A chamada comunidade remanescente de quilombo é uma categoria social relativamente recente, representa uma força social relevante no meio rural brasileiro, dando nova tradução àquilo que era conhecido como comunidades negras rurais (mais ao centro, sul e sudeste do país) e terras de preto (mais ao norte e nordeste), ...
As comunidades remanescentes de quilombo ou os quilombos contemporâneos são grupos sociais cuja identidade étnica até hoje os distingue do restante da sociedade. ... A Constituição de 1988 assegurou às comunidades descendentes de quilombos o direito à propriedade de seus territórios coletivos.
Não se sabe ao certo quantos quilombolas existem, hoje, no Brasil. Segundo um levantamento da Fundação Cultural Palmares, são 3.
Quilombolas são os atuais habitantes de comunidades negras rurais formadas por descendentes de africanos escravizados, que vivem, na sua maioria, da agricultura de subsistência em terras doadas, compradas ou ocupadas há bastante tempo.
É a forma como os anciões transmitem suas histórias para os mais jovens e como mantêm o conhecimento de seus antepassados através da oralidade. ... São líderes que têm a missão ancestral de receber e transmitir os ensinamentos das e nas comunidades.
Elas são um patrimônio cultural de todo o povo brasileiro e para os afrodescendentes representam uma referência positiva para a luta de todos nós pela cidadania brasileira plena.
Os quilombos eram importantes no período colonial por representar uma oportunidade de refúgio para os povos escravizados que conseguissem fugir dos seus captores (os senhores de escravos), de modo que, se escapassem, poderiam ter a certeza de que não se encontrariam completamente desamparados economicamente.
As comunidades quilombolas, por meio do acesso a políticas e programas, fortaleciam-se porque articulavam a luta pela terra com conquistas nos campos da educação, do trabalho, dos direitos culturais e com a luta contra o racismo. A descontinuidade das políticas públicas afeta diretamente os quilombos.
Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.
Das formas de resistência ao sistema escravista brasileiro, a formação de quilombos foi a mais radical, semeando a ruína da sociedade escravocrata do Brasil- Colônia e, ao mesmo tempo, a esperança de um mundo melhor para africanas e africanos e seus descendentes resistentes àquele sistema.