Como é a história da Psicologia em seu surgimento? Desde 1879, com a criação do instituto de Psicologia por Wilhelm Wundt, o campo de estudo tem apresentado diferentes processos investigativos para a compreensão da mente humana.
No começo, ele fez isso por estudar o tempo de reação – sistematicamente mudando os estímulos que ele apresentou aos participantes e medindo quanto tempo eles levavam para responder – inferia que se mais tempo fosse necessário para responder, mais processos mentais deveriam estar envolvidos.
Para Wundt, a apercepção consiste em um processo ativo. Nossa consciência não atua apenas sobre sensações e sentimentos básicos que experimentamos. Ele "reconheceu que, ao olharmos para os objetos do mundo real, nossa percepção é dotada de unidade ou de totalidade" (Schultz, 2016, p. 74). Desse modo, Wundt não acreditava no processo de associação mecânca e passiva.
No intuito de resolver esse problema crucial da psicologia, Wundt estabeleceu uma diferença entre a introspecção tradicional ou auto-observação (Selbsbeobachtung), de um lado, e a percepção interna (innere Wahrnehmung), de outro (cf. Wundt, 1888a). Somente essa última poderia ser utilizada como recurso metodológico, devido ao fato de poder ser reforçada pelo controle experimental das condições externas da experiência, o que, segundo Wundt, eliminaria os riscos da introspecção tradicional e livraria a psicologia das duras críticas feitas por diversos autores ao introspeccionismo. De acordo com ele:
As dificuldades que o leitor moderno encontra para se familiarizar com o pensamento psicológico de Wilhelm Wundt (1832-1920) podem ser classificadas em dois tipos. Em primeiro lugar, podemos facilmente reconhecer os obstáculos externos que impedem tal aproximação: a extensão de sua obra, a falta de uma edição crítica de referência, a ausência de novas edições, traduções parciais e nem sempre confiáveis, além de outros menores. Entretanto, com uma dose de interesse e persistência por parte do leitor, é possível superá-los em um espaço relativamente curto de tempo. Há, contudo, um outro tipo de obstáculo, que aponta para uma dificuldade inerente à própria obra e parece exigir algo mais do que a paciência do leitor para sua superação. Em outras palavras, trata-se da dimensão propriamente intelectual da mesma. Wundt é um típico professor alemão do século XIX, cuja vasta erudição é uma de suas características essenciais. Assim, não só escreve de forma bastante rebuscada - com longos períodos intercalados por várias orações subordinadas - como constrói seu pensamento a partir de conceitos e expressões da própria tradição filosófica alemã que lhe precedeu (Leibniz, Wolff, Kant, Hegel, Herbart, Schopenhauer etc.), que estão bem distantes do vocabulário psicológico da tradição norte-americana predominante no cenário contemporâneo.
Hilhelm Wundt investiu pesado para a criação de uma psicologia cultural e escreveu, ao todo, dez volumes intitulados de Cultural Psychology (Psicologia Cultural). Tal obra buscava tratar as várias etapas do desenvolvimento mental humano que se manifestam na linguagem, artes, costumes sociais, lei, moral e nos mitos. Encontramos, nos livros de história da psicologia, uma unanimidade ao dizer que o impacto dessa publicação se deu mais pela divisão que se sucedeu da nova ciência do que pelo conteúdo. O livro Cultural Psychology desencadeou esse novo processo de divisão em duas partes principais: a experimental e a social. Ele acreditava que apenas as funções mentais mais simples, como sensação e percepção, deviam ser estudadas em laboratórios. "No entanto, os processos mentais superiores, como a aprendizagem e a memória, não podiam ser investigados pela experimentação científica por serem condicionados pela linguagem e por outros aspectos culturais" (Schultz, 2016, p. 70). Wundt dedicou incríveis dez anos da sua vida ao desenvolvimento da psicologia cultural.
Wundt postula que o objeto de estudo da Psicologia é a experiência consciente imediata. Nessa perspectiva, a Psicologia é uma ciência que investiga como um sujeito apreende sensações e sentimentos (conteúdos mentais básicos da experiência imediata).
