma maciça, no outro, que por isso se transforma num objeto ideal. Com a idealização, o objeto amado torna-se absolutamente fascinante, e por isso atraente para aquele que ama. ... Desta forma, as funções do ideal do eu ficam paralisadas.
O que acontece é a transferência de afetos por parte do analisando para o analista, que se destinam – de fato – a um Outro. Ou seja, no fim das contas, o analista nem é o destino verdadeiro dos afetos, mas sim, o que ele representa. ... Por isso, a transferência não é culpa do paciente.
Muitas pacientes se apaixonam por seu terapeutas, algumas declaram seu amor e prosseguem o tratamento, outras se assustam e abandonam a psicoterapia e consequentemente o psicoterapeuta. Porém, pode indicar que a paciente não estava suficientemente preparada para reviver conflitos e sentimentos que causam dor.
Quando o assédio não é explícito, o médico em geral vira alvo de uma paixão, cujo "platonismo" varia segundo o grau de timidez da paciente. A admiração, nesses casos, é expressa em presentes caros, elogios demorados ou apenas em olhares lânguidos.