No dia 8 de junho de 1970 nascia, em São Gonçalo (RJ), Jorge Mário da Silva, mais conhecido como Seu Jorge, cantor, compositor e ator. Ele teve uma infância dura no Rio de Janeiro, em Belford Roxo e, antes de se tornar cantor, teve variadas profissões entre elas a de descascador de batatas. Porém, a música sempre foi sua paixão e, desde adolescente, Seu Jorge frequentava com o pais e os irmãos bailes funks e bailes charmes no Rio. Mais tarde, começou a cantar na noite. Contudo, uma tragédia abalou sua família: seu irmão Vitório foi morto em uma chacina e isso desestruturou Seu Jorge, que viveu durante três anos como sem teto. A grande virada na sua vida, porém, aconteceu quando ele foi aprovado em um teste para um musical de teatro, o que o levou a uma turnê de mais de 20 espetáculos com o Teatro da Universidade do Rio de Janeiro como cantor e ator. A partir daí sua carreira deslanchou. Seu Jorge participou da banda Farofa Carioca e de vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia e trabalhos com o Planet Hemp. Além disso, também participou de vários filmes, entre os quais Cidade de Deus e Tropa de Elite 2. Seu Jorge é sobrinho de Jovelina Pérola Negra e primo do sambista Dudu Nobre. Ele ganhou o apelido do amigo Marcelo Yuka, ex-Rappa.
Em entrevista a Jô Soares em 2001, ele contou que viveu nas ruas por sete anos, mas não abandonou a arte nesse período. Pelo contrário, quatro desses anos foram juntos a uma companhia de teatro.
Para a trilha sonora de A Vida Marinha Com Steve Zissou, Seu Jorge gravou clássicos de David Bowie em Português, incluindo Starman, Rebel Rebel e Life on Mars, o que o levou a receber elogios do próprio Duque Magro e Branco: “Se Seu Jorge não tivesse gravado minhas músicas em Português, eu jamais teria ouvido este novo nível de beleza que ele imbuiu nelas”, disse Bowie.
Amplamente visto como o responsável pela popularização do samba-pop, e tendo lançado álbuns aclamados pela crítica tanto com a banda Farofa Carioca quanto em sua carreira solo, Seu Jorge lista entre suas influências musicais desde escolas de samba até Stevie Wonder. Ele também já fez colaborações com outros artistas famosos, incluindo a cantora brasileira Ana Carolina e o artista americano Beck.
Antes da fama, ele esteve em situação de vulnerabilidade. Ainda em Belford Roxo, quando Jorge tinha 19, seu irmão Vitorio foi morto em uma chacina, o que desestabilizou a família. O jovem chegou a morar com um parente no Méier, Zona Norte do Rio, mas logo depois foi parar nas ruas da cidade.
Vítima de racismo durante show na última sexta-feira (14), Seu Jorge é um dos principais nomes da música brasileira das últimas duas décadas. Antes da fama, no entanto, ele teve uma vida difícil e viveu por sete anos em situação de rua.
"Tive bons encontros na minha vida, pessoas incríveis. O teatro foi um encontro. Lá dentro do teatro me encontrei com outras pessoas... Vivia muito bem com a coisa do violão, sabe? Não esticava a mão e pedia nada. Eu trocava. Tinha um vidro para limpar, eu pegava o álcool para limpar e o cara me dava uma quentinha", disse.
"(Morar na rua) É você não ter onde dormir, é as pessoas pularem por você. Por exemplo, você está dormindo no ponto de ônibus, porque a noite é muito difícil, tem muita covardia e ali sempre tem gente, uma luminária. Aí, chega de manhã, o cara pula você e diz: 'um cara desse tamanho, podia tá numa obra, mas tá aí largado, usando drogas'... Tem dificuldades. Banho é muito difícil, necessidades fisiológicas são difíceis e a higiene é muito difícil. Vai baixando a moral e acaba mexendo na sanidade mental. Você não consegue controlar as emoções. A humilhação é muito grande", contou ao "Roda Viva"
Aos 52, hoje, Seu Jorge já recebeu prêmios por sua música, como o de Melhor Cantor no Prêmio Multishow 2009 e o de Melhor álbum pop contemporâneo no Grammy Latino 2012 pelo disco "Músicas Para Churrasco Vol. 1".
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"Quando chegou no final do show, eu sai do palco. Quando cheguei atrás do palco, eu começo a escutar muitas vaias e xingamentos. Por conta disso, eu percebi não seria possível voltar para fazer o famoso "bis", mas sozinho retornei ao palco e, de maneira respeitosa, agradeci a presença de todos e me retirei do local do show. Na verdade, o que eu quero dizer aqui é que não reconheci a cidade que aprendi amar e respeitar. Na verdade, o que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista", disse o cantor em trecho do vídeo.
Uma das pessoas para quem Seu Jorge pediu para dar uma canja foi Xande de Pilares, que também ainda não era reconhecido nacionalmente. O sambista contou a história em uma participação no "Esquenta", programa apresentado por Regina Casé na Globo, em 2015.
Jorge Mário da Silva nasceu em 1970 e cresceu em uma favela de Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio. Vindo de uma família humilde, ele fez de tudo um pouco antes de participar do Farofa Carioca, grupo que fez sucesso nos anos 90 unindo samba e rock.
"Dos sete anos (que morei nas ruas), quatro estive no teatro. Eu fiz com eles 26 espetáculos... Eu não tinha onde ficar, depois de duas semanas eu falei com ele: 'oh, Antonio (Pedro), roupa limpa tá acabando, já tô dormindo aqui escondido. Me dá essa condição aí porque eu quero aprender a profissão, me formar aqui, ser artista, ser músico'. Tinha o Paulo Moura, ele falou para eu ficar lá. Fui ficando", disse.
Jorge Mário da Silva é o nome verdadeiro do músico e ator. O apelido Seu Jorge foi cunhado por um amigo, o baterista Marcelo Yuka, e desde então passou a ser seu nome artístico.
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Em 2002, Seu Jorge interpretou o personagem Mané Galinha no filme Cidade de Deus, sucesso de crítica que lançou sua carreira como ator. Depois, ele fez o papel de Pelé dos Santos em A Vida Marinha Com Steve Zissou, filme dirigido por Wes Anderson para o qual ele também fez grande parte da trilha sonora.
Seu Jorge nasceu em 1970 e cresceu em uma favela em Belford Roxo, no estado do Rio de Janeiro. Ele saiu de casa aos 19 anos e morou nas ruas por um tempo, antes de seu talento musical ser descoberto pelo clarinetista Paulo Moura. Mais tarde, ele fez testes para atuar em um musical e sua vida mudou para sempre.
Seu Jorge, na sequência, relembrou a difícil fase da vida. "A minha situação era muito ruim a ponto de não ter mesmo o que comer. Então, o lance de tocar não era o dinheiro. Mas é que tinha uma pizza no final que o Xande, sem nenhuma resenha, ele dividia aquilo", contou ele a Regina Casé.
Serviu ao Exército Brasileiro em 1989-1990, no Rio de Janeiro, no Depósito Central de Armamento – DCArmt, fez curso de corneteiro militar no 2º Batalhão de Infantaria Motorizado Escola (Regimento AVAÍ), mas não se adaptou à vida militar e acabou expulso.
"Eu tive uma sorte muito grande que era a coisa do violão, defendia o meu rango, era querido no meio da roda, ali na Vila Isabel. No Petisco da Vila, por exemplo, eu chegava, ficava em volta das cadeiras e o pessoal me chamava para tocar violão. Sempre consegui ir driblando", completou.