Mais quatro brasileiros entraram no 36º ranking anual da Forbes das pessoas mais ricas do planeta. Pedro Franceschi, de 25 anos, e Henrique Dubugras, de 26 anos (US$ 1,5 bilhão cada – R$ 6,9 bilhões), da fintech Brex, Sasson Dayan e sua família, do banco Daycoval (US$ 1,3 bilhão – R$ 6 bilhões), e Marcelo Kalim, do C6 Bank (US$ 1 bilhão – R$ 4,6 bilhões). Ao todo, são 62 nomes indivíduos ou famílias do Brasil que acumulam fortunas acima de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,6 bilhões na cotação de hoje).
Os quatro filhos adultos do falecido bancário brasileiro Joseph Safra, falecido em dezembro de 2020, herdaram pouco menos da metade de sua fortuna. Jacob Safra, 45, é responsável pelo banco suíço J. Safra Sarasin, pelo Safra National Bank de Nova York e pelos imóveis da família nos Estados Unidos. David Safra, 36 anos, administra o Banco Safra no Brasil e as participações imobiliárias brasileiras do Grupo J. Safra. Alberto Safra, 41, deixou a diretoria do Banco Safra em 2019 e mora em São Paulo. Esther Safra Dayan, 43 anos, é casada com Carlos Dayan, filho de banqueiro brasileiro, e mora em São Paulo. A mãe dos irmãos e viúva de Joseph, a cidadã grega Vicky Safra, herdou cerca de US$ 7,4 bilhões da fortuna de Joseph.
João Roberto Marinho e seus dois irmãos bilionários, José Roberto e Roberto Irineu, herdaram o controle da Globo, o maior grupo de mídia do Brasil, que inclui a Rede Globo e a Globosat, a maior provedora de TV paga do Brasil. João Roberto trabalhou em O Globo, um dos jornais mais influentes do Brasil, onde ocupou vários cargos antes de se tornar vice-presidente em 1982. Atualmente, é agora vice-presidente do conselho de administração do Grupo Globo e presidente do Conselho Editorial e do Comitê Institucional.
Daniel Feffer é um dos quatro irmãos que controlam a Suzano, empresa de papel e celulose fundada em 1924 por seu avô. Segundo mais velho dos irmãos, ele é vice-presidente da Suzano, que no início de 2019 adquiriu a empresa brasileira de celulose e papel Fibria Celulose.
O homem mais rico do país é Jorge Paulo Lemann, que é sócio da 3G Capital, com patrimônio estimado em US$ 16,1 bilhões, o que o coloca como no 102º lugar entre os bilionários de todo o mundo.
Confira abaixo a lista inteira das dez empresas brasileiras que mais geraram bilionários em 2022:
Carlos Sanchez é dono e dirige a empresa privada de medicamentos genéricos EMS S.A., fundada por seu falecido pai. Nos últimos anos, a empresa se beneficiou da adição de medicamentos, incluindo versões genéricas de Viagra e Lipitor, ao seu arsenal de vendas. A EMS foi fundada pelo pai de Sanchez, Emiliano, em 1950 como uma pequena farmácia. Sanchez herdou o EMS aos 26 anos, quando seu pai morreu, e detém 75% da empresa. O restante é de propriedade dos filhos de sua irmã, que faleceu em 2009.
Neide Helena de Moraes é herdeira de uma participação no Grupo Votorantim, conglomerado industrial brasileiro. Ela é neta de José Ermírio de Moraes, que fundou o Grupo Votorantim em 1918, e já apareceu na lista da Forbes em 2014. Neide Helena herdou uma participação de 8% na empresa familiar após a morte de seu pai, José Ermírio de Moraes Filho, em 2001. Seus dois irmãos, José Ermírio de Moraes Neto e José Roberto Ermírio de Moraes, também herdaram participações.
Liu Ming Chung, naturalizado brasileiro, e sua esposa, Cheung Yan, que também é bilionária, lideram a Nine Dragons Paper, uma das maiores produtoras de papel da Ásia. A Nine Dragons, listada em Hong Kong, começou como fornecedora de embalagens para exportadores na China e agora também se beneficia da demanda do consumidor desse país.
Pedro Franceschi é co-CEO da Brex, uma fintech que visa reformular o cartão de crédito corporativo. Ele conheceu o cofundador Henrique Dubugras em uma discussão no Twitter em 2012, quando ambos estavam no último ano do ensino médio. Em 2013, a dupla lançou uma startup de pagamentos, a Pagar.me, para pequenas empresas no Brasil que foi vendida em 2015. Franceschi cresceu no Rio de Janeiro e frequentou Stanford com Dubugras por menos de um ano antes de desistirem para iniciar o Brex em 2017. Ele se tornou bilionário em janeiro de 2022, quando a Brex – com sede na Califórnia – levantou dinheiro de investidores privados que a avaliaram em US$ 12,3 bilhões.
