Se você é fã de motocicletas, com certeza já ouviu falar da Yamaha XT 660. Um ícone para todos os amantes das duas rodas. Com barulho sem igual e inconfundível, o modelo terá um destaque no artigo de hoje. Acesse e veja todos os detalhes do famoso “tratorzão”.
Demorou dois anos para o novo deslocamento do XT 600 aumentar para 591 cm3. A potência agora é de 40 cv e o torque é de 4,8 m.kgf, o que é excelente com 151 kg de peso seco. Mas os entusiastas do Paris-Dakar queriam uma moto mais próxima daquelas que correm no deserto africano e com estilo mais próximo.
As rodas de 21 (na frente) e 17 polegadas (atrás), além de adequadas à proposta da moto, possibilitam o uso de diferentes modelos de pneus, de distintas marcas, disponíveis ao redor do mundo, algo que faz toda diferença para quem planeja se aventurar a uma “voltinha” ao redor do planeta.
O chassi é bem diferente daquele que equipa nossa velha conhecida, a XT 660R. O quadro é mais rígido, utilizando uma nova composição de materiais, mas a principal mudança está na traseira, que passa a adotar um braço oscilante com belo design e construído em liga de alumínio. A suspensão dianteira utiliza bengalas de 43 mm de diâmetro e com 210 mm de curso, em que é possível regular a pré-carga da mola. Na traseira, um monoamortecedor Sachs com reservatório separado e 200 mm de curso possibilita também a regulagem da pré-carga.
Utiliza como base o consagrado motor da XT 660R que, mesmo longe de ser um exemplo de vanguarda tecnológica, é um dos melhores monocilíndricos já construídos, que nessa nova versão recebeu algumas alterações no mapa do CDI e na caixa do filtro de ar.
Se a Ténéré tem identidade, sua cara está exatamente no portentoso conjunto óptico, uma marca registrada. Ela tem um perfil extremamente fino para uma moto com um tanque com capacidade para 23 litros de combustível, oito a mais do que a versão “R” comercializada no Brasil (a conhecida “xistezona”) permitindo um perfeito encaixe dos joelhos e facilitando as manobras, tanto no asfalto quanto na terra. Isso só foi possível por estar parte do tanque disposta entre o quadro e escondida sob o assento, contribuindo para a centralização das massas, uma das máximas mais aplicadas e comprovadas para melhorar a dirigibilidade de uma motocicleta de qualquer estilo.
A Ténéré 660 chega por 30500 reais e traz muito apetite para recuperar o terreno perdido e instigar viajantes aventureiros em busca de um oasis. Mesmo que o deserto mais próximo não esteja tão próximo assim.
Na linha de 1986, a capacidade do tanque de combustível foi reduzida para 23 litros, deixando espaço para um filtro de ar na seção central. O motivo é a adoção da partida elétrica, muito popular no 600, que exigia uma bateria maior embaixo do banco, onde ficava o filtro original. A Ténéré manteve seu estilo até 1988, quando uma extensa reformulação a tornou mais parecida com a moto Paris-Dakar da época.
A Yamaha XT 660 tem um design robusto e resistente, com uma paleta de cores disponível. O modelo possui faróis redondos, carenagem completa presa ao tanque de combustível e um para-lama baixo próximo às rodas. O painel do modelo é analógico.
Em vez de faróis retangulares, carenagens pequenas e pára-lamas dianteiros levantados, há dois faróis redondos, a carenagem completa presa ao tanque de combustível e um pára-lama baixo próximo às rodas. Ele também recebe um freio a disco traseiro para apoiar a frente já presente na série 600.
Seu motorzão de cilindro único é um capítulo à parte. Quando tudo indica que ele já está chegando ao limite, surge uma nova setagem eletrônica e um filtro de ar mais generoso, aumentando seu fôlego. Com faixa ideal de uso entre 2500 e 6000 giros e muito torque em baixas rotações, ele garante uma tocada sempre prazerosa e divertida. A vibração em altos giros e velocidades mais elevadas faz parte do pacote dos monocilíndricos e não chega a incomodar.
O assento é confortável e a posição é um convite a pilotagens mais relaxadas, em ritmo de cruzeiro. Mas se mostra também eficiente em uma tocada mais agressiva, sentado ou em pé, seja no asfalto ou na terra. Um de seus grandes méritos é não ter perdido completamente o DNA fora de estrada – ao contrário, ela tem ótimos recursos para enfrentar as adversidades.
A versão brasileira é idêntica à europeia, com dois discos de freio na frente, contra um da irmã R. Mas lá a Ténéré 660 é oferecida também em versão com ABS que por enquanto não desembarca por aqui. Por outro lado, a Yamaha disponibilizará uma ampla gama de acessórios, como protetores de mão, de carter e motor; além de cavalete central e um conjunto de três caixas de alumínio para bagagem, duas laterais e uma superior que custará cerca de 4500 reais.
Toda a força de um dos mais bem resolvidos entre os monocilíndricos garante prazer ímpar ao pilotá-la. A vibração em altos giros faz parte do pacote!
Ténéré, no dialeto africano tuaregue, quer dizer “nenhum lugar”. No entanto, aplicado ao mundo das duas rodas, o termo tem endereço certo. Evoca cheiro do deserto, mantendo a essência do primeiro modelo lançado há mais de um quarto de século.
O motor é o mesmo da versão “lean”, mas com mais potência (46 cv a 6.500 rpm) e radiador de óleo. Com 155 kg seco, é preciso um piloto igualmente forte para dominá-lo. Mas não é um enduro em trilhas densas como o “primo” TT 600.
Se na prova teórica ela se sai bem, é andando que as suas qualidades sobressaem. A primeira impressão ao montála é das melhores e as curvas iniciais só confirmam a sensação. Ela entra redonda, contorna com suavidade e precisão, é maneável e muito dócil, respondendo perfeitamente aos commandos do piloto.
Com um motor monocilindro preciso de 659 cm 3 tem comando simples no cabeçote com 4 válvulas e é muito compacto. As hélices permitem que o kit da Yamaha XT 660 R atinja uma potência máxima de 48 cv a 6.000 rpm. O toque classificado como entusiasta garante um pico máximo de 5,95 kgf.m a 5.250 rpm. Nada mal, considerando a data de lançamento de 2005.
O consumo da Yamaha XT 660 depende de vários fatores, como o estilo de pilotagem, as condições da estrada e a manutenção do veículo. De acordo com alguns relatos de proprietários, a média de consumo da moto é de cerca de 18 km/l na cidade e 22 km/l na estrada.
Bom conjunto de suspensões e duplo disco dianteiro garantem eficiência e segurança, mas na Europa já é oferecida a opção com ABS.
Presença mais que aguardada no mercado brasileiro, a 660 demorou bastante a chegar. Tamanha ansiedade é justificada: ela é simplesmente o que de melhor a família Téneré tem a oferecer. Não sofre do desequilíbrio visual entre frente grande e traseira pequena de sua irmã menor, a 250 cc, um modelo com vocação mais urbana, e tampouco do excesso de robustez de sua irmã maior, a 1200 cc, algo que a coloca mais próxima de uma turismo do que de uma on/off road. A XT 660Z Ténéré tem quase tudo na dose certa.