Quem Tem Herpes Zoster Pode Tomar Sol?

Quem tem herpes zoster pode tomar sol

O herpes-zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é uma infecção viral provocada pelo mesmo vírus da catapora, o Varicela-zóster, que pode permanecer em estado latente ou inativo na coluna espinhal e ser reativado em pessoas depois dos 50 anos de idade, se houver queda expressiva da imunidade, durante os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, doenças debilitantes ou nos períodos de estresse intenso. Na maioria dos casos, a doença se manifesta uma única vez e desaparece depois de algumas semanas. Qualquer pessoa que tenha tido catapora pode desenvolver um episódio de herpes-zóster.

Esper Kallás – Os primeiros sintomas são um pouco de formigamento e dor no lugar onde vão aparecer as lesões e, em alguns casos, febre baixa no primeiro dia. Depois, começa a aparecer vermelhidão no local afetado e só então eclodem as bolinhas com água, ou seja, as vesículas contendo o vírus.

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Esper Kallás – O herpes-zóster só se manifesta em aproximadamente 20% das pessoas durante a vida inteira e não sabemos exatamente por que isso acontece. Aparentemente, existe equilíbrio entre o vírus que fica incubado e o sistema de defesa do organismo, o sistema imune. Se essa defesa baixa um pouco, o vírus tem facilitadas as condições para causar o cobreiro.

Portanto, assim que se nota o aparecimento das primeiras vesículas, o indicado é introduzir a medicação, na maior parte das vezes por via oral. Hoje, existem vários medicamentos diferentes que cumprem essa função. O primeiro a aparecer foi o aciclovir que pode ser tomado na forma de comprimidos. O único inconveniente desse remédio é que precisa ser tomado de quatro em quatro horas, enquanto outros antivirais podem ser tomados duas ou três vezes por dia apenas. Isso facilita a adesão ao tratamento que deve ser mantido pelo período curto de cinco dias.

Prevenção

Prevenção

Como no herpes-zóster a lesão é localizada, não há transmissão respiratória, mas a doença pode ser transmitida através do contato, porque o vírus está ativo dentro das lesões vesiculares. Portanto, quem tem criança vivendo na mesma casa não precisa ter medo de transmitir o vírus apenas por conviver no mesmo ambiente com a pessoa infectada.

Drauzio – Depois que as crostas se formaram, o vírus saiu da pele, mas não desapareceu do organismo. Ele volta para dentro da raiz nervosa e as células de defesa e os anticorpos não conseguem atingi-lo. Isso indica que o herpes-zóster pode recidivar?

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O herpes-zóster é outro tipo de doença causada pelo mesmo vírus que fica incubado num nervo depois que provocou catapora. Cerca de 20% das pessoas podem ter herpes-zóster em algum momento da vida.

Esper Kallás – Quando as vesículas já criaram casquinhas, ou crostas, é sinal de que o vírus não está mais lá e que o sistema de defesa deu conta de debelar a infecção. Nesse caso, não vale mais a pena tratar, porque já se perdeu a oportunidade de aproveitar os benefícios do uso do antiviral.

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 Drauzio – Nós já mencionamos que são mais susceptíveis de apresentar herpes-zóster as pessoas com aids ou fazendo tratamentos que debilitam muito a imunidade.  Diabéticos também estão mais sujeitos a desenvolver a doença?

Em crianças e jovens, a dor pode ser mais fraca ou até inexistente. O problema é quando ela acomete pessoas de idade mais avançada, porque a inflamação do nervo pode ser de tal magnitude que provoca uma nevralgia que persiste por muito tempo – em média mais de cem dias – e exige a prescrição de remédios potentes para tirar a dor. Há, ainda, um porcentual pequeno de pessoas que manifesta dor permanente depois da crise de herpes.

No Brasil, desde abril de 2014, está disponível uma vacina em dose única por via subcutânea, específica contra o herpes-zóster feita com vírus atenuado. Chama-se Zostavax, e tem aprovação da Anvisa para ser ministrada a partir dos 50 anos, fase em que as pessoas apresentam maior risco de desenvolver a doença. Além de reduzir em parte a possibilidade de reativação do vírus, essa vacina previne a incidência da nevralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos.

