Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e à Igreja.
Exorcista (do latim Exorcista: “o que expulsa espíritos maus”, por sua vez do grego: Exorkismos: “expulsão”), na Igreja Católica, é um sacerdote a quem foi dado, por nomeação do Bispo, a licença de celebrar o Ritual do Exorcismo que tem como função expulsar o demónio, libertando pessoas que estejam possuídas.
Penso, por exemplo, no último exorcismo do filme “O Ritual”, no qual o seminarista – ou diácono? – aparece realizando as funções próprias e exclusivas de um sacerdote na celebração do exorcismo maior. Apesar dessas e outras imprecisões penso que, esses filmes, trazem muito mais semelhanças com o real do que cenas fantasiosas.
É por isso que o sacramento da penitência – mais importante que os exorcismos, que são apenas sacramentais – é tão temido pelo demônio, pois aumenta a união do fiel a Deus. E, infelizmente, é um dos sacramentos mais negligenciados de nosso tempo.
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Em minha opinião, existe uma característica comum a esses filmes citados – sobretudo aos dois últimos – que me parece digna de ser mencionada. Mesmo estando elencados na categoria “terror”, não diria que são filmes propriamente desse gênero. Sem dúvida alguma, contêm cenas assustadoras, que nos permitem vislumbrar o quão extraordinariamente podem manifestar-se as forças infernais.
Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e a Igreja.
Esse Sacramental só pode ser realizado por uma Padre nomeado para tal pelo Bispo, o Exorcista. Trata-se de uma ação constituída de palavras e gestos (imposição das mãos, sinal da cruz, aspersão de água benta), pela qual a Igreja Católica, liberta e protege do mal em nome de Deus.
Estas características aparecem em algumas frases que chamam bastante a atenção do atento telespectador. Cito, por exemplo o trecho da Carta de São Paulo, que aparece na lápide do túmulo Emily Rose, ao final do filme sobre essa pessoa: “Trabalhai pela vossa salvação com temor e tremor” (Fil 2,12).
Certa vez, o Papa Bento XIV, na Carta Sollicitudini, de 1745, essa necessidade se dá quando o exorcista possui uma certeza moral de que o exorcizando esteja realmente atormentado pelo demônio.
RIO — Presente no imaginário de todos, seja por conta da obscuridade ou dos inúmeros filmes de possessão demoníaca, os padres exorcistas são poucos hoje no Brasil, mas existem. A Associação Internacional de Padres Exorcistas conta com pelo menos 40 espalhados por todo o país.
Atualmente os exorcismos podem ser classificados como públicos e privados. Os públicos são aqueles administrados em nome da Igreja, por uma pessoa legitimada e segundo os ritos previstos; e caso contrário, são os privados.
Porém, vejo esses filmes como um grande convite ao telespectador a enfrentar-se diante de uma pergunta fundamental: “Será que tudo o que existe se esgota nesta realidade do que conhecemos pelos nossos sentidos?”. Parece-me que esses filmes proporcionam um grande apelo a abrir-nos ao sobrenatural, a descobrirmos que existe uma realidade que nos rodeia e ultrapassa aquilo que podemos captar com nossos sentidos, sem ferir, contudo, a nossa razão natural.
Neste sentido, o exorcista, sempre observando o sigilo da confissão, poderá recorrer aos peritos em ciência médica e psiquiátrica para avaliação de cada caso. E, se ficar comprovado que o fenômeno é, de fato, de ordem natural, não deverá ser realizada a celebração do exorcismo.
A existência do demônio – tônica desses filmes – é um grande chamado a pensarmos na existência de Deus, sem o qual, aquele não existiria. No fundo, subjaz – talvez inconscientemente – algo bem semelhante ao argumento filosófico utilizado por Santo Agostinho de Hipona, que apontava para a existência de Deus – o Bem – a partir da existência do mal, já que este consiste na privação do bem.
A prática dos exorcismos foi iniciada na Igreja pelo seu próprio Fundador, e nela esteve presente ao longo de toda sua existência. Foi o mesmo Senhor quem deu aos apóstolos o poder de expulsar os espíritos imundos, afirmando que, entre os sinais que os acompanhariam os que creem, estaria a expulsão dos demônios (cf. Mt 16,17).
O exorcismo solene, tal como está previsto no Ritual de Exorcismos, só pode ser realizado por um sacerdote e com a devida licença do Bispo diocesano, que pode concedê-la, como indica o Código de Direito Canônico, a um presbítero piedoso, douto, prudente e com integridade de vida.
Avaliando, de forma mais direta, três filmes que abordam o Exorcismo: “O Exorcista”, “O exorcismo de Emily Rose” e “O Ritual”, pode-se dizer que abordam conteúdos reais ocorridos realmente nos exorcismos, acrescentados com toques cinematográficos para torná-los mais “palatáveis” aos apreciadores do gênero.
É preciso ter piedade, integridade, prudência e sabedoria (doutorado em teologia, por exemplo, é desejável). Outras virtudes bem-vindas são coragem, paciência e tenacidade. Na prática, um padre só se torna exorcista se for indicado pelo seu bispo – freiras e leigos não podem ser ordenados, por exemplo.
Para evitar uma tendência a considerar todos os eventos aparentemente extraordinários, uma intervenção do demônio, o próprio Ritual de Exorcismos indica que, antes do uso desse sacramental, o exorcista deve manifestar a máxima prudência, não crendo facilmente que alguém esteja possesso, pois não se descarta, a princípio, a existência de alguma doença, sobretudo, de ordem psíquica.