Com a publicação, em 1933, do livro Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre revolucionou a historiografia brasileira. Em vez do registro cronológico de guerras e reinados, passou a estudar o cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais, arquivos públicos, de jornais e fontes até então ignoradas.
Sérgio Buarque de Holanda coloca a ideia de um padrão colonial ibérico, diferenciando a colonização portuguesa e espanhola da colonização de outros povos europeus (ingleses, franceses, alemães). Para ele, a colonização espanhola, em muito caracterizada pela violência, modificou suas colônias de modo mais veemente.
Seu destaque deu-se por defender uma teoria de que a miscigenação formaria uma população melhor e mais forte, ao contrário do que pensavam as teorias etnocêntricas, higienistas e eugênicas dos antropólogos e intelectuais do século XIX e XX.
Casa-Grande & Senzala é um livro do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre publicado em 1933. Freyre apresenta a importância da casa-grande na formação sociocultural brasileira, assim como a da senzala na complementação da primeira. ... Com isso refuta a ideia de que a miscigenação teria levado à uma raça inferior no Brasil.
Caio Prado Júnior (1907-1990), um dos maiores intelectuais do século XX, foi um dos responsáveis pela renovaçáo da historiografia e das ciências humanas no Brasil na década de 1930. Estudou o Brasil de forma abrangente e ampliou as discussões até entáo consideradas consolidadas.
Como intelectual teve importante atuação política ao longo das décadas de 1930 e 1940, tendo participado das articulações para a Revolução de 1930. Decepcionado com a inconsistência política e ideológica da República Nova, aproximou-se do marxismo e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, em 1931.
Em 1942, ele publicou o livro que viria a ser o mais importante de sua obra, Formação do Brasil contemporâneo. Esse livro colocou-o no hall dos grandes intérpretes do Brasil, ao traçar a historiografia brasileira por meio de um viés materialista histórico, mas com um pensamento próprio e original do autor.
De acordo com o livro de Caio Prado Jr., filosofia é o conhecimento do conhecimento, como já foi dito. ... Há quem afirme não caber a filosofia "resolver" e sim propor problemas, fazer perguntas cujas respostas não tem interesse, com o fim de estimular a reflexão e a curiosidade.
Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. ... Os principais temas abordados pela filosofia são: a existência e a mente humana, o saber, a verdade, os valores morais, a linguagem, etc.
Resposta: A Filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova.
Sendo que o outro termo, gymnázein, evoca a relação existente entre o exercício na forma intelectual, exercício de adestramento do pensamento como prática de si, e o exercício ginástico determinado (leitura, escrita) que é, também, da ordem de um adestramento do corpo.
O que é filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1981 (Primeiros Passos, 37). * Texto originalmente publicado no Almanaque, nº 4, Ed. ... A Filosofia seria isso mesmo: uma especulação infinita e desregrada em torno de qualquer assunto ou questão, ao sabor de cada autor, de suas preferências e mesmo de seus humores.
Caio Prado Jr. afirma que todo o povo tem na sua evolução um certo sentido, o qual não se dá pelos pormenores da história, mas fundamentalmente ao analisarmos o conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais da história num largo período de tempo.
Ele possui somente as classes capitalistas: burguesia e proletariado. Apesar disso, a economia brasileira continua colonial. O capitalismo brasileiro é ainda colonial; ele precisa se tornar "nacional". Não será pelo apuramento capitalista das relações pré-capitalistas que se obterá o fim da relação colonial.
Caio Prado Júnior descreve as características da ocupação do território, que ocorre a partir do litoral. O interior continua hostil e economicamente desinteressante. A economia passa a ser ligada às plantações de açúcar, produto com grande mercado na Europa, e a agricultura de subsistência.
167-196. PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 2000.
Em sua análise da economia colonial brasileira, Caio Prado Jr. estabelece uma divisão entre dois setores. Um deles, o principal – predominantemente voltado para o exterior –, baseado na produção e exportação de gêneros como o açúcar e o tabaco, com vistas ao mercado europeu.
As chamadas colonias de exploração são localidades ( terras) , as quais uma metrópole chega com a finalidade de colonizar e explorar algo de valor existente na colonia, o objetivo de colonizar é justamente explorar recursos, conseguir trabalho escravo e conquistar as grandes propriedades.
A colônia de povoamento fazia parte do Sistema Colonial tradicional, assim como a colônia de exploração. A grande diferença entre essas duas formas de colonização é que a primeira ajudou a desenvolver a colônia, enquanto na segunda todos os bens e recursos eram destinados à metrópole.
Os termos colônias de exploração e colônias de povoamento referem-se aos respectivos modelos coloniais implantadas por potências europeias em seus processos de dominação política, econômica, cultural e militar das Américas no decorrer dos séculos XVI e XVII.
Colônia de exploração é um termo usado para denominar uma das formas de colonização que foi empregada pelos europeus a partir da conquista de territórios a partir do século XVI. ... A colônia de exploração não era vista pela metrópole como um território passível de ser povoado.
Colônias de povoamento são, geralmente, terras utilizadas para moradia e subsistências dos colonizadores. ... Colônias de exploração : as quais a metrópole tem como interesse apenas explorar os recursos naturais da colônia para enriquecer e levar todo lucro a seu país de origem.