John Louis Graz (Genebra, Suíça 1891 - São Paulo, São Paulo, 1980). Pintor, decorador, escultor e artista gráfico. Ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861-1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870-1958). É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos (1873-1959). Retorna à Escola de Belas Artes de Genebra, onde permanece de 1913 a 1915, período em que passa boa parte do tempo em companhia dos irmãos Regina Gomide (1897-1973) e Antonio Gomide (1895-1967). Viaja a Paris, onde se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne (1839-1906) e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Recebe, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. De volta a Suíça, realiza vários trabalhos como ilustrador. Em 1920, vem para o Brasil e, nesse mesmo ano, casa-se em São Paulo com Regina Gomide. Por intermédio de Oswald de Andrade (1890-1954) o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete obras. No mesmo ano tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, 7ª edição. Em 1923, trabalha com o arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972). Projeta e executa a decoração de residências paulistanas, desenhando móveis, luminárias, afrescos, vitrais, maçanetas, banheiros e jardins. Torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), em 1932. Ainda nos anos de 1930, produz inúmeras capas da revista Ilustração Artística do Brasil e forma o Grupo 7 com Regina Graz, Antonio Gomide, Elisabeth Nobiling (1902-1975), Rino Levi (1901-1965), Victor Brecheret (1894-1955) e Yolanda Mohalyi (1909-1978).
Pitta lembra que Graz trabalhava sob encomenda, transitando entre estilos distintos. Atuando como designer, realizou mobiliário de inspiração art nouveau, com formas arredondadas, os preferidos das elites antes de o modernismo e suas linhas geométricas entrarem em voga e serem igualmente abraçados por ele, que então passou a decorar casas do arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, nome central do movimento moderno brasileiro.
Embora o forte da mostra na Pina Estação sejam as pinturas, há também gessos, estudos de murais desenhados para interiores de residências e fotografias de ambientes projetados pelo artista, a exemplo do quarto do casal Antonieta e Caio Prado, uma família da elite cafeicultora paulista.
Na cidade suíça, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898-1966) e conhece Regina Gomide (1897-1973), com quem se casa em 1920, e seu irmão, Antonio Gomide (1895-1967), seu colega na Escola de Belas Artes. Muda-se para o Brasil em 1920 e, por intermédio de Oswald de Andrade (1890-1954), que o define como “Graz, o futurista”, passa a integrar o grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Victor Brecheret (1894-1955) e Mário de Andrade (1893-1945).
Em Genebra, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898 - 1966) e conhece Regina Gomide (1897 - 1973) e seu irmão, Antonio Gomide (1895 - 1967), colegas na Escola de Belas Artes. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se. Integra-se ao grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti (1889 - 1964), Di Cavalcanti (1897 - 1976), Brecheret e Mário de Andrade (1893 - 1945), entre outros. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna com sete telas. Faz ilustrações para a revista Klaxon, primeiro periódico modernista.
John Graz é considerado pioneiro não apenas pela estética moderna que caracteriza seus móveis, mas também pelo uso que faz do metal, bem como pela mistura de materiais, introduzindo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção de suas peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877-1950).
Mesmo assim, seu nome é menos lembrado em comparação a outros artistas daquele período. Isto agora está mudando, graças à uma revisão dos participantes da Semana de 1922 —por conta do centenário do evento, em fevereiro do ano que vem—, atrelada à uma série de exposições.
Transitando entre as artes visuais e a arquitetura de interiores, o suíço John Graz —considerado um dos introdutores do estilo art déco no país— foi uma importante figura do meio intelectual paulistano no século 20, tendo publicado na revista Klaxon e participado da Semana de Arte Moderna de 1922, com sete telas que pintou em Genebra, antes de se mudar para o Brasil.
Mas acrescenta que, nas últimas duas décadas, este movimento vem passando por uma revisão, sobretudo das peças produzidas na primeira metade do século 20, na qual John Graz e sua mulher, Regina, se incluem. Magalhães dá como exemplos a mostra do 100 anos da Bauhaus, no Sesc Pompeia, em 2018 e o livro “Coleção Fulvia e Adolpho Leirner”, dos pesquisadores Ana Paula Cavalcanti Simioni e Luciano Migliaccio.
Ele pintou a fauna e a flora brasileiras, fez telas sobre comunidades indígenas, viajou até o Rio Grande do Sul para retratar os gaúchos e a estados do Nordeste para representar a tradição do Bumba meu boi. Também se dedicou a desenhar móveis para as casas da elite paulistana, incluindo pormenores como fechaduras de portas e a disposição das plantas no ambiente.