O objetivo da ciência natural consiste, no sentido mais geral, no conhecimento da realidade objetiva, isto é, dos objetos, cuja existência real deve ser pressuposta após a abstração das características que lhe foram atribuídas exclusivamente pela atividade subjetiva de representação. Em consequência disso, a ciência natural nunca pressupõe os objetos como eles são imediatamente dados, como reais. Ao contrário, seu modo de conhecer é mediato e conceitual, na medida em que o objeto que resta, após a abstração de certos elementos da experiência imediata, só pode ser pensado conceitualmente (Wundt, 1896a, p. 24 - itálicos no original).
Visando deixar os indivíduos rápidos na observação experiênte e alertas quanto à experiência consciente a ser observada, Wundt submeteu seus alunos a um treinamento persistente e repetitivo, somente assim estariam aptos a realizar mecanicamente as observações necessárias. Na teorias, as pessoas que foram treinadas por Wundt não precisariam de uma pausa para pensar tão pouco para refletir sobre o processo (evitando que a pessoa tive alguma interpretação pessoal) e seriam capazes de, automaticamente, descrever a experiência consciente quase de forma imediata e automaticamente.
Quer dizer, o método experimental consiste na investigação das interações de variáveis em uma situação específica. Sendo assim, a manipulação na quantidade e na qualidade das variáveis proporciona o estudo da relação entre causa e efeito do fenômeno, podendo-se controlar e avaliar os resultados dessas relações.
Formação de Hilhelm Wundt: A história nos conta que Wundt teve baixo rendimento escola nos primeiros anos. Era uma criança entretida com seus devaneios e passava maior parte do tempo neles do que nos estudos; tal comportamento, mais tarde, será dominado pelo mesmo esforçando-se em desenvolver suas capacidades intelectuais. No segundo ano, a responsabilidade por sua educação passou para as mãos de um assistente de seu pai, um vigário, pelo qual Wundt desenvolve um forte laço afetivo. Quando o vigário foi transferido, para a cidade vizinha, Wundt ficou muito aborrecido e foi autorizado pela família a morar com ele. Sua estadia com seu educador durou até os treze anos de idade, quando regressa para casa para terminar seus estudos formais. Ele se forma com 19 anos de idade e ingressa nos estudos universitários.
Wundt se mantem fiel à tradição filosófica e utiliza o paralelismo psicofísico, onde os processos físicos e químicos são paralelos, porém não podem interagir e não são reduzidos um a outro. De modo a tentar superar o dualismo de substâncias e monismo materialista.
Embora seja geralmente louvado nos manuais de história da psicologia como fundador da psicologia científica, grande parte da obra de Wilhelm Wundt permanece desconhecida por parte dos psicólogos contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à relação entre filosofia e seu pensamento psicológico. O presente artigo pretende apresentar uma visão geral dos pressupostos filosóficos envolvidos na fundamentação do projeto wundtiano de uma psicologia científica. Após uma breve contextualização geral de sua obra e a exposição de alguns problemas de interpretação na literatura contemporânea, são enfatizadas as concepções de objeto e método da psicologia. Além disso, são apresentados dois princípios fundamentais de seu projeto psicológico, a saber, o princípio do paralelismo psicofísico e o princípio da síntese criadora. Ao final, alguns mal-entendidos são desfeitos, sugerindo a atualidade do pensamento de Wundt para os debates contemporâneos na psicologia.
Diamond, S. A plea for historical accuracy [Letter to the editor]. Contemporary Psychology, n. 25, p. 84-85, 1980.
Em suma, a psicologia dispõe, assim como a ciência natural, de dois métodos de investigação, que dão origem a duas formas complementares de estudo psicológico: o experimento, que a psicologia individual ou fisiológica utiliza na análise dos processos psíquicos inferiores (sensação, percepção, representação); e a observação dos produtos mentais, através da qual a Völkerpsychologie investiga os processos psíquicos superiores. É importante termos sempre em mente que essa subdivisão da psicologia decorre parcialmente de uma necessidade metodológica, que em princípio não compromete a unidade do seu objeto de estudo, a saber, os processos psíquicos revelados na experiência. Além disso, o objetivo final de ambos os tipos de investigação é um só: a descoberta das leis gerais da vida mental.
