O Protetor 2 (The Equalizer 2) lapida os elementos do filme de 2014, que lançou o personagem Robert McCall (Denzel Washington). Desta vez, o diretor Antoine Fuqua aproveita o carisma desse justiceiro idealista já sedimentado junto ao público. Por isso, não se apressa para dar início a sua nova aventura.
O Protetor 2 | The Equalizer 2 | 2018 | EUA 121 min. | Direção: Antoine Fuqua | Roteiro: Richard Wenk | Elenco: Denzel Washington, Pedro Pascal, Ashton Sanders, Bill Pullman, Melissa Leo, Sakina Jaffrey, Jonathan Scarfe, Caroline Day, Abigail Marlowe, Heidi Garrow, Andrei Arlovski, Rhys Olivia Cote, Enku Gubaie.
Robert McCall agora trabalha como motorista, mas ainda continua a ajudar as pessoas que enfrentam dificuldades decorrentes de injustiças, em Massachusetts, Estados Unidos. Quando sua amiga Susan Plummer é morta durante a investigação de um assassinato na Bélgica, ele decide sair do anonimato e encontrar seu antigo parceiro, Dave, no intuito de encontrar pistas sobre o autor do crime.
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Ainda assim, Denzel Washington é o que realmente eleva O Protetor 2 como entretenimento. Sem ele, provavelmente seria difícil distinguir este filme de tantos outros exemplares competentes de ação (assim como os thrillers de Jaume Collet-Serra atingem outro patamar com a presença de Liam Neeson). Washington continua a divertir com os tiques de McCall dentro e fora da pancadaria, mas não se contenta e torna fascinante cada minuto que tem em tela. O ator inclusive encontra espaço para instantes inesperados de comédia, como na cena em que provoca o vilão na frente de sua família.
Contudo, como no primeiro longa, esse fio principal da trama corre em paralelo com outras subtramas, focadas em personagens coadjuvantes que McCall conhece. Neste filme, o herói trabalha como um motorista do aplicativo Lyft, criando vínculos com alguns de seus passageiros. Além disso, McCall adentra a vida de outros desconhecidos, entre eles o jovem Miles, que é interpretado por Ashton Sanders (Moonlight – Sob a Luz do Luar).
O Protetor 2 conta a história de Robert McCall (Denzel Washington), um homem que agora trabalha como motorista e ajuda as pessoas que enfrentam dificuldades decorrentes de injustiças, em Massachusetts, Estados Unidos. Quando sua amiga Susan Plummer (Melissa Leo) é morta durante a investigação de um assassinato na Bélgica, ele decide sair do anonimato e encontrar seu antigo parceiro, Dave (Pedro Pascal), no intuito de encontrar pistas sobre o autor do crime.
Há espaço, ainda, para a violência gráfica (após a explosão que abre um buraco na barriga de um personagem), mas que soa desnecessária. Vale muito mais o suspense que Antoine Fuqua cria quando Robert precisa guiar Miles à distância, que se esconde em um quarto secreto enquanto os vilões revistam a casa. O uso da tempestade no trecho do confronto final também dá força dramática. Como senões, destacamos o azar que derruba o vilão perto da conclusão (essas coincidências, chamadas de deus ex-machina, sempre causam desconforto), e o desfecho feliz do personagem secundário na penúltima cena, apenas para fechar em tom animador.
Juntando tudo, O Protetor 2 se prova superior ao filme original. A parceria Denzel-Fuqua está quase tão boa quanto em Dia de Treinamento (Training Day, 2001).
Caso O Protetor 3 aconteça – e é provável que sim -, Robert McCall deve se aproximar de heróis de ação atuais como John Wick e Ethan Hunt. Embora não rivalize com as peripécias destes dois últimos, McCall conta com a arma (não tão) secreta que é Denzel Washington. Com seu imenso carisma ao centro, O Protetor 2 certamente vai satisfazer os fãs do longa anterior. Espera-se, no entanto, que ele e Fuqua encontrem uma trama mais interessante da próxima vez.
O mistério central do roteiro de Richard Wenk é, de longe, o aspecto mais desinteressante do filme. Apesar dos verdadeiros vilões serem revelados a caminho do último ato, tais viradas podem ser adivinhadas antecipadamente através de um simples processo de eliminação. Também não ficam muito claras as motivações de certos personagens, que são desenvolvidos de maneira muito vaga. Não se trata de um enredo ruim, apenas bastante genérico e, por isso, pouco cativante.
