O Que O Livro De Eclesiastes Fala Sobre A Morte?

O que o livro de Eclesiastes fala sobre a morte

O dia amanheceu fechado. Uma tênue e miúda chuva cai sobre a cidade. Da janela do meu quarto, vejo gotas de chuva que escorrem das folhas das arvores. Elas são como lágrimas de saudade que parecem nos lembrar: “Hoje é o Dia de Finados!” Os mortos e a morte rondam, por um instante, o meu pensamento. Vem-me à lembrança os indígenas da Serra Madre, no México. Ontem, com certeza, eles terão preparado as salas de suas casas com uma mesa farta e um caminho de flores até à rua para receber os seus mortos, que, segunda a tradição, hoje irão visitá-los. Assim como eles irão aos seus túmulos levando flores e comida para um banquete festivo.

A morte como sentido da vida em Eclesiastes

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Na sequência ele ainda dá conselhos para a busca da felicidade (Eclesiastes 9:8), da alegria do relacionamento conjugal (Eclesiastes 9:9), do empenho de fazer trabalhos bem feitos (Eclesiastes 9:10), etc.

A morte no livro de Eclesiastes

 A morte no livro de Eclesiastes

A morte, chegando quando ela bem entender, evidencia essa tragicidade da vida. E quando chega o dia, não há como fugir dela. “Como peixes presos na rede traiçoeira”, que os trazem para a morte fora da água; “Como pássaros presos na armadilha”, que em vão batem asas; “Assim também os filhos dos homens se enredam no tempo da desgraça, quando ela cai de surpresa sobre eles” (9,12). Com a morte chega a dor. Dor de quem fica, que só o tempo cura. Dor fatal de que parte, mesmo que ninguém nos tenha contado como foi a sua dor da morte.

“Mais vale o bom nome do que um bom perfume” (7,1a). O nome é a nossa identidade. No mundo bíblico, o nome tinha um valor imenso. Hoje, quando perdemos o crédito na praça, dizemos que o nome está sujo. E isso é sério, porque a pessoa perdeu a sua possibilidade de comprar e receber confiança de outro. Preservar o nome é muito importante. Quando destruímos alguém, falando mal dele, acabamos com o seu nome. Uma palavra contra alguém, uma fofoca, facilmente cria raízes entre nós. Difícil é desdizê-la. Recuperar um nome difamado leva anos. Eclesiastes, nesta mesma linha, reflete que a vida vale quando o nome é preservado. O bom perfume, mais caro que seja, simplesmente maquia quem o usa. Ele é externo. O que vale é o interno.

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Uma casa em festa pode nos desviar do verdadeiro sentido da vida, pode maquiá-la. Pensando bem, esperar uma festa é melhor do que realizá-la. Ao prepará-la, refletimos, pensamos, impulsionamos a vida para aquele momento festivo. O momento festivo, no entanto, é passageiro. Além disto, algo errado pode acontecer no dia da festa, na hora da festa. E a festa torna-se um desastre. Por isso mesmo, Eclesiastes prefere o dia do velório. Ali nada pode acontecer pior que a morte. E a morte nos devolve para a vida.

Os vivos sabem que irão morrer (9,5). Todos temos esta certeza registrada em nossos corações já desde o nascimento. Ninguém jamais conseguiu impedir esse destino. Por isso, “mais vale o dia da morte que o dia do nascimento” (7,1b). Parece trágico, mas não é. Saber que a morte é o fim de todos deve nos levar a viver com intensidade, pois no dia da morte, já não há mais nada para fazer. Que não viveu bem a vida, não terá como se arrepender no dia da morte. Morte é o fim e basta (9,3). Já dizia Dante: “o viver é um correr para a morte” (Purgatório XXXIII,54). E nesse correr para a morte, torna-se mais trágico ainda o fato que “ninguém é senhor do dia da morte” (8,8).

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Desse ponto de vista fica claro que o corpo de um morto, sem vida, não sabe mais nada! Cessaram todas as suas funções de pensar, de sentir, de fazer qualquer coisa, pois é agora somente um corpo morto que sofrerá a decomposição (voltará à terra – Eclesiastes 12:7)!

Por outro lado, viver a vida com intensidade não é curti-la de modo egocêntrico. Percebendo como estruturas e relações opressoras de seu tempo, tornam amarga a vida da maioria do povo, Qohelet desmascara a leviandade que é a vida vivida segundo os ditames do império: acumular, enriquecer e curtir a vida. Ele sugere vida intensa, mas com qualidade. Isto implica viver a vida de forma solidária, terna e comprometida na luta por justiça. Quem assim vive, após a morte, continuará vivo na memória dos vivos. Este é o caso de Jesus Cristo, Che Guevara e tantos outros.

A morte é um elemento chave na interpretação do livro de Eclesiastes. Para falar da vida e de todo o seu sentido, ele fala da morte. Porque existe a morte, a vida deve ser vivida intensamente. Tudo que não leva a vida a ser vivida intensamente é “vaidade das vaidades”. A morte dá sentido à vida. A partir da morte se descobre a vida.

