No caso dos trabalhadores da mineração e da terra, suas vidas eram consumidas em extenuantes cargas de serviço braçal e a suas condições de vida eram as piores possíveis. Os escravos domésticos, porém, viviam em circunstâncias um pouco melhores e podiam comprar sua liberdade, se conseguissem.
ESCRAVIDÃO, ESCRAVO NEGRO: a chamada "escravidão moderna, ou escravidão negra" começou com o tráfico africano no século XV, por iniciativa dos portugueses (em 1444, estes começam a adquirir escravos negros no Sudão), com a exploração da costa da África e a colonização das Américas.
Trazidos da África para trabalhar na lavoura, na mineração e no trabalho doméstico, os escravos eram alojados em galpões úmidos e sem condições de higiene, chamados senzala. Além disso, eles viviam acorrentados para evitar fugas, não tinham direitos, não possuíam bens e constantemente eram castigados fisicamente.
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Os escravos praticamente sempre dormiam em palha ou em chão duro de terra batida. Os homens viviam separados das mulheres e das crianças. ... Muitas vezes, os escravos eram acorrentados dentro das senzalas para se evitar as fugas. Costumavam ser rústicas, abafadas (possuíam poucas janelas) e desconfortáveis.
A farinha de mandioca era a base da alimentação dos escravos. Sobre a comida dos cativos, Rugendas observou que eram alimentados com farinha de mandioca, feijão, carne-seca, toucinho, banana e frutas refrescantes. ... Toucinho, feijão e farinha eram infalíveis na refeição do negro de ganho, a jornal ou artesão.
Esses engenhos de açúcar eram de propriedade do chamado senhor de engenho e eram constituídos da casa-grande, senzala e moenda (onde ocorria a produção de açúcar). ... O canavial e o curral também faziam parte da estrutura do engenho. A casa-grande era onde o senhor de engenho e toda a sua família viviam.
Os escravos de campos integravam 80% dos trabalhadores escravizados dos engenhos de açúcar e trabalhavam plantando, colhendo, guiando boiadas e outros animais, pescando, caçando, entre outras coisas. ... O sistema de trabalho nos engenhos era geralmente por tarefas, ou seja, cada escravo exercia uma tarefa diária.
A vida dos escravos na fazenda era terrível: não tiveram, durante a maior parte do período, direitos, recebiam castigos cruéis e desumanos dos seus senhores, alimentação inadequada e habitavam nas senzalas, em conjunto, sem ter acesso aos serviços sociais básicos.
Era o grupo mais numeroso da sociedade açucareira. Em função das péssimas condições em que viviam, dos castigos físicos e da ausência de liberdade, possuíam baixa expectativa de vida (no máximo até 35, 40 anos). Resistiram à escravidão através de revoltas e fugas para a formação dos quilombos.
Os escravos eram designados a diversas atividades, como a lavoura, extração de cana-de-açúcar, serviços domésticos, cultivo de algodão, tabaco e café, entre outros. Entre as atividades a mais importante foi a atividade açucareira, pois naquela época ela se tornou o pilar onde se sustentava a economia colonial.
Os escravos trabalhavam em todas as etapas da produção do açúcar, desde o plantio até a fabricação do açúcar nos engenhos. ... Nos séculos XVIII e XIX eram comuns, principalmente nas cidades maiores, os escravos de ganho. Estes tinham a liberdade de executar serviços ou vender mercadorias (doces, por exemplo) nas ruas.
Resposta. Os Africanos não trabalhavam somente nos engenhos de cana-de-açúcar, contudo, muitos escravos trabalhavam como barqueiros, estivadores, vendedores, serviços domésticos e artesanato.
*Trabalhadores Livres: - Mestre do açúcar: Era o artesão mais especializado do engenho. Sendo o responsável pela qualidade final do produto,ele controlava a moagem,o cozimento do caldo e a consistência do açúcar,e coordenava as demais tarefas.
Vale lembrar que os escravizados muitas vezes eram obrigados a participarem dos cultos. Casas de Trabalhadores Livres: pequenas e simples habitações onde viviam os trabalhadores livres do engenho. Geralmente eram empregados especializados como carpinteiros, mestre de açúcar, etc.
Cabia aos feitores coagir os escravizados, tratando com violência qualquer tentativa de insurreição dos trabalhadores e dividindo as tarefas do plantio e colheita entre os escravos.
Mais conhecidos como engenhos, tais localidades eram compostas por uma moenda, uma casa das caldeiras e das fornalhas e a casa de purgar. Com o desenvolvimento da economia açucareira, os engenhos se espalharam de forma relativamente rápida no espaço colonial, chegando a contar com 400 unidades no começo do século XVII.
A produção do açúcar seguia uma lógica de funcionamento nos engenhos coloniais. ... Lá, a cana-de-açúcar que havia sido colhida e transportada era moída e prensada por grandiosas e pesadas engrenagens. Depois de moer e prensar a cana, o caldo obtido era cozido na casa das fornalhas (cozinha).
Em 1516, foi construído no litoral pernambucano o primeiro engenho de açúcar de que se tem notícia no Brasil, mais precisamente na Feitoria de Itamaracá, confiada ao administrador colonial Pero Capico — o primeiro "Governador das Partes do Brasil".
O duro trabalho nos engenhos — desde a limpeza do solo para a preparação do plantio da cana até a fabricação e transporte do açúcar para comercialização — era feito por escravos. Por isso, já desde a primeira metade do século XVI, chegavam ao Brasil grandes contingentes de mão-de-obra escrava desde a África.
O Engenho Colonial. O engenho, a grande propriedade produtora de açúcar, era constituído, basicamente, por dois grandes setores: o agrícola - formado pelos canaviais -, e o de beneficiamento - a casa-do-engenho, onde a cana-de-açúcar era transformada em açúcar e aguardente.
- Moenda: maquinário usado no processo de fabricação do açúcar. Era uma espécie de triturador composto por rolos, que servia para esmagar a cana-de-açúcar a fim de se obter o caldo da cana. A moenda podia funcionar através da força (energia) gerada por bois, água (através de moinho de água) ou humana (escravos).
Resposta: Explicação: Ao contrário do que muitos chegam a imaginar, os engenhos não estavam disponíveis em toda e qualquer propriedade que plantava cana-de-açúcar. Os fazendeiros que não possuíam recursos para construírem o seu próprio engenho eram geralmente conhecidos como lavradores de cana.
Resposta. Os engenhos eram divididos em tipos que dependiam do modo como funcionavam, havendo, nesta perspectiva, três tipos de engenho (e não dois): os de Alçaprensa, os de Trapiche e os de Água (ou Reais). ... Já os de água (ou reais), os mais sofisticados, eram movidos pela força motriz de um rio próximo.
Resposta. Resposta:Existiam duas principais formas de engenho: os movidos ou deslocados por força animal (que eram chamados de trapiches); e os engenhos movidos por força hidráulica, ou seja, movidos pela água (denominados reais).
O açúcar representou a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil. Devido à grande adaptabilidade da cana em nosso clima e solo, durante muito tempo, foi a base da economia colonial.