Uma segunda oficina foi promovida no I Encontro de Educadores Guarani dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que ocorreu na primeira semana de agosto de 1997 em Angra dos Reis, quando trabalhamos durante dois dias com professores indígenas de diversas aldeias guarani desses dois estados.
Vasco da Gama ainda retornou duas vezes à Índia, com o objetivo de submeter a região. Usando de grande poderio militar e colocando hindus contra muçulmanos, os portugueses fundaram feitorias em Cochim, Cananor, Goa, Diu e em outras praças de comércio da Índia, organizando o que seria, futuramente, o Estado Português da Índia. Além disso, fundaram fortes em todo litoral da rota do Cabo, para garantir abastecimento aos navios que por ali passassem.
Mas com a chegada de Cristóvão Colombo à América (1492), d. João 2º teve que se dedicar a negociar com a Espanha um novo acordo, que garantisse para Portugal a rota de navegação pelo litoral africano.
A pouca importância dada às atuações dos índios e o apagamento de suas identidades étnicas construíram-se pari passu com a supervalorização do desempenho dos colonizadores em narrativas eurocêntricas e preconceituosas que davam conta de responder às questões citadas. Heróis ou vilões, os poderosos portugueses teriam sido capazes de dominar milhares de povos guerreiros, catequizá-los e discipliná-los, fazendo-os trabalhar e defender a terra como fiéis e submissos servidores do rei. Com leis que oscilavam entre o apoio a práticas de violência e de proteção aos índios, os portugueses e, posteriormente, os brasileiros teriam conseguido vencer, civilizar e/ou manipular inúmeros povos em proveito próprio, submetendo-os completamente, até fazê-los desaparecer sem deixar vestígios.
Esta última observação de Monteiro aponta para o fato de que, para além da contribuição acadêmica aqui apresentada, a inclusão dos índios como protagonistas em nossa história reveste-se também de extrema importância do ponto de vista social e político. Ao revelarem as atuações dos índios na História do Brasil, restituindo-lhes a condição de sujeitos, as novas interpretações são essenciais para desconstruir ideias preconceituosas e racistas ainda muito presentes em nossas sociedades, sobretudo em regiões próximas às áreas indígenas. Para os índios, em especial, as novas narrativas têm o efeito de fortalecer sua autoestima, na medida em que se veem representados como agentes de suas próprias histórias. Histórias de imensas perdas, derrotas, mortes, explorações e deslocamentos forçados, porém histórias também suas, nas quais não deixaram de atuar, nem tampouco se anularam, enquanto grupos distintos.
Muito se fala hoje em dia sobre as expectativas dos portugueses em relação às Índias (na época, esse nome era dado a toda região do Oceano Índico), mas o fato é que, no início da expansão marítima, esse não era o projeto da coroa portuguesa. Mesmo o infante d. Henrique, responsável pelo início da exploração do litoral atlântico da África, não tinha como meta chegar ao Índico.
Quanto mais crescia o comércio entre Portugal e África, mais aumentava o comércio de escravos, pois os portugueses precisavam de mão-de-obra para a produção de cereais e açúcar nas ilhas que tinham conquistado (Madeira, Açores, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe) - e, pouco tempo depois, no Brasil.
A partir de 1499, d. Manuel 1º adotou para si o título de "Rei de Portugal e dos Algarves d'aquém e d'além mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista da Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia".
Ou mesmo na reelaboração do professor guarani Renato da Silva em relação à possível antropofagia dos povos indígenas ao refletir sobre as xilogravuras e os textos presentes no livro Duas viagens ao Brasil de Hans Staden.
Contra essa ordem, a reação indígena assumiu muitas vezes caráter violento, como a guerra dos Tamoios, que se estendeu por três anos, a partir de 1560. Incentivados por invasores franceses estabelecidos na Baía da Guanabara, vários grupos desses índios uniram-se numa confederação para enfrentar os portugueses, ao longo do litoral entre os atuais estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A atuação dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue, uma aldeia situada onde hoje se localizam os municípios paulistas de São Sebastião e Ubatuba.
