Barragens são estruturas projetadas por engenheiros, utilizadas como reservatório para contenção e acumulação de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos e sólidos provenientes do processo de beneficiamento de minérios.
A barragem de Brumadinho que rompeu estava desativada e fazia parte da mina do Córrego do Feijão. ... São duas barragens que têm o objetivo de conter os rejeitos finos oriundos do tratamento do minério, reservando água para o reaproveitamento no processo industrial.
De acordo com os especialistas, o rompimento ocorreu devido a deformações da estrutura da barragem. Eles apontaram ainda uma redução de resistência em determinadas áreas da estrutura devido à infiltração das chuvas fortes que haviam caído na região nos dias anteriores à tragédia.
Mas nem todas as barragens são construídas da mesma forma. Tanto a que se rompeu em Mariana quanto a em Brumadinho são barragens que foram construídas à montante, mas elas também podem ser feitas, por exemplo, à jusante, ou em linha de centro.
Da mina Córrego do Feijão, onde está localizada a barragem que se rompeu em Brumadinho, foram extraídas 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro, o equivalente a 2% da produção da Vale.
Sobre a barragem: A Barragem I da Mina Córrego do Feijão tinha como finalidade a disposição de rejeitos provenientes da produção e ficava situada em Brumadinho (MG). ... A barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de abril de 2001), pelo método de alteamento a montante.
A barragem funciona como uma barreira, onde são depositados os rejeitos. À medida que o rejeito é depositado, a parte sólida se acomoda no fundo da barragem. A água decantada na parte superior é então drenada e tratada, com parte sendo reutilizada no processo de mineração e o restante devolvido ao meio ambiente.
As barragens são formadas a partir de um barramento maciço que pode ser feito de solo compactado, blocos de rocha ou rejeitos. Esse barramento possui mecanismos de impermeabilização e drenagem. O material presente nas barragens é inerte, ou seja, não contém componentes tóxicos.
O transporte dos rejeitos, sob a forma de polpa, pode ser feito por gravidade, através de canais ou dutos, com ou sem sistemas de bombeamento, a depender da inclinação do terreno e da distância entre a instalação de beneficiamento do minério e o local do descarte do material.
Dentre os impactos sobre o meio físico, pode-se constatar a degradação da qualidade da água, o assoreamento dos cursos d'água, a alteração da vazão dos rios e a degradação da paisagem.
Impactos ao Meio Físico Os principais impactos ao meio físico, relacionados à construção de uma barragem de rejeito da mineração de ferro, são: ... Os impactos ambientais de alteração da paisagem e assoreamento de cursos d'água apresentam natureza negativa e média relevância.
Além do deslocamento de comunidades humanas, o enchimento de áreas para a criação do reservatório também mata plantas, e provoca a morte de animais por afogamento ou os força a procurarem novas áreas para seguirem suas vidas. Os reservatórios também fragmentam habitats valiosos e cortam corredores migratórios.
Água: A lama liberada pelo rompimento da barragem afetou o rio Paraopeba, um dos afluentes do rio São Francisco. Como consequência, animais e plantas aquáticas morreram em decorrência da redução da quantidade de oxigênio na água. Além de causar a morte do rio, a lama torna a água imprópria para consumo humano.
No dia 25 de janeiro de 2019, 14 toneladas de lama de rejeitos foram liberados com o rompimento da barragem operada pela mineradora Vale, deixando 259 mortos e um rastro de destruição pelo caminho. Ainda há 11 pessoas desaparecidas. A água está sem condições de consumo.
As águas do rio Paraopeba estão impróprias para qualquer uso, diz Malu Ribeiro. Foto: Divulgação/SOS Mata Atlântica. De acordo com Malu, o tsunami de lama e rejeitos de minérios carreou para o Paraopeba árvores e animais mortos, restos de casas, fossas sépticas e bactérias.
Em janeiro, um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica revelou que altas concentrações de metais pesados vazados da barragem, como ferro, cobre, cromo, manganês e sulfeto, foram encontradas em todos os 21 pontos de coleta, em trechos do Paraopeba a 365 km do local do rompimento.
Em razão da grande quantidade de lama que foi depositada na região, o solo terá sua composição alterada, o que pode prejudicar o desenvolvimento de algumas espécies vegetais. Além dessa alteração, quando a lama seca, forma uma camada dura e compacta, que também afeta a fertilidade do solo.
Essa semana, a Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou relatório técnico assinalando que a tragédia poderia ter sido evitada se a Vale tivesse prestado informações corretas ao Sistema de Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM).
Desta vez na cidade de Brumadinho....Gestão de Crise: 9 lições para aprender com a tragédia de Brumadinho
O rompimento de barragem em Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 foi o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século. Foi um dos maiores desastres ambientais da mineração do país, depois do rompimento de barragem em Mariana.