Metade dos solos agricultáveis do mundo está degradada, segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A entidade estima que o gasto global com fertilizantes para repor os nutrientes perdidos com processos erosivos dos solos é de US$ 110 a US$ 200 bilhões, anualmente. Mas afinal o que é erosão e como isso pode afetar a lavoura?
Esta é causada pela atividade humana devido ao desmatamento, construção de estradas, mineração e práticas agrícolas ou de pecuária. Essas ações podem acelerar o processo de erosão, tornando-a mais intensa e destrutiva.
É causada pela ação do mar e das ondas nas áreas costeiras. Exemplo: as ondas podem desgastar as falésias e as praias, provocando a retirada de areia e sedimentação e levando para outros locais.
Mesmo que para isso sejam necessárias mais voltas e manobras do trator, as quais serão traduzidas em mais tempo e custo para a realização do trabalho, a semeadura morro abaixo é uma prática comprovadamente causadora de erosão e deve ser inibida.
Erosão costeira e em encostas podem afetar estruturas próximas, como edifícios, rodovias e sistemas de infraestrutura.
Mesmo que você invista em sementes com alto potencial genético, com qualidade fitossanitária assegurada, em fertilizantes e em manejo fitossanitário não haverá bons resultados se não houver controle da erosão.
O primeiro passo é pensarmos sobre a viabilidade da implantação da nossa lavoura. Talvez não seja boa ideia implantar cultivos anuais em Neossolos em áreas com declive acentuado, pois as estratégias para controle da erosão demandariam muito investimento.
A erosão glacial não acontece no Brasil, mas é um fenômeno importante em locais onde é comum o acúmulo de gelo e neve na superfície. Essa erosão é causada pelo atrito entre o gelo e o solo ou rocha em que ele se deposita. Quando ele começa a derreter, o gelo desliza sobre a camada superficial do solo causando um desgaste no material.
Apesar de os Latossolos representarem a classe de solo mais abundante no Brasil, o fato de serem profundos não significa que medidas de contenção da erosão do solo possam ser descartadas.
Acontece quando há aclives que facilitam o escoamento superficial da água. Dessa forma, é mais provável que uma erosão se forme. Principalmente em regiões não planas, por exemplo.
Como a erosão transporta sedimentos e produtos químicos para rios, lagos e corpos d’água. Isso pode afetar a qualidade da água, diminuição da água potável e impacto negativo nos ecossistemas aquáticos.
Esta erosão é causada pelo vento que transporta partículas de solo e as deposita em outros locais. O vento pode desgastar rochas e moldar a paisagem. Um exemplo deste tipo de erosão é a formação de dunas de areia em regiões desérticas devido à ação constante do vento.
Os sedimentos erodidos podem se acumular nos corpos d’água, reduzindo sua capacidade de armazenamento e afetando a qualidade da água, prejudicando a navegação, aumentando o risco de inundações e prejudicando a vida aquática.
Esta erosão cárstica ou cársica ocorre através de um processo de desgaste e remodelação da superfície terrestre que se dá em regiões onde existem formações geológicas solúveis, como rochas calcárias, dolomíticas e gipsitas. Essas rochas são compostas principalmente por minerais solúveis em água, como o calcário (carbonato de cálcio). Exemplo: a água dissolve gradualmente a rocha, levando à formação de cavernas e dolinas.
Para quem cria gado ou animais de pastagem, é recomendável adotar um manejo adequado do pastoreio, evitando o superpastejo, que pode danificar a cobertura vegetal e expor o solo.
Erosão eólica: é causada pelo vento ao transportar materiais que se desgastam das rochas e solos. É mais frequente em áreas semiáridas, áridas e desérticas. Ao transportar as partículas de areia ou mesmo fragmentos de rochas, esses sedimentos, ao longo de milhares de anos, desgastam as áreas que atingem, esculpindo arcos, rochas ou formando desertos pedregosos, como os regs do deserto do Saara, no continente africano.
Não é possível evitar totalmente a erosão, já que este processo é natural. Porém, várias medidas em relação ao uso do solo podem ser tomadas para que ela não tenha grandes impactos para o meio ambiente e para a população.
O terraceamento consiste na construção de barreiras físicas à passagem de água e partículas suspensas, diminuindo o comprimento do declive e, por consequência, a velocidade da água, acabando por mitigar a erosão do solo.
A erosão também pode ter impacto direto em vidas humanas. No caso de habitações em encostas e margens de rios, a erosão pode deixar a área mais suscetível a deslizamentos de terra, colocando em risco a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Uma lavoura onde não há cobertura e o escoamento superficial de água é facilitado, gerando erosão do solo, é como uma torneira aberta jogando fora os nutrientes dissolvidos em água.
A ação da água dos rios sobre seu leito e suas margens pode causar um processo de erosão chamado de fluvial. No primeiro momento, a erosão fluvial atua principalmente no fundo do canal, removendo o material ali presente e aprofundando o rio. A partir de um ponto, a profundidade se estabiliza, e a remoção de material passa a ser principalmente nas margens.
Este tipo de erosão ocorre em regiões cobertas por geleiras. O gelo se move lentamente e arrasta rochas e sedimentos, desgastando a superfície. Exemplo: a formação de vales em forma de U em áreas onde as geleiras já existiram, como nos Alpes.
Esse processo tem o potencial de ocasionar ou agravar enchentes em períodos de chuvas intensas, podendo causar prejuízos não somente ao produtor, mas também à comunidade como um todo.