Descobrir um caroço crescendo na boca pode causar pânico. Porém, nem todos os tumores significam câncer. O fibroma ossificante é um tumor raro e benigno que ocorre nos ossos maxilares. Saiba mais sobre o que é fibroma ossificante, como ele se forma e onde você pode encontrar tratamento.
Paciente feoderma, sexo feminino, 40 anos, apresentou- se ao Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (CEOPE) encaminhada por uma colega periodontista para avaliação de lesão nodular em maxila. Segundo a paciente, a lesão já havia sido removida por duas vezes, a primeira vez em 2001 e a segunda em abril de 2004 no Hospital do Câncer em Cuiabá, e apresentava recidiva. Durante a avaliação sistêmica observou-se histórico de hipertensão arterial fazendo uso de Benicar HTC e Captopril 25 mg, 2 vezes ao dia.
10. Tolentino ES, Tolentino LS, Rocha JF, Iwaki LCV, Iwaki Filho L. Fibroma cemento-ossificante sintomático: relato de caso clínico.Rev Odontol UNESP. 2010; 39(1): 63-7.
A paciente assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, obedecendo à resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta diretrizes e normas de pesquisas envolvendo seres humanos.
Microscopicamente, o fibroma ossificante periférico caracteriza-se pela presença de feixes desordenados de tecido conjuntivo fibroso celularizado, com formação de depósitos ovoides, irregulares ou trabeculares de material osteoide ou cementoide. Observe nas figuras abaixo a deposição de material osteoide.
O objetivo deste artigo é ilustrar um caso de Fibroma Ossificante Periférico de tamanho incomum, diagnosticado no Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais, buscando alertar os profissionais quanto à importância da remoção completa da lesão e agentes etiológicos, visto tratar-se de um caso onde a lesão recidivou pela 3ª vez.
Neste caso, devido à extensão da lesão e comprometimento do corpo da mandíbula, optou-se se pela realização de remoção completa da lesão por meio de uma ressecção parcial da mandíbula e colocação de placa de titânio para aumentar a resistência mandibular e, assim, evitar fraturas desta após a remoção da peça cirúrgica.
Em 1966, Kempson descreveu dois pacientes com FO da tíbia, relatando seu comportamento agressivo local(4). Campanacci definiu uma entidade clínico-patológica, a osteodisplasia fibrosa dos ossos longos, que por sua vez incluía o FO(1).
13. Tomazoni AP, Raymundi B, Busin CS, De Carli JP, Silva SO. Estudo comparativo da atividade proliferativa celular do fibroma ossificante periférico e da lesão de células gigantes periférica. Revista Odonto 2009 jan/ jun;17(33):6-12.
O caso relatado no presente estudo concorda com Hoffmann e Krause6, Keluskar et al.8, Martins Junior et al.12, Das e Azher9, Poonacha et al.14, quanto ao crescimento, aspecto da lesão e região na qual se localiza, porém difere desses mesmos autores quanto a cor da paciente e a idade mais afetada, pois o nosso caso encontrava-se na 5º década de vida e em paciente feoderma.
Um fibroma ossificante é um tumor raro não canceroso (benigno) que afeta principalmente os ossos maxilares. Faz com que um tumor feito de substâncias semelhantes a ossos se forme dentro do tecido conjuntivo.
7. Martín-Granizo R, Sanchez-Cuellar A, Falahat F. Cemento-ossifying fibroma of the upper gingivae. Otolaryngol Head Neck Surg. 2000 May;122(5):775. [ Links ]
Optou-se pela remoção completa da lesão por meio de uma ressecção parcial da mandíbula, com margens de segurança, realizada por meio de acesso extraoral para melhorar abordagem do campo cirúrgico assim como para facilitar a colocação da placa (Figura 2B). A placa de reconstrução foi inicialmente posicionada na borda inferior da mandíbula (Figura 2C) previamente à retirada da lesão com o objetivo de verificar sua adaptação. Em seguida, procedeu-se à exérese da lesão (Figura 2D), fixação da placa (Figura 2E) e sutura dos tecidos (Figura 2F).
Os autores apresentam um caso de fibroma ossificante (osteodisplasia fibrosa), lesão pouco diagnosticada, devido a sua baixa freqüência. Além de sua raridade, descrevem caso de localização atípica (bacia); não foi encontrado na bibliografia relato semelhante, já que as localizações mais freqüentes do fibroma ossificante são a tíbia e a fíbula, principalmente em crianças. Os autores fazem ain-da revisão bibliográfica sobre a lesão e suas peculiaridades clínicas e descrevem a conduta adotada no caso.
Após a sedação da paciente, realizou-se infiltração de solução vasoconstrictora adrenalina 1/100.000 em região de base da lesão. A incisão se deu na base da lesão entre o incisivo lateral direito e canino, com inclusão perióstea. Foi também realizada a exodontia do dente 12 devido à extensa perda ossea, além de curetagem alveolar e radiculares como remoção de prováveis causas da lesão. Após irrigação com solução salina e completa hemostasia, a aproximação dos tecidos gengivais se deu por sutura com fio de nylon 5.0.
O FO geralmente causa pouca dor e é revelado pela palpação com o alargamento da tíbia, geralmente associado a abaulamento na região ântero-lateral da perna. Quando diagnosticado na infância, é geralmente devido a deformidade do membro. Fraturas patológicas podem ocorrer devido a trauma banal e sem nenhum sintoma prévio. Nos pacientes em que o diagnóstico é realizado na adolescência, a deformidade da perna e alargamento da diáfise podem lembrar a da doença de Paget(2).
O FO geralmente causa pouca dor e é revelado pela palpação com o alargamento da tíbia, geralmente associado a abaulamento na região ântero-lateral da perna. Quando diagnosticado na infância, é geralmente devido a deformidade do membro. Fraturas patológicas podem ocorrer devido a trauma banal e sem nenhum sintoma prévio. Nos pacientes em que o diagnóstico é realizado na adolescência, a deformidade da perna e alargamento da diáfise podem lembrar a da doença de Paget(2).
O Fibroma Ossificante Periférico é uma lesão proliferativa reacional, não neoplásica, de crescimento lento, que pode produzir recidiva após exérese. Sua etiologia é incerta, mas está associado a fatores irritantes locais, e é encontrado, na maioria das vezes, na região anterior de maxila. Clinicamente, caracteriza-se por um aumento volumétrico assintomático, que pode determinar, com o tempo, assimetria facial. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de Fibroma Ossificante Periférico em paciente de 40 anos, sexo feminino, com lesão exofitica em maxila, atípico por suas grandes dimensões e com história de 3 recidivas, levando à assimetria facial. Foi submetida à cirurgia de remoção da lesão juntamente com os prováveis fatores irritantes, sendo o diagnóstico anatomopatológico de Fibroma Ossificante Periférico. Conclui-se que é de fundamental importância a remoção completa da lesão para minimizar a tendência à recidiva, incluindo o periósteo subjacente e o ligamento periodontal, além dos prováveis fatores causais.
O outro tipo de fibroma ossificante, conhecido como fibroma ossificante central, se desenvolve nos ossos da perna e, embora não seja cancerígeno, pode interferir no crescimento da criança.
1. Menezes FS, Barros JS, Silva D, Suzuki CLSampaio, Freitas TMC, Falcão MML. Fibroma ossificante periférico: um levantamento clínico e epidemiológico Rev. Bras. odontol. Rio de Janeiro. 2010 jan./jun;67(1):106- 10. [ Links ]