A política de aldeamentos da Coroa Portuguesa, essencial para a ocupação do território na capitania do Rio de Janeiro, só foi possível pela negociação com os chefes indígenas. Cabe lembrar que, nos séculos XVI e XVII, a dependência dos portugueses em relação aos índios era imensa, e a construção do projeto de colonização dependia, em grande parte, das dinâmicas locais. Dinâmicas essas que incluem as ações dos povos subalternos, tais como indígenas, africanos e seus descendentes, como a história indígena e a história da escravidão estão revelando.
Para discutir a importância de incorporar os índios na História do Brasil como protagonistas, apresento uma reflexão sobre algumas mudanças historiográficas resultantes dessa incorporação, apontando a relevância acadêmica, social e política dessa prática. A inclusão dos índios em nossa história na condição de sujeitos tem propiciado novas interpretações sobre vários temas. Este artigo aborda alguns deles, priorizando minha pesquisa sobre os índios no Rio de Janeiro, em perspectiva comparativa com outras regiões do Brasil. Lembrando que a história indígena articula-se com as histórias colonial e nacional, o texto enfatiza a importância de estreitar diálogos entre os especialistas para compreensões mais complexas dos processos históricos. Do ponto de vista político e social, as novas interpretações históricas sobre os índios cumprem o papel essencial de desconstruir ideias preconceituosas e discriminatórias.
Ainda nesse sentido, uma possível historicização do mito, ou das diversas mitologias de um determinado grupo, é uma forma bastante ar riscada de buscar um relato histórico. A mitologia de um povo não deve ser tratada no âmbito escolar, e sim no espaço usual e já consagrado pela tradição: o espaço cultural, familiar e religioso. Qualquer tentativa de confinar o mito em livros didáticos de história pode nos conduzir a um perigoso descompasso cultural. Ao contrário do que pode parecer, a grafia e o registro da mitologia de um povo não significam sua valorização ou mesmo sua preservação.
a) a dificuldade que alguns professores e lideranças guarani possuem em relação ao domínio dos códigos de leitura e escrita, limitando consideravelmente sua compreensão de documentos escritos;
Vasco da Gama partiu de Portugal em julho de 1497, com uma frota de 4 embarcações, e se dirigiu à rota marítima do Cabo da Boa Esperança, ou, simplesmente, rota do Cabo.
Resposta. Resposta: Como os índios não tinham esta cultura semelhante a do povo europeu,ele os considerava inclivilizados,eles são como estacas de jardim.
Os jesuítas acreditavam que os indígenas poderiam ser facilmente influenciados, uma vez que caso não fossem catequizados, se submeteriam à condição de escravos pela colonização.
O Colonizador português, a princípio, via o indígena nativo como um inocente que deveria ser catequizado, depois, como um escravo que forneceria as riquezas da terra aos lusitanos.
1) Qual a visão dos indígenas que é apresentada em ambos os trechos que lemos? Quais elementos justificam sua resposta? a) Como povos não civilizados (bárbaros). Esta visão fica clara no início do texto : “...
Resposta: O significado de “modernidade” e suas lógicas de inclusão e exclusão dão-se da seguinte forma: os historiadores e sociólogos dividem de diferentes maneiras o seu período, mas há a concordância de que o Iluminismo e a Revolução Francesa são marcos da modernidade.
O índio ainda é visto como aquele que vive na natureza, ao modelo de índio primitivo que vivia na época da chegada dos portugueses ao Brasil de forma isolada da sociedade, sendo-lhe atribuídos diversas características negativas tais como “cruel, bárbaro, canibal, animal selvagem, preguiçoso, traiçoeiro…” (GERSEM, 2006, ...
Os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas tribos se encontravam na parte litorânea brasileira. Estes foram os primeiros índios a terem contato com os portugueses que aqui chegaram.