Os mortos não sabem coisa nenhuma

Para fechar, quero citar um texto onde Salomão traz um pequeno rascunho sobre a vida pós-morte, ou seja, o que ocorre com o espírito da pessoa que morre: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).

“Em tempo de felicidade, sê feliz, e no dia da desgraça reflete” (7,14). Quando a felicidade bate às nossas portas, é arte também saber vivê-la intensamente. Há pessoas que são tão pessimistas que nem percebem que a felicidade chegou. A felicidade pode ser pequena, um gesto, um reencontro, uma viagem... O que vale é viver isso intensamente. Por que não esquecemos o dia da morte de um ente querido? É porque o vivemos intensamente. Tudo o que é vivido com intensidade, a memória não apaga, eterniza-o. Viver intensamente um momento de felicidade é vivê-lo como se ele fosse o último.

Observe que esse morto “não sabe coisa nenhuma” do que está acontecendo agora na terra (debaixo do sol), pois ele não tem mais participação nas coisas terrenas. Ele é agora apenas um corpo sem vida. É importante observar que Salomão não está também dizendo que “morreu acabou tudo”.

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Além da memória esquecida, os mortos não terão recompensa, jamais participarão da faina dos vivos, o amor, ódio e ciúme deles já pereceram (9,5-6). Em síntese, a morte causa cinco desgraças ao morto[2]: elimina o poder de conhecer, não garante recompensa, apaga a memória, impede a participação na faina do dia-a-dia e decreta o fim dos sentimentos. . A pior delas parece a de não poder influenciar no curso da vida, pois essa não lhe pertence mais.

O ponto onde muitos erram é achar que Salomão está falando aqui da vida pós-morte, ou seja, da vida da pessoa que morreu após ela morrer, como se a pessoa ficasse em um tipo de sono da alma.

Morte! Sagrado mistério da morte que envolve a todos nós! Para onde vamos após a morte? A resposta de fé do cristão é simples: para vida de ressuscitados em Deus, assim como Jesus, que venceu a morte. Mas, o que é mesmo a morte? Alguém poderia me responder? O que o livro do Eclesiastes nos tem a dizer sobre a morte?

O que quer dizer a palavra Eclesiastes?

O título "Eclesiastes" é uma transliteração da tradução grega do termo hebraico Kohelet (ou Qohelet), que significa "aquele que reúne", mas que é tradicionalmente traduzido como "professor" ou "pregador" nas traduções da Bíblia em português, o pseudônimo utilizado pelo autor do livro.

Qual o sentido da vida Eclesiastes?

Eclesiastes oferece ao leitor a oportunidade de compreender o vazio e o desespero com os quais aqueles que não conhecem a Deus têm que lidar. ... Se não há salvação, e não há Deus, então não existe nenhum sentido, propósito ou direção para a vida.

O que quer dizer em Eclesiastes 1?

Na Bíblia hebraica, o livro de Eclesiastes é chamado de “Qohélet”, que significa que “as palavras do pregador” (1.

O que quer dizer em Eclesiastes 3?

Eclesiastes 3 explica que há momentos de alegria e de tristeza, de surpresa e de desilusão, de sucesso e de fracasso... ... As coisas mudam, passam, transformam-se. Nenhuma situação dura para sempre.

O que está escrito em Eclesiastes 3 1?

Eclesiastes 3. Tudo tem o seu tempo determinado — Tudo o que Deus faz durará eternamente — Deus julgará o justo e o ímpio. 1 Tudo tem o seu tempo determinado, e todo propósito debaixo do céu tem o seu tempo: ... 8 Tempo de amar, e tempo de aodiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

O que é tempo na Bíblia?

Na língua grega há duas palavras para “horas”. Existe a palavra “Chronos”, que é a hora que o relógio marca e que dá origem a “cronômetro”. Mas existe outra palavra grega para esperar, “kairós”. Que também significa “tempo”, porém não o tempo do nosso relógio, mas o tempo de Deus.

O que significa tempo de matar na Bíblia?

O verbo ratsach denota a ação de matar um ser humano sem motivo satisfatório, ou seja, assassinar. A Bíblia diz “Há tempo para matar e para morrer”, mas nunca “*Há tempo para assassinar e para morrer.” O assassinar é um pecado condenado por D''us nos Dez Mandamentos, e não o matar, como todos acreditamos.

Qual a diferença entre o tempo de Deus e O tempo do homem?

O termo é usado também em teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, como o "tempo de deus" (a eternidade), enquanto khronos é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens".

Qual o nome da deusa da beleza e do amor?

Afrodite

Qual era o nome latino da deusa Atena?

Quem foi Minerva na mitologia grega?

Correspondente à deusa Atena na mitologia grega, Minerva era a deusa da sabedoria e das artes. Seu pai Júpiter, após engolir a deusa Métis (Prudência), pediu a Vulcano que abrisse sua cabeça com o seu machado, para acabar com a dor de cabeça que ele sentia.

O que é uma Minerva?

Equivalente romana da deusa grega Atena, Minerva era filha de Júpiter, após este engolir a deusa Métis (Prudência). Com uma forte dor de cabeça, pediu a Vulcano que abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu Minerva, já adulta, portando escudo, lança e armadura.