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"O endividamento do clube ao final do ano de 2022 é de R$ 910,5 milhões em valores absolutos, sendo que deste valor, R$ 502,5 milhões referem-se a impostos parcelados cujo pagamento dar-se-á ao longo de 15 anos", diz trecho do documento.
O Corinthians fechou 2022 com superavit, porém com uma dívida ainda de mais de R$ 900 milhões. A coluna teve acesso com exclusividade ao relatório do Conselho Fiscal do clube. O Timão fechou 2022 com uma dívida exata de R$ 910,5 milhões. Já o superavit é de R$ 15,4 milhões.
Se o Corinthians toma algum calote, como no caso da Taunsa, o valor que era considerado garantido nunca chega. Além disso, os "outros créditos" podem incluir permutas e material esportivo, por exemplo, que não servem para pagar dívidas.
Quanto o clube deve à Caixa Econômica Federal pelo financiamento do estádio e quanto já foi pago?Segundo o diretor financeiro do Corinthians, Matias Antonio Romano de Ávila, o clube deve R$ 425 milhões "Nós já pagamos R$ 125 milhões", afirma.
É a interpretação da notícia, levando em consideração informações que vão além dos fatos narrados. Faz uso de dados, traz desdobramentos e projeções de cenário, assim como contextos passados.
De lá para cá, o clube vinha tentando acordos para, entre outros pontos, ampliar a carência do pagamento do financiamento. O acordo foi assinado na última segunda-feira (25) e foi comemorado pelo presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves.
O Corinthians ainda tenta vender o naming rights? Sim. Cinco anos após a inauguração, o clube ainda não conseguiu fechar um contrato com um patrocinador. O presidente do clube, Andres Sanchez, já disse estar próximo de um acordo algumas vezes, sem sucesso. "É claro que o naming rights vão ajudar a liquidar essas contas todas. Se ele vier, ajuda o Corinthians a pagar o financiamento e o clube poderia voltar a ficar com a bilheteria. E ele [naming rights], está para acontecer", afirma Matias Antonio Romano de Ávila.
Neste novo acordo, os pagamentos dos juros acontecerão a partir de 2023, indo até 2024 (no atual seria no final de 2022), enquanto a amortização principal, com parcelas trimestrais, acontecerá somente a partir de 2025.
Como o Corinthians pretende pagar a dívida com a Odebrecht? Segundo o diretor financeiro do clube, o Corinthians tem R$ 450 milhões em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CDI). O clube planeja vender esses títulos para quitar a dívida com a Odebrecht.
O valor atual da dívida, como já mencionado, é de R$ 611 milhões e vai continuar sofrendo correção até o primeiro pagamento, que será em março de 2023. Os juros serão pagos de forma trimestral (março, junho, setembro e dezembro) de 2023 e 2024.
“Eu mencionei esses R$ 165 milhões porque a presidente da Caixa tinha dado uma entrevista e, naquele momento, gerou muita dúvida em muita gente se o Corinthians já tinha feito algum pagamento para a Caixa ou não. Sim, a gente já tinha pago R$ 165 milhões do início do financiamento até 2017. Depois, veio uma crise pesada no mundo e no Brasil e acabamos sendo impactados. Não conseguimos honrar mais os pagamentos”, explicou.
“Temos algumas garantias, como a presidente da Caixa mencionou, como o percentual da venda de jogadores e um percentual também da receita de direito de transmissão. Isso está protegido por confidencialidade, mas confirmo que são essas as garantidas. Mas isso só vai ser exercido se por acaso a gente deixar de pagar alguma prestação, seja do principal ou dos juros”, disse.
Sobre a dívida com a Caixa, Ávila afirmou que o pagamento está em dia.
O Corinthians pagou até o momento R$ 125 milhões do financiamento feito junto à Caixa Econômica Federal para a construção de sua arena, em Itaquera. Em entrevista à Folha, o diretor financeiro do clube, Matias Romano Ávila, disse que o time do Parque São Jorge ainda deve R$ 425 milhões ao banco.
Apesar do presidente Duílio Monteiro Alves dizer que o foco principal de seu mandato é reduzir a dívida do clube - para seus aliados ele fala em até acabar com a dívida - o valor reduzido em 2022 não é muito considerável. Isso porque no último ano a dívida estava em R$ 912 milhões aproximadamente, o que equivale a uma redução de apenas 0,2% em um ano.