A sístole e a diástole representam dois momentos importantes no ciclo cardíaco, que é a saída e a entrada de sangue no coração. Elas representam a contração e o relaxamento do coração.
Para medir este intervalo, deve-se selecionar a derivação onde o QT é mais prolongado, em geral V2 ou V3 e o intervalo RR que antecede o QT medido. Se faz necessário a correção pela frequência cardíaca (QT corrigido ou QTc), já que a sístole elétrica aumenta à medida que aumenta o intervalo RR.
1) Afinal, o que é o intervalo QT? É a medida do início do complexo QRS até o final da onda T (figura 1), o que representa toda atividade de despolarização e repolarização ventricular. É a representação elétrica do período compreendido entre a contração isovolumétrica até o relaxamento ventricular isovolumétrico (1,2).
Representa a medida do tempo de aparecimento da deflexão intrinsecóide, ou seja, a medida, em tese, do tempo gasto para que o impulso despolarizante percorra toda a espessura do ventrículo esquerdo; estende-se do início do complexo QRS até o pico da onda R (figura acima e à direita).
No ecg, um quadrado pequeno corresponde a 1 mm no traçado. Um quadrado grande por sua vez é formado por 5 quadrados pequenos de altura e por 5 quadrados pequenos de largura. Normalmente, cada quadrado pequeno na horizontal corresponde a 40 milissegundos (ms) de duração.
Intervalo PR = intervalo de tempo entre o início da despolarização atrial e o início da despolarização ventricular. QRS complexo = despolarizaçao dos ventrículos, consistindo nas ondas Q, R e S. Intervalo Q-T = intervalo de tempo entre o início da despolarização ventricular e o fim da repolarização ventricular.
O intervalo normal é de 120 a 200ms (3-5mm). É mais curto em crianças e com o aumento da frequência cardíaca. Se intervalo PR curto, devemos pensar em um ritmo ectópico atrial ou em pré-excitação (ex. Wolff-Parkinson-White).
Os pesquisadores Wolff-Parkinson-White, em 1930, descreveram a síndrome eletrocardiográfica que é caracterizada por intervalo PR curto, complexos QRS de morfologia anormal e crises de taquicardia paroxística. A incidência dessa síndrome depende da população estudada variando de 0,1-3/1000 pessoas.