HILDEGARDO BRANDÃO, conhecido familiarmente por Cazuza. tinha chegado aos seus cinqüenta anos e poucos, desesperançado; mas não desesperado. Depois de violentas crises de desespero, rancor e despeito, diante das injustiças, que tinha sofrido em todas as coisas nobres que tentara na vida, viera-lhe uma beatitude de santo e uma calma grave de quem se prepara para a morte.
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Alternando entre episódios tristes e bem-humorados, Lucinha deu detalhes sobre a infância e adolescência do compositor, a formação da banda Barão Vermelho, a carreira solo e o tratamento do filho contra a Aids. Ela também definiu a personalidade e o temperamento de Cazuza: alegre, amoroso e “exagerado”, como na famosa canção.
Letrista, cantor. Criado no Rio de Janeiro, em Ipanema, Cazuza - apelido que significa "moleque" no Nordeste - abandona a faculdade de comunicação e inicia a vida profissional na gravadora Som Livre, presidida pelo pai, João Araújo.
Sua faixa mais explícita sobre o drama talvez seja “Cobaias de Deus”. Ele se descreve como “desmilinguido”, com “cara de boi lavado”, fala sobre outras encarnações, compara o “hospital maquiavélico” a uma jaula e se diz solitário —tudo com uma sinceridade cortante. “Meu pai e minha mãe, eu estou com medo/ porque eles vão deixar a sorte me levar.”
“Azul e Amarelo” alude às cores de Logunedé, orixá do artista, que conversa com “senhores deuses”. “Estou pronto para ir ao teu encontro, mas não quero, não vou”, canta. A faixa seguinte, “Cartão Postal” de Rita Lee e Paulo Coelho—, começa perguntando “por que sofrer com despedida”.
Cazuza mudou sua perspectiva em relação à vida, o que também deu combustível à sua vertente social. É dessa época sua trinca de músicas políticas —“O Tempo Não Para”, “Ideologia” e “Brasil”. “Parei de falar um pouco do meu quintal e passei a falar da minha geração”, disse em 1989.
Em outubro de 1989, o músico retornou aos EUA para o tratamento e ficou internado até março de 1990. Ele voltou ao Brasil e faleceu, no Rio de Janeiro, em 7 de julho daquele ano. A causa da morte de Cazuza, oficialmente, foi um choque séptico causado pela Aids.
– Só me lembro dela no caixão quando meu pai, chorando, me carregou para aspergir água benta sobre o seu cadáver. Durante toda a minha vida, fez-me muita falta. Talvez fosse menos rebelde, menos sombrio e desconfiado, mais contente com a vida, se ela vivesse. Deixando-me ainda na primeira infância, bem cedo firmou-se o meu caráter; mas, em contrapeso, bem cedo, me vieram o desgosto de viver, o retraimento, por desconfiar de todos, a capacidade de ruminar mágoas sem comunicá-las a ninguém – o que é um alívio sempre; enfim, muito antes do que era natural, chegaram-me o tédio, o cansaço da vida e uma certa misantropia.
E contei como o caso se havia passado. Minha mãe riu-se, deu-me um pouco de água de flor e mandou-me sentar a um canto: “Cazuza, senta-te ali, à espera da polícia.” E eu fiquei muito sossegado a Um canto, estremecendo ao menor ruído que vinha da rua, pois esperava de fato a polícia. Foi esse o único assassinato que cometi. Penso que não é da natureza daqueles que nos erguem às altas posições políticas, porque, até hoje, eu…
Antes da música, o cantor e compositor, hoje se sabe, havia sido internado com problemas decorrentes do HIV, e teve dias entre a vida e a morte. Àquela altura, o diagnóstico de Cazuza ainda não era conhecido pelo público, mas seu nome já estava atrelado à doença, que nos anos 1980 era tanto novidade quanto uma sentença de morte.