Maurizio Billi é presidente da Eurofarma, empresa farmacêutica sediada no Brasil que vende versões genéricas de medicamentos como o Viagra. A Eurofarma foi fundada por seu pai em 1972 e se tornou uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil, com faturamento superior a US$ 1 bilhão. A empresa, que expandiu para as Américas Central e do Sul através da aquisição de fornecedores médicos, laboratórios e outras empresas farmacêuticas, afirma que cresceu 17% em média nos últimos 15 anos. Atualmente, emprega mais de 6.000 pessoas.
Os primeiros brasileiros colocados na lista são da 3G Capital, grupo que faz a gestão de grandes marcas brasileiras e internacionais dos mais variados setores, como Burger King, Ambev, Kraft-Heinz e Americanas.
Anne Marie Werninghaus é a maior acionista individual da WEG, maior fabricante de motores elétricos da América Latina. A empresa foi cofundada por seu avô Geraldo Werninghaus junto com os bilionários Eggon João da Silva e Werner Ricardo Voigt. Multinacional de capital aberto com fábricas em cinco países, a WEG faturou US$ 3,05 bilhões em 2020. Anne, que não trabalha na empresa nem ocupa um cargo no conselho, vive tranquilamente em Joinville, cidade brasileira onde os alemães se estabeleceram, não muito longe da sede da WEG.
O pai do empresário fundou a Arisco, uma empresa de produtos alimentícios, em 1969. Em 2000, João Alvez de Queiroz Filho fundou a Hypermarcas, que vende alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e produtos de beleza e higiene pessoal. A Hypermarcas SA abriu seu capital em 2008 e cresceu por meio de aquisições, lançamentos de novos produtos e divulgação com celebridades. A Coty, fundada em Paris em 1904, comprou as unidades de cuidados pessoais e bens de consumo da Hypermarcas por US$ 1 bilhão em 2016. Em dezembro de 2017, a empresa mudou seu nome legal para Hypera Pharma e fabrica medicamentos prescritos e não prescritos.
Pinheiro Koren de Lima, um oncologista, usou o dinheiro que economizou de sua prática médica para abrir um hospital na cidade brasileira de Fortaleza em 1986. Ao longo dos anos, ele acrescentou mais hospitais, depois clínicas de saúde e, eventualmente, seguros de saúde, criando o que hoje é o Grupo Hapvida. Ele abriu o capital da Hapvida em abril de 2018 na bolsa de valores de São Paulo e é o presidente do grupo, com seus Jorge e Candido Junior, também bilionários, fazendo parte do conselho de administração. A empresa possui 25 hospitais em pelo menos 11 estados brasileiros diferentes.
Considerados os maiores acionistas individuais com uma fortuna avaliada em R$ 8,15 bilhões e R$ 8,90 bilhões, respectivamente, ambos têm juntos 23% de participação nas ações com direito a voto da companhia. Os sete herdeiros da família Setúbal também integram a lista, fazendo parte dos principais acionistas, juntamente com Ana Lúcia e Alfredo Villela.
A varejista Magazine Luiza conquistou o terceiro lugar com sete acionistas bilionários em 2022, somando R$ 14,54 bilhões. Luiza Trajano, fundadora da empresa, permanece a maior acionista individual com fortuna estimada em R$4,30 bilhões e com aproximadamente 17% das ações. Outros seis membros da família Trajano possuem patrimônio acima de R$ 1 bilhão.
Ainda assim, a Forbes encontrou mais de 1.000 bilionários ainda mais ricos do que eram há um ano. E 236 recém-chegados se tornaram bilionários no ano passado, incluindo os primeiros de Barbados, Bulgária, Estônia e Uruguai. Os Estados Unidos ainda lideram o mundo, com 735 bilionários, que somam US$ 4,7 trilhões, incluindo Elon Musk, líder da lista de bilionários do mundo pela primeira vez. A China (incluindo Macau e Hong Kong) continua em segundo lugar, com 607 bilionários no valor coletivo de US$ 2,3 trilhões.
Presidente do conselho do BTG Pactual, André Esteves, de 53 anos, tem fortuna avaliada em R$ 27 bilhões, ocupando a posição 438 no mundo, sendo o oitavo brasileiro mais rico.
Marcelo Kalim cofundou o banco digital C6 em 2018 e vendeu uma participação de 40% ao JP Morgan em junho de 2021 por um valor não divulgado. De 2019 a 2021, o C6 conquistou 7 milhões de clientes. Antes do C6, Kalim foi um importante acionista e executivo de longa data do BTG Pactual do Brasil, o maior banco de investimentos da América Latina.