No texto em questão, Foucault apresenta a disciplina como o controle produtivo, convergindo a energia do ser humano em produtividade, sendo que, quanto mais obediente o ser se torna, mais útil ele é pra sociedade, ou seja, os corpos são docilizados.
Foucault denomina esse período de sociedade disciplinar, pois traz como características essenciais a distribuição dos indivíduos em espaços individualizados, classificatórios, combinatórios, isolados, hierarquizados, capazes de desempenhar funções diferentes segundo o objectivo especifico que deles exige.
Um corpo dócil. O corpo dócil é um corpo útil e disciplinado, acima de tudo, produtivo. Os conventos, exércitos e oficinas são locais antigos de aplicação de métodos disciplinares, mas, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, se tornaram “fórmulas gerais de dominação”.
A sociedade disciplinar é uma elaboração de Michel Foucault para explicar a configuração da sociedade europeia no período de ascensão do capitalismo e gradativa queda do poder monárquico. ... Da série “A disciplina em Foucault”.
(Michel Foucault) Dispositivo disciplinar, que prioriza a disciplina do corpo. Dispositivo de segurança, que organiza as populações.
A primeira é o princípio da localidade, o que faz com que o poder seja analisado em suas formas e em suas instituições mais locais. O segundo é o princípio da exterioridade ou da objetivação, o que significa que Foucault busca o poder naquele exato ponto no qual ele se estabelece e produz efeitos.
O dispositivo disciplinar tem por meta o exercício de poder que submete e disciplina os corpos, a fim de docilizálos e tornálos úteis. A partir disso, podese entender a problemática da disciplina.
Em seu texto “Os Corpos Dóceis” Foucault afirma que até o século XVII um bom soldado era medido pelo seu corpo, como brasão de sua valentia e força, mas que, entretanto, a partir do século XVII o corpo deveria ser modelado de acordo com as necessidades da máquina.
É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que poder ser transformado e aperfeiçoado. ... Logo, o poder disciplinar tem como objetivo “adestrar” as “multidões confusas e inúteis de corpos”, e a partir daí, fabricar indivíduos obedientes (FOUCAULT, 2009b, p. 164).
Uma relação de poder se forma no momento em que alguém deseja algo que depende da vontade de outro. Esse desejo estabelece uma relação de dependência de indíviduos ou grupos em relação a outros. Quanto maior a dependência de A em relação a B, maior o poder de B em relação a A.
Enquanto a sociedade disciplinar se constitui de poderes transversais que se dissimulam através das instituições modernas e de estratégias de disciplina e confinamento, a sociedade de controle é caracterizada pela invisibilidade e pelo nomandismo que se expande junto às redes de informação.
Para Foucault, na sociedade moderna, o poder não está centrado apenas no setor político ou em determinada organização. Segundo o autor de Microfísica do Poder, na sociedade contemporânea, o poder está disseminado por diversas instâncias da vida social. Fragmentou-se, tornando-se ainda mais eficaz.
Ou, para dizer as coisas de outro modo: “Quem somos nós? ”(cf. Foucault, 1994a, p. 231). ... Foucault assinala logo que não se trata de perguntar “quem somos nós en- quanto sujeitos universais ”, mas enquanto sujeitos, ou singularidades histó- ricas.
O principal objetivo da sociedade disciplinar era instaurar padrões de comportamento para a coletividade, fazendo com que os indivíduos passassem a construir sua visão de mundo dentro das normas e saberes que lhe eram impostos através das instituições de que fizessem parte. (NEGRI, 2003, p. 42).
A sociedade ocidental produziu uma visão restritiva do poder pois passou a associar o poder a indivíduos e a hierarquizar o poder, de modo que ele só pode ser exercido por poucos e que cabe a esmagadora maioria dos outros curvar-se aos detentores do poder ou se deparar com a violência física, razão pela qual são todos ...
Tipos de Controle Social Existem dois tipos de controle, o formal e o informal. O controle formal corresponde as leis e regras institucionalizadas, já o controle informal corresponde as normas de conduta social que são reconhecidas e compartilhadas em uma sociedade, como por exemplo crenças, costumes, valores e etc.
Segundo suas análises históricas e filosóficas, a disciplina é uma maneira de fazer as pessoas se adequarem a uma determinada norma. Ao contrário da soberania, que derruba quem não a obedece, a disciplina se baseia em outras formas de agir.
O ponto fundamental de toda esta análise é que saber e poder se implicam mutuamente: não há poder sem que se tenha estabelecido um saber, como também, o saber constitui relações de poder. Assim, onde há saber, há poder. É importante acrescentar: onde há poder, há resistência.
Uma relação de poder se forma no momento em que alguém deseja algo que depende da vontade de outro. ... Então não se deve conceber que a fonte do poder político é unicamente o Estado, pois existem relações de poder em qualquer relação de interesses entre dois ou mais sujeitos, sejam eles animais, pessoas ou entidades.
Foucault rompe com as concepções clássicas deste termo e define o poder como uma rede de relações onde todos os indivíduos estão envolvidos, como geradores ou receptores, dando vida e movimento a essas relações. Para ele, o poder não pode ser localizado e observado numa instituição determinada ou no Estado.
O poder é precisamente o elemento informal que passa entre as for- mas de saber, ou por baixo delas. Por isso ele é dito microfísico. Ele é força, e relação de força, não forma. E a concepção das relações de forças em Foucault, prolongando Nietzsche, é um dos pontos mais importantes de seu pensamento (DELEUZE, 2008 p.
25 de junho de 1984
Mais do que a teoria do poder, Foucault propões regras ou cautelas metodológicas. Diferentemente das concepções correntes, Foucault pretende explicar o poder sem o rei como sua fonte e natureza. ... Para ilustrar o conceito foucaultiano de poder, comenta-se uma situação atual da política nacional.