O conceito de consciência Partindo inicialmente do estudo do aspecto representacional da consciência, para posteriormente complementá-lo com os aspectos afetivo e volitivo, Wundt constata que a apreensão dos processos psíquicos se dá em uma gradação, conforme níveis de clareza e distinção.
Psicologia Cultural (social): O livro Cultural Psychology desencadeou esse novo processo de divisão em duas partes principais: a experimental e a social. Ele acreditava que apenas as funções mentais mais simples, como sensação e percepção, deviam ser estudadas em laboratórios.
A partir de 1858 Wundt publicou fragmentariamente vários estudos sobre psicofísica, sensação e percepção organizados em livros: Contribuições para a teoria da percepção sensorial / Outlines of Psychologypublicado em 1862, ainda não considerado psicologia.
A definição de psicologia apresentada por Wundt pode ser assim resumida: a psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência interna ou imediata (cf. ... Essas duas ciências trabalhariam de forma complementar, com o intuito de abranger o conteúdo da experiência como um todo (cf. Wundt, 1889).
Resposta: Sensação. Explicação: Esta estrutura mental foi estudada e investigada pelo Estruturalismo primeiramente.
Resposta. Porque foi ele quem publicou ou escreveu o livro mais importante na história da psicologia moderna, o livro "Esboços de Psicologia Fisiológica" e também em 1879 na Universidade de Leipzig estabeleceu o primeiro laboratório psicológico do mundo.
Wilhelm Maximilian Wundt
Wilhelm Wundt (1832-1920) é geralmente celebrado nos manuais de história da psicologia como o fundador da psicologia científica.
Psicologia surgiu como uma disciplina científica pelo estabelecimento do primeiro Instituto de Psicologia em 1879, em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt (1832-1920). É aqui que os primeiros psicólogos profissionais adquiriram as competências de trabalho experimental para estudar a mente.
Wundt
Os primeiros pensadores a se envolver com questões relacionadas à psicologia foram os filósofos gregos clássicos, por volta de 200 anos A.C. Nos séculos seguintes a filosofia ocupou-se dos assuntos "da alma humana". ... Os primeiros cursos de formação específica em psicologia datam da década de 1.
Em 1891, Odilon Goulart escreve o primeiro trabalho, no Brasil, de Psicologia Clínica: Estudo Psicoclínico da Afasia.
Kurt Lewin
Atualmente, há bastante consenso de que a Psicologia Social como disciplina científica possui uma especificidade, não pelo seu objeto de estudo, mas antes de tudo por suas abordagens teóricas que articulam aspectos estruturais e aspectos subjetivos e integram explicações psicológicas e sociológicas.
A "crise" iniciou-se na Europa na década de 1960, quando psicólogos sociais denunciaram o caráter ideológico e reprodutor do status quo da psicologia social cognitivo-experimental estadunidense, e chegou ao Brasil na década de 1970, quando psicólogas(os) brasileiras(os) e latino-americanos apresentaram questionamentos ...
Tendências Atuais São eles a cognição social, as atitudes e os processos grupais. A esses tópicos, Ross e cols. ainda acrescentam algumas novas vertentes da Psicologia Social que, mais recentemente, vêm também se mostrando promissoras.
Daí advém as ideias chaves para tal perspectiva crítica em Psicologia Social, quais sejam: a) o indivíduo não está separado do social (e vice-versa, ou seja, o social também não está apartado do indivíduo); b) o sujeito é produto e produtor da história.
A autora expõe que o desenvolvimento dessa vertente na América Latina ocorreu por meio de primeiras influências, influências mais centrais e por relações interinfluentes, entre três correntes: a Psicologia Social comunitária, ela mesma; a Psicologia da Libertação (Martín-Baró, 1998); e a Psicologia Social crítica (Lima ...
Além de sua teoria sobre a personalidade, Gordon Allport realizou contribuições muito importantes para a psicologia nos campos da motivação, do preconceito e da religião dos indivíduos. ... Allport defendia que as pessoas não são motivadas unicamente por instintos e impulsos, nem são governadas pelo passado.
O foco de estudo da Psicologia Social é analisar as pessoas enquanto elas se relacionam entre si – convívio social. ... Essencialmente, o objetivo do assistente social enquanto profissional e garantir os direitos humanos da sociedade e a justiça social.