John Louis Graz ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861 - 1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870 - 1958). É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos (1873 - 1959). Retorna à Escola de Belas Artes de Genebra, onde permanece de 1913 a 1915, período em que passa boa parte do tempo em companhia dos irmãos Regina Gomide (1897 - 1973) e Antonio Gomide (1895 - 1967). Viaja a Paris, onde se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne (1839 - 1906) e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Recebe, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. De volta a Suíça, realiza vários trabalhos como ilustrador. Em 1920, vem para o Brasil e, nesse mesmo ano, casa-se em São Paulo com Regina Gomide. Por intermédio de Oswald de Andrade (1890 - 1954) o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete obras. No mesmo ano tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, 7ª edição. Em 1923, trabalha com o arquiteto Gregori Warchavchik (1896 - 1972). Projeta e executa a decoração de residências paulistanas, desenhando móveis, luminárias, afrescos, vitrais, maçanetas, banheiros e jardins. Torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM, em 1932. Ainda nos anos de 1930, produz inúmeras capas da revista Ilustração Artística do Brasil e forma o Grupo 7 com Regina Graz, Antonio Gomide, Elisabeth Nobiling (1902 - 1975), Rino Levi, Victor Brecheret (1894 - 1955) e Yolanda Mohalyi (1909 - 1978).
Ana Magalhães, diretora e curadora do MAC, afirma que as artes aplicadas —design, mobiliário e objetos pensados para a vida cotidiana— “nunca foram consideradas como uma produção da mesma relevância que as artes com a maiúsculo”.
Tem formação multidisciplinar, passando por diferentes países da Europa. Ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861-1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870-1958). De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos (1878-1959). Entre 1913 a 1915, retorna à Escola de Belas Artes de Genebra e finaliza seus estudos.
Uma grande mostra aberta há pouco na Pina Estação, em São Paulo, e outras exposições na cidade, neste e no próximo ano, procuram dar conta da totalidade do trabalho de Graz, trazendo a público uma grande investigação de sua obra e diversas peças nunca antes vistas em público.
Entre 1908 e 1911, John Graz freqüenta cursos de arquitetura, decoração e desenho na Escola de Belas Artes, em Genebra, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861 - 1921) e Daniel Baud-Bovy (1870 - 1958). Em seguida, inscreve-se na Escola de Belas Artes de Munique e estuda com o artista gráfico Carl Moos (1873 - 1959). Em viagem a Paris, conhece o escultor Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1913, retorna a Genebra, onde finaliza seus estudos na Escola de Belas Artes. Recebe, por duas vezes, a bolsa Lissignol, que permite sua ida para a Espanha. Nesse país, realiza grandes paisagens, que revelam seu interesse pelas obras de Paul Cézanne (1839 - 1906) e, principalmente, de Ferdinand Hodler (1853 - 1918).
Na Pina Estação, há uma série de fotos em preto e branco de ambientes desenhados por Graz, além de uma cadeira de três pés em madeira nobre e uma poltrona. O forte do seu mobiliário, contudo, está na mostra do MAM, que reuniu seus famosos sofás e poltronas tubulares e algumas luminárias.
As representações de pessoas com arco e flecha em meio à natureza ou descansando em redes sob a sombra de palmeiras apontam para uma aproximação idílica e um tanto genérica dos povos originários, afirma a curadora, no que ela considera um limite do trabalho de Graz.
Após consolidar a carreira na arquitetura de interiores, volta a se dedicar à pintura a partir da década de 1960. Em suas telas, predominam personagens e elementos do cotidiano nacional, retratando indígenas (Índios, 1975) e trabalhadores [Canoeiros (1975) e Mulheres Rendeiras, (1980)], festividades populares [Carnaval em Olinda (1976)], e a natureza tropical, em toda exuberância e exotismo que se desnuda ao olhar estrangeiro [Amazônia (1970), e Floresta Tropical (sem data)). Nesse sentido, para Fernanda Pitta (1973), curadora da exposição John Graz: idílio tropical e moderno, realizada em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna na Pinacoteca de São Paulo em 2021, a obra de John Graz reflete a visão romantizada que o pintor tem do Brasil, bastante comum entre artistas de origem europeia, e cria o imaginário de terra paradisíaca, fundindo o primitivo (natural/tropical) ao moderno. Essa fusão é percebida especialmente nas obras de temática indígena, em que a concepção romântica se articula à estética das vanguardas europeias no emprego de formas primitivas, quase abstratas, observada, por exemplo, no alongamento que faz das figuras representadas2.
2. PINACOTECA DE SÃO PAULO. John Graz: idílio tropical e moderno. Disponível em: http://pinacoteca.org.br/programacao/john-graz/. Acesso em: 23 out. 2021.