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Esper Kallás – O mais importante é tomar cuidado com a manipulação da ferida. A pessoa deve lavar as mãos com água e sabão antes e depois de lidar com a lesão e, se por acaso notar que as bolinhas estão estourando, deve cobrir a região para não deixar que o líquido contendo vírus vaze, o que facilitaria a contaminação de outras pessoas.

Esper Kallás – É importante. Além disso, outra medida que se aconselha é usar substâncias como água boricada  para impedir que bactérias se alojem sobre as bolinhas e causem infecção.

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Esper Kallás – Pode, mas é muito incomum. As recidivas só ocorrem em aproximadamente 4% das pessoas que gozam de boas condições de saúde. Portanto, quem já teve um episódio de herpes-zóster dificilmente terá outro.

Esper Kallás – Está presente. Aliás, essa capacidade de correr pelo nervo pode causar inflamação intensa e dor muito forte nesse local. Essa é outra característica do herpes-zóster.

Causada pelo vírus da catapora, a enfermidade fez a fama de muitos benzedores que passavam um traço dividindo o corpo da pessoa infectada em duas metades e preconizavam – “Daqui não vai passar”.  E nunca passava mesmo, porque a doença afetava apenas o nervo que vinha pelo lado direito, por exemplo. Do lado oposto, o nervo era outro, vinha da esquerda e não estava comprometido.

Sintomas

O varicela-zóster é o agente de duas doenças: da catapora e do herpes-zóster. A catapora, ou varicela, é transmitida de pessoa para pessoa, acomete principalmente crianças em idade escolar e provoca lesões no corpo todo, braços, pernas, rosto, tronco e, às vezes, até dentro da boca (imagem 2). São lesões em forma de vesícula, isto é, pequenas bolhas cheias de líquido, cercadas por uma área avermelhada característica de inflamação. Depois, essas bolinhas d’água criam cascas chamadas crostas (imagem 4) que secam e caem, deixando uma pequena cicatriz que desaparece com o tempo. Na esmagadora maioria dos casos, a doença evolui para cura espontânea. Embora seja incomum, a varicela pode ocorrer em pessoas de mais idade, como é o caso da senhora que aparece na imagem 3.

Esper Kallás – É verdade. E, porque são muito graves, requerem cuidados especiais. Por exemplo: os antivirais precisam ser ministrados por via intravenosa para se ter certeza de que a quantidade de medicamento é suficiente para conter o avanço da doença.

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Quando as vesículas já criaram casquinhas, ou crostas, é sinal de que o vírus não está mais lá e que o sistema de defesa deu conta de debelar a infecção. Nesse caso, não vale mais a pena tratar, porque já se perdeu a oportunidade de aproveitar os benefícios do uso do antiviral.

A vacina varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou combinada com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A vacina tetraviral só deverá ser administrada aos 15 meses de idade se a criança tiver recebido uma dose da vacina tríplice viral entre 12 e 14 meses. A vacina varicela monovalente é indicada para surto hospitalar a partir dos nove meses de idade.

Drauzio – Existe vacina contra o vírus varicela-zóster?

Quantos dias de tratamento para herpes zóster?

Fanciclovir, 500 mg por via oral 3 vezes ao dia, durante 7 dias, e valaciclovir, 1 g por via oral 3 vezes ao dia, durante 7 dias, apresentam melhor biodisponibidade oral do que o aciclovir, sendo, portanto, escolhidos em vez de aciclovir oral, 800 mg, 5 vezes/dia, durante 7 a 10 dias, para herpes-zóster.

Quem nunca teve catapora pode pegar herpes zóster?

Não. O herpes zóster não pode ser transmitido de uma pessoa para outra. Uma pessoa com o zóster pode transmitir o vírus varicela-zóster para pessoas que não tiveram catapora ou que não foram vacinadas contra a catapora. Neste caso, se essas pessoas forem infectadas pelo vírus, elas desenvolverão catapora.