Esta é a hora da estrela de cinema, onde ela vai ser “tão grande como um cavalo morto”. Ao ser atropelada, Macabéa descobre a sua essência: “Hoje, pensou ela, hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci”. ... Com ela morre também o narrador, identificado com a escrita do romance que se acaba.
Macabéa prova o gostinho da felicidade. Bem que ela poderia ter pensado que Deus se fez homem para despertar nos homens o gosto de uma vida de deuses. ... Com esse final infeliz, Macabéa parece desvelar seu segredo. Como todo ser humano, desejava ser feliz, mas é na morte que realiza seu desejo.
Rodrigo S.M.
A "Hora da Estrela" representa o momento epifânico de Macabéa: a hora da morte. É irônica porque só no momento da morte é que Macabéa alcança a grandeza do ser. ... A escritora e o narrador, usando as personagens Macabéa e Olímpico, tecem críticas a respeito do ato de falar, expressar-se, escrever, ler, interpretar.
Quando é, afinal, tempo de morangos? Qualquer momento ou instante de respiração, ofegante ou pausada, em que nos sentimos vivos, qualquer tempo anterior à nossa partida. Em A hora da estrela, Clarice Lispector encerra a narrativa com a descoberta da própria morte.
Cenário. A história se passa na cidade do Rio de Janeiro. A protagonista tem sua origem na região Nordeste, mais exatamente em Alagoas. Porém a maior parte de suas vivências transcorre em terras cariocas.
Já Rodrigo, o narrador de A hora da Estrela, define a história como um “desabafo”, um “melodrama”, entre outros. E por fim, os críticos de modo geral, atribui o livro ao Romance. O foco narrativo escolhido é a primeira pessoa.
“A Hora da Estrela” é o último romance da escritora brasileira Clarice Lispector, publicado em 1977. Trata-se de uma obra instigante e original, de cunho autobiográfico, pertencente à Terceira Geração Modernista.