Era Uma Vez em… Hollywood, o novo filme de Quentin Tarantino chegou nos cinemas na última quinta-feira, 15 de agosto, no Brasil. Antes mesmo de ser lançado, o longa estava causando preocupações entre as pessoas, devido a maneira que o diretor é conhecido, por contar histórias sangrentas e violentas nas telonas – e o fato desse novo filme ser baseado em um acontecimento real foi mais um motivo de inquietação para o público.
Sharon Tate era uma das grandes atrizes em ascensão nos anos 60. Ela chegou a se casar com o diretor Roman Polanski e quase interpretou a Liesl em A Noviça Rebelde. Entre seus filmes mais conhecidos estão O Vale das Bonecas, O Olho do Diabo e A Dança dos Vampiros.
Manson não acreditou ao conversar com o inquilino da casa para procurar Melcher, quando lhe disse que o produtor havia se mudado, mandando então os quatro membros de sua família (seita) para invadirem a residência e serem o mais cruéis possíveis com todos que lá estivessem presentes.
O trailer lançado nessa semana e entrevistas recentes com Tarantino deixam bem claro que a história de Rick Dalton (DiCaprio) e Cliff Booth (Brad Pitt) é amplamente inspirada nos eventos da vida e da amizade de Burt Reynolds (DiCaprio) e do seu dublê Hal Needham (Pitt). Assim como os dois personagens de Era Uma Vez em Hollywood, Burt e Hal foram estrelas do faroeste, eram muito próximos e um foi padrinho de casamento do outro.
Jay Sebring foi o cabeleireiro das grandes estrelas de Hollywood nos anos 60, sendo inclusive responsável pelo cabelo do Kirk Doublas no filme Spartacus, de Stanley Kubrick. No mundo do visagismo Hollywoodiano, Sebring conheceu Sharon e chegou até a ter um caso romântico com a atriz. Eles estavam saindo juntos, mas ela precisou ir à Europa durante alguns meses para gravar A Dança dos Vampiros, que depois de tornou um de seus filmes mais conhecidos. Durante as filmagens, ela se apaixonou pelo diretor Roman Polanski, com quem ela viria a se casar meses depois.
Todo mundo sabe quem é Bruce Lee, né? Mas caso você tenha sérios problemas de memória pode clicar aqui.
Sebring ficou sabendo do romance da atriz com o polonês e exigiu que se encontrasse com o diretor para ver se ele era “bom o suficiente para Sharon”. O casal foi aprovado e eles continuaram amigos, com visitas frequentes de Sebring a casa de Sharon. Uma dessas visitas fez com que ele estivesse na hora errada no lugar errado, acabando assassinato pelo culto de Charles Manson junto com a atriz.
Porém, após uma briga de bar muito feia entre Manson e um moço bêbado, onde Manson berrou calamidades e até o ameaçou de morte, Melcher ficou horrorizado ao presenciar a situação e decidiu desistir de fazer qualquer produção sobre Manson
Isso ainda levou aos assassinos a escreverem palavras com os sangues das vitimas nas portas e paredes dos locais dos delitos, rabiscando os termos “Pigs” (porcos), “War” (guerra) e “Helter Skelter”.
Em Era Uma Vez em Hollywood, os protagonistas interpretados por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt tem nomes ficcionais e a produção afirma que ambos são inventados. Mas será que é isso mesmo? Grande parte do filme de Quentin Tatrantino é inspirado em histórias reais da velha Hollywood e os dois personagens ditos “fictícios” não ficaram de fora dessa.
Era Uma Vez Em Hollywood está definido para estrear em circuito comercial nos Estados Unidos no dia 26 de julho de 2019. Já no Brasil, a estreia fica para o dia 15 de agosto.
No próprio trailer, o personagem DiCaprio atua numa série de faroeste ao lado de seu dublê amigo. Tarantino decidiu chamar a série fictícia de Bounty Law, mas dá pra cravar que a inspiração é em Gunsmoke, o segundo seriado mais longevo da TV americana (ele foi exibido de 1955 até 1975), que contava com participação de Burt Reynolds e Hal Neeham como dublê.
O papel é especial, pois será a última atuação nos cinemas de Luke Perry, morto no último mês de março devido a um AVC.
Charles Manson é uma figura um tanto quanto torpe na história dos Estados Unidos. Filho de uma mãe jovem (que o teve com 15 anos), ele nunca conheceu o pai e morou com sua avó e seu tio por boa parte da vida. Quando adolescente, passou por vários reformatórios e foi preso muito jovem por cometer múltiplos delitos e ameaçar pessoas de morte. Na prisão, ele se acalmou, foi enfim alfabetizado e começou a ler muito — tornando-se o mais culto dos prisioneiros naquela instituição.
Além de cabeleireiro, Sebring também era entusiasta de Kung-Fu. Por isso, quando o Bruce Lee foi para os EUA, os dois começaram a treinar juntos no quintal de suas casas. É difícil comprovar, mas muita gente de Hollywood diz que foi o cabeleireiro quem conseguiu o papel do Lee em Besouro Verde. Depois, a amizade continuou e Sebring atuou como um agente extraoficial do lutador em Hollywood.
"Era Uma Vez em... Hollywood" revisita a Los Angeles de 1969 onde tudo estava em transformação, através da história do astro de TV Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê de longa data Cliff Booth (Brad Pitt) que traçam seu caminho em meio à uma indústria que eles nem mesmo reconhecem mais.
Steve McQueen foi um grande ator de filmes de faroeste nos anos 60, chegando até a ser o astro mais bem pago do planeta. Ele era meio que um Tom Cruise da sua época e não usava dublê, o que deve trazer uma dinâmica interessante com o personagem do Pitt.
Dessa forma, o filme mostra o momento de ascensão de Sharon na década de sessenta que, infelizmente, ficou mais conhecida por seu triste fim do que pelos seus trabalhos em si, e uma parte ficcional escrita pelo próprio Tarantino sobre um ator, Rick Dalton, e seu dublê, Cliff Booth, tentando reemergir no cinema durante o final da década de ouro em Hollywood.
Wayne Maunder é mais um dos atores que se especializaram em séries de faroeste na TV americana. Ele era um grande esportista na escola e até tentou entrar para a Major League de Baseball, mas não conseguiu vaga. Apesar de ser canadense, ele serviu o exército americano na reserva. Só depois disso tudo, é que ele decidiu tentar ser ator, ele estudou literatura e atuação — participando de grandes peças de Shakespeare, como Othello e Hamlet. Começou a trabalhar com faroestes em 1967, quando ele tentou emplacar o pseudônimo de John Wilder, que não deu certo e depois ele voltou a ser creditado como Wayne Maunder