Os rituais funerários, de sua parte, consistem em separar os vivos do morto, fazendo que o último retorne ao outro mundo, mundo não-humano. Toda morte coloca os vivos, nela envolvida, num estado de liminaridade.
Os indígenas sul-americanos, segundo a antropóloga Branislava Susnik (1983, p. 54), não manifestavam medo da morte, mas um profundo medo dos mortos, das almas dos mortos que colocavam em perigo as almas dos parentes vivos. Este aspecto pôde ser constatado por Viveiros de Castro (1986, p.
"Qualquer pessoa pode passar pelo tratamento, mas só quem pode aplicar são os velhos que sabem. É feita uma reza na pimenta. Ela tem que ser benzida", explicou Lourival. Durante a sangria, após o corte, é aplicada também uma mistura de limão, pimenta e a raiz de uma árvore sobre a pele cortada.
Muitos povos indígenas acreditam em deuses e seres mitológicos ligados a elementos da natureza, e o território é o espaço físico onde essas divindades se manifestam. Ou seja: a terra não é apenas o lugar onde os índios moram. É um elemento central da religião e da identidade cultural deles.
Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.