Resposta: A acumulação dessa forma de capital cultural demanda que sua incorporação seja feita mediante um trabalho de inculcação e assimilação. A internalização exige investimentos de longa duração para tornar essa forma de capital parte integrante da pessoa (habitus).
A reprodução da estrutura da distribuição do 'capital cultural' se opera na relação entre as estratégias das famílias e a lógica específica da instituição escolar que outorga, sob a forma de 'credenciais', ao capital cultural detido pela família, suas propriedades de posição.
Pierre Bourdieu foi um dos maiores pensadores das ciências humanas do século XX. Filósofo por formação, desenvolveu importantes trabalhos de etnologia, no campo da antropologia, e conceitos de profunda relevância no campo da sociologia, como habitus, campo e capital social.
O conceito de capital cultural tem sua importância por desvelar as desigualdades sociais e a imposição arbitrária do que é ou não valorizado na sociedade no processo de manutenção das desigualdades sociais. Nesse sentido, o conceito torna-se um instrumental sociológico importante para o questionamento do status quo.
A palavra cultura, para Bourdieu, aparece como indissociável dos efeitos da dominação simbólica e terá um lugar importante em sua obra como elemento de luta entre os sujeitos nos diferentes campos pela demarcação de posições sociais distintas.
Bourdieu questiona frontalmente a neutralidade da escola e do conhecimento escolar, argumentando que o que essa instituição representa e cobra dos alunos são, basicamente, os gostos, as crenças, as posturas e os valores dos grupos dominantes, dissimuladamente apresentados como cultura universal.
Por recursos ou poderes, Bourdieu entende mais especificamente o capital econômico (renda, salários, imóveis), o capital cultural (saberes e conhecimentos reconhecidos por diplomas e títulos), o capital social (relações sociais que podem ser revertidas em capital, relações que podem ser capitalizadas) e por fim, mas ...
Segundo Pierre Bourdieu, as distâncias espaciais entre os diferentes grupos pertencentes a esses marcadores expressam as distâncias sociais. ... Ainda de acordo com esse sociólogo, o espaço social é o lugar onde as identidades individuais são desenvolvidas.
Os campos científicos são locais que implicam em tendências, não se orientando ao acaso, mas sim onde são travadas as lutas simbólicas em função do capital. A ciência é um jogo de busca por monopólios e autoridade, que trava sempre uma luta de interesses e força.
O sistema escolar sustenta desigualdade, pois ensina os conceitos e teorias que pertencem a classe dominante. O ensino da classe dominante é visto como não estimulador, pois o aluno aprende assuntos que não agregam conhecimento ao grupo social ao qual ele está anexado.
Crítico dos mecanismos de reprodução das desigualdades sociais, Pierre Bourdieu destaca em sua obra os condicionamentos materiais e simbólicos que agem sobre nós (sociedade e indivíduos) numa complexa relação de interdependência.