RESPLANDES, Mayara Nayane Rodrigues Ferreira [1], FARIAS, Paula Lorrayne Alves de [2], SIQUEIRA, Naia [3]
Inicialmente, é preciso esclarecer uma questão importante. Apesar de ser conhecido popularmente como Botox, esse é o nome da marca que primeiro comercializou a toxina botulínica no Brasil, ainda na década de 1990.
GOUVEIA, B. N.; FERREIRA, L. DE L. P.; ROCHA SOBRINHO, H. M. O uso da toxina botulínica em procedimentos estéticos. Revista Brasileira Militar de Ciências, [s.l.], v. 6, n. 16, p. 56-63, dez. 2020. Disponível em: https://rbmc.emnuvens.com.br/rbmc/article/view/72. Acesso em: 29/10/2021.
Seu uso, a par do preparo do profissional devidamente habilitado, sob os auspícios dos órgãos responsáveis, com o conhecimento necessário a fim do seu emprego, revela-se seguro e eficaz, para promover um tratamento rejuvenescedor e melhoria na autoestima do paciente.
BRATZ, Pâmela Dominik Engers; MALLET, Emanuelle Kerber Viera. Toxina botulínica tipo a: abordagens em saúde. Revista Saúde Integrada, [s.l.], v.8, n. 15-16, [2015]. Não paginado. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/229766158.pdf. Acesso em: 1/11/2021.
CAVALCANTE, Joyce da Silva; MELO, Juliana Cristina Dias de. O impacto da toxina botulínica na estética facial. Trabalho de Conclusão de Curso-Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2020.
Isso porque quando a toxina é ingerida, pode levar à falha da respiração e a pessoa pode morrer por asfixia, o que pode acontecer também quando grandes quantidades dessa toxina é injetada, podendo haver paralisia de outros órgãos.
Destaca-se que essa opção de tratamento pode começar antes dos 30 anos, mas a paciente deve ter consciência de que é necessário reaplicar a substância a intervalos regulares de cerca de 6 meses para garantir os resultados no longo prazo.
Devido aos benefícios da toxina botulínica esse é um tratamento estético que não para de crescer e, cada vez mais, conquista adeptos mais novos, sendo importante conhecer os efeitos no longo prazo.
Figura 4: 1) frontalis; 2) temporalis; 3) corrugator supercilii; 4) procerus; 5) depressor supercilii; 6) orbicularis oculi; 7) nasalis; 8) levator labii superioris alaeque nasi; 9) levator labii superioris; 10) zygomaticus minor; 11) zygomaticus major; 12) orbicularis oris; 13) modiolus; 14) risorius; 15) platysma; 16) depressor anguli oris; 17) depressor labii inferioris; e 18) mentalis.
Entre os benefícios da toxina botulínica destaca-se justamente evitar essa formação de rugas no longo prazo, pois a amenização das rugas dinâmicas também vai reduzir a formação de sinais permanentes com o passar dos anos.
Além disso, dependendo do objetivo do tratamento, a toxina botulínica pode ser injetada, em baixas concentrações e na dose recomendada, por via intramuscular, o que pode resultar no bloqueio dos sinais nervosos relacionados com a origem da dor e promover o relaxamento muscular.
Conforme destaca Sposito (2009, p. 28), esse mecanismo ocorre em três etapas, a saber: “(a) ligação ao terminal nervoso colinérgico; (b) internalização/translocação;(c) inibição cálcio-dependente da liberação (exocitose)do neurotransmissor.”
Desse modo, vale destacar que a administração da toxina se dá por via intramuscular/intradérmica, obedecendo-se o protocolo técnico devido da área a ser tratada, donde entender que essa região deve ser de conhecimento do respectivo profissional (GOUVEIA; FERREIRA e SOBRINHO 2020).
COLHADO, Orlando Carlos Gomes; BOEING, Marcelo; ORTEGA, Luciano Bornia. Toxina botulínica no tratamento da dor. Revista Brasileira de Anestesiologia, [s.l.], v. 59, n. 3, p. 366-381, maio/jun. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rba/a/9FZzDfrZwV6Yd8D9VspBM5p/?format=pdf. Acesso em: 02/11/2021.
Outro objetivo das pacientes que aderem ao toxina botulínica é evitar a formação de rugas dinâmicas, pois elas ocorrem devido aos movimentos da face, como ao contrair a testa, ao sorrir (pés de galinha nos olhos) e na boca (código de barras).
De acordo com Sposito (2004), as reações adversas podem ser classificadas em dois grupos, a saber: a) decorrentes da ação da injeção; e b) decorrentes da ação do produto. Entre essas complicações, podem ser citadas as seguintes: dor, eritema e edema; diplopia; ptose palpebral superciliar, equimose (UEBEL, 2019; SANTOS; MATTOS e FULCO, 2015; SPOSITO, 2004).
De acordo com Nascimento et al. (2021), podem ser apresentados por esse organismo sete tipos sorológicos (A-G), devendo ser destacado que o tipo A é aquele que se apresenta como o mais potente, tendo efeito prolongado. Silva (2009) sustenta que esses tipos de toxinas botulínicas são divididos em grupos, respeitando-se suas características genéticas e fenotípicas. A tabela 1, da lavra da citada autora, ilustra essa divisão de acordo com as propriedades sorológicas.
Não menos significativo é, também, trazer à lume as complicações do seu uso inadequado na face, podendo implicar em prejuízo estético ao paciente, algo totalmente indesejado.
O padrão de beleza imposto pela sociedade atual está atrelado à juventude. Vale registrar que pode ser considerada um foco de comunicação humana, estando relacionada a aspectos como a percepção e atratividade (GIMENEZ, 2006).
A toxina botulínica possui peso molecular de 150 kDa, e é produzida como uma cadeia peptídica simples, cuja composição é formada por 3 porções de 50 kDa, quais sejam L, Hc, e Hn. As pontes protease-sensíveis conectam essas porções entre si, e cada porção exerce papel distinto na intoxicação celular (SILVA, 2009).