A força de Robert McCall não se resume somente na sua incrível habilidade de combate. Ele também é dotado de uma inteligência aguçada. E o filme consegue mostrar esse aspecto. Por exemplo, na bela cena em que ele raciocina sobre o crime em Bruxelas, colocando-se fisicamente na posição da vítima. Além disso, funcionam bem as sequências que mostram Robert calculando o tempo que levará para derrotar seus opositores, como ele já fez no primeiro filme.
Robert McCall agora trabalha como motorista, mas ainda continua a ajudar as pessoas que enfrentam dificuldades decorrentes de injustiças, em Massachusetts, Estados Unidos. Quando sua amiga Susan Plummer é morta durante a investigação de um assassinato na Bélgica, ele decide sair do anonimato e encontrar seu antigo parceiro, Dave, no intuito de encontrar pistas sobre o autor do crime.
É nas interações entre McCall e Miles que se encontra o coração de O Protetor 2. Numa espécie de relação entre mentor e aprendiz, o protagonista confronta as escolhas do jovem que flerta com uma vida de crimes, o que resulta em alguns momentos de bom impacto dramático. Destaca-se a cena em que McCall, furioso, alerta Miles de seu desconhecimento da morte, potencializada pela entrega excelente de Washington. Essa subtrama, portanto, é elevada entre as demais, mesmo que nos minutos finais seja incorporada com artificialidade ao conflito principal.
O filme tem longos períodos de descanso entre cada explosão de violência, porém cada uma destas é executada de maneira feroz por Fuqua – em especial a luta dentro do carro de McCall (Uber-Fu?) e o tiroteio final em meio a uma tempestade. E quando a pancadaria não ocorre, há também momentos eficientes de pura tensão, como aquele que envolve o esconderijo secreto no apartamento do herói. Isso não é surpresa: quando se trata de ação ou tensão, Fuqua raramente deixa a desejar.
Antoine Fuqua surpreende, e realiza aqui um ótimo trabalho de direção. Consegue filmar competentemente as cenas de ação, dando tempo para o espectador apreciar os golpes – e entender o que está acontecendo. Só mesmo na parte final derrapa um pouco com planos curtos demais.
Se há algo que difere o diretor Antoine Fuqua entre os demais cineastas de ação, é essa habilidade em conferir substância às histórias que executa, independente da qualidade do texto. Mantendo-se fiel não só à estrutura mas também aos valores do primeiro O Protetor, Fuqua entrega uma sequência coerente que preserva o altruísmo que torna McCall num herói de ação único, capaz de infligir grandes quantidades de dor ao mesmo tempo em que continua inabalável em seu senso de moralidade.
Após o premiado Dia de Treinamento, a parceria entre o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua foi retomada apenas treze anos depois, com o longa de ação O Protetor, no qual Washington interpretava o vigilante Robert McCall. O filme, que ainda contava com Marton Csokas e Chloë Grace Moretz em seu elenco, obteve um sucesso financeiro maior do que o esperado, o que tornou a eventual produção de uma sequência inevitável.
Eis que O Protetor 2 é finalmente lançado, trazendo Washington de volta como McCall em uma história de vingança mais pessoal, novamente dirigida por Fuqua. Desta vez, o vigilante vai atrás dos assassinos de sua amiga Susan, interpretada por Melissa Leo, e acaba se envolvendo em uma perigosa teia de conspirações. McCall então conta com a ajuda de Dave, antigo parceiro de operações na CIA encarnado por Pedro Pascal (Game of Thrones), para descobrir os culpados.
Mas é claro que, apesar do coração de ouro de seu protagonista, boa parte do público estará mais interessada em vê-lo despachando gente de todos os lados. Nesse quesito, O Protetor 2 não decepciona e consegue ser ainda mais sanguinolento que seu predecessor, partindo direto para a ação em um prólogo dentro de um trem a toda velocidade.
Assim, posiciona as pedras do jogo meticulosamente durante os 40 minutos iniciais. Começa com um prólogo para apresentar o protagonista a quem não viu o filme anterior. Depois de o observarmos em ação, acompanhamos também uma mostra de sua civilidade, ajudando a consertar o jardim do condomínio onde mora e dando conselhos para o jovem vizinho Miles (Ashton Sanders). Em seguida, o enredo insere os elementos que servirão de base para a trama. Um membro da Agência em Bruxelas é assassinado e Susan (Melissa Leo), a amiga de Robert, investiga o caso. Ao lado dela, está Dave (Pedro Pascal), um colega de Robert antes de este ser considerado morto. Mas um novo assassinato acontece e Robert inicia sua vingança pessoal.