No período em que se dá a análise do sentimento de infância conhecido como idade média e idade moderna que se datarmos compreende-se do final do século XIII com o desenvolver no decorrer dos séculos encontramos indícios característicos no século XVII.
Foi somente no século XVIII com o surgimento do sentimento de infância, que a concepção de infância se efetivou. A partir daí elas passam, do ponto de vista biológico, a ser tratadas com particularidades, a serem percebidas na sua singularidade por possuírem sentimentos próprios.
Na antiguidade, os gregos utilizavam palavras ambíguas para classificar qualquer pessoa que estivesse num estágio entre a infância e a velhice, não havendo, portanto, um conceito para designar a infância ou mesmo uma diferenciação nas etapas do seu desenvolvimento.
Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, trabalhavam nos mesmos locais, usavam as mesmas roupas. ... Por essa visão, foi um período onde a infância era caracterizada pela inexperiência, dependência e incapacidade pois não tinha as mesmas compreensões que um adulto.
Áries se refere a dois sentimentos da infância: o da paparicação e o dos moralistas. ... Esse sentimento, por sua vez, passou para a vida familiar. No século XVIII, encontramos na família esses dois elementos antigos associados a um elemento novo: a preocupação com a higiene e a saúde física (ARIÈS, 1981, p. 163-164).
Ele defendeu que a infância é um conceito construído socialmente na transição da sociedade feudal para a industrial. Essa ideia abriu espaços para várias discussões, sendo apreciada ou refutada, impulsionando um novo campo epistemológico.
A maneira como a infância é vista atualmente é mostrado no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasília, 1998), que vem afirmar que "as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio".
O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. [...]" (Aries, 1981, p. ... [...]" (Ariès, 1981, p.
De acordo com sua interpretação, o sentimento de amor pelas crianças foi, durante muitos séculos, despercebido, sufocado, chegando mesmo a não existir. ele chamou de "descoberta" da infância, questionando, sobretudo, o risco que significa a interpretação unidirecional de um sentimento de infância, como aponta Ariès.
A arte medieval representava a criança como um adulto em escala reduzida. ... Ela era vista como substituível, como ser produtivo que tinha uma função utilitária para a sociedade, pois a partir dos sete anos de idade era inserida na vida adulta e se tornava útil na economia familiar.