A sua vida, nos dias de semana, decorria assim: pela manhã, tomava café e ia até a venda, que supria a sua casa, ler os jornais sem deixar de servir-se, com moderação. de alguns cálices de parati, de que infelizmente abusara na mocidade. Voltava para a casa, almoçava e lia os seus livros, porque acumulara uma pequena biblioteca de mais de mil volumes. Quando se cansava, dormia. Jantava e, se fazia bom tempo, passeava a esmo pelos arredores, tão alheio e soturno que não perturbava nem um namoro que viesse a topar.
A vida do cantor e sua luta contra a Aids foi retratada no filme ‘Cazuza – O Tempo Não Para’ (2004). O ator Daniel de Oliveira é quem interpreta o artista que entrou para a história da música brasileira e segue lembrado – e ouvido – até hoje.
O cantor só revelou a doença para o público no ano seguinte, em fevereiro de 1989, numa entrevista a Zeca Camargo, no jornal ‘Folha de S. Paulo’ – o que o tornou a primeira personalidade brasileira a expor o HIV na mídia.
– Eu já tinha dito a você que esse negócio de paz na vida da roça é história. Quando cliniquei, no interior, já havia observado esse prurido, essa ostentação de valentia de que os caipiras gostam de fazer e que, as mais das vezes, é causa de assassinatos estúpidos. Poderia contar a você muitos casos dessa ostentação de assassinato, que parte da gente da roça, mas não vale a pena. É coisa sem valia e só pode interessar a especialistas em estudos de criminologia.
Foi por isso que João Araújo, de ascendência nordestina, certo de que sua mulher Lúcia teria um menino, começou a chamá-lo de Cazuza, mesmo antes de seu nascimento. Batizado como Agenor de Miranda Araújo Neto, desde cedo o menino preferiu o apelido.
62 anos
Depois de três anos de tratamento, Cazuza não resistiu e morreu há exatas três décadas, em 7 de julho de 1990, aos 32.
58 anos (21 de maio de 1962)
79 anos (1 de agosto de 1941)
Ney Matogrosso diz que é viciado em sexo e viveu com três filhos –
Bela Vista, Mato Grosso do Sul, Brasil
Cazuza
Cazuza e Ney Matogrosso: o início Em entrevista à revista '29Horas', Ney Matogrosso contou como essa história de amor teve início. “Começou com um beijo. Ele foi na minha casa com uma amiga e a certa altura a gente foi fumar um baseado, tomamos um Mandrix, e lá pelas tantas ele me perguntou se eu daria um beijo nele.
1,7 m
Homem com "H" maiúsculo quer dizer que não basta ser apenas do sexo masculino, além de ser uma pessoa de atitudes como todos em sua comunidade ou em seu universo de caça à mulherada. Tem que mostrar doçura, vigor, e principalmente saber reconhecer seus próprios valores e limites sem nada em troca.
Composição: Erasmo Carlos / Roberto Carlos.
79 anos (19 de abril de 1941)
11 de outubro de 1996
20 de julho de 1989
Lauro Corona morreu depois de nove dias internado na Clínica São Vicente, e foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Sua morte causou grande comoção nacional. Seu rosto estampava as capas das revistas Amiga, Contigo!, Sétimo Céu, entre outras. Os fãs, mulheres e homens choraram a sua morte.
6 de julho de 1957
Maria Alice Del Corona
1,65 m
A atriz e bailarina Cláudia Magno é mais uma que morreu de insuficiência respiratória acarretada pela Aids. ... Quando morreu, em 1994, estava trabalhando na novela 'Sonho Meu', da TV Globo.
35 anos (1958–1994)
Um dos atores mais importantes das novelas da Globo, Elias Gleizer faleceu anos 81 anos, em maio de 2015. Encerrando sua carreira em Boogie Oogie, Elias interpretou Jairo em Tieta. A lista de mortes termina com Renato Consorte, Ênio Santos, Liana Duval, Rogéria, Chaguinha, Carlos Zara e José Lewgoy.
2 de outubro de 1997