Isso porque, historicamente, casos de intolerância religiosa marcaram a sociedade e contribuíram para a segregação e a exclusão social, assim como para a formação de conflitos entre povos e grupos religiosos. Na verdade, como veremos mais à frente, essa intolerância não deixou de existir no mundo.
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Isso porque cada pessoa é livre para pensar, agir, crer e se expressar a partir de suas convicções próprias, desde que respeite o convívio social harmônico e os limites das regras e normas determinadas na sociedade.
Essa lei foi a primeira a especificar como crime o desrespeito ao culto religioso. Assim, o seu artigo 208 prevê multa, ou detenção de um mês a 1 ano, para quem ridicularizar publicamente alguém por motivos religiosos, impedir a prática de cultos ou desprezar publicamente um ato ou objeto de culto religioso.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA: O QUE DIZ O INCISO VI?
Com isso, a autonomia e a livre expressão de crença de cada indivíduo poderá ser efetivamente garantida, algo que demorou séculos para ser conquistado na humanidade. Isso porque por um longo período muitas civilizações e sociedades permitiram a perseguição religiosa.
Já no âmbito jurídico, a liberdade é um direito fundamental, relacionado à capacidade de um cidadão de exercer as suas vontades dentro dos limites da lei.
Bem, de maneira direta, a resposta é sim, a liberdade religiosa é garantida no Brasil. Para começar, o país é signatário dos tratados internacionais de direitos humanos citados anteriormente (além de outros documentos que tratam sobre o assunto, como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos).
Fontes:
Essa lei reconhece como crime impedir a contratação de alguém devidamente apta ao cargo por motivos de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Além disso, tendo em vista a intolerância contra religiões de matriz africana, configura a discriminação religiosa como crime de racismo.
Esse episódio ilustra uma realidade que ainda se faz presente no Brasil. De acordo com o Metrópoles, com base em dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registradas 586 denúncias de intolerância religiosa no ano de 2021 no país.
Mas, mesmo com essas garantias, tanto internacionais quanto nacionais, a discriminação religiosa continua sendo uma prática existente no Brasil e no mundo, em que determinados grupos, especialmente os minoritários, são vítimas de ameaças, repressões e perseguições em razão de suas práticas religiosas. Vamos entender mais sobre essa realidade.
Já no ano de 1997, entrou em vigor a Lei nº 9.459, reconhecendo a ofensa por motivos de religião como um crime imprescritível e inafiançável, em que a data quando o crime ocorreu não importa para a condenação e o acusado não pode pagar fiança para responder em liberdade.
A verdadeira transformação ocorreu com a Constituição de 1988, que estabeleceu a liberdade religiosa como um direito fundamental e proibiu qualquer forma de discriminação religiosa. Desde então, o Brasil tem trabalhado para garantir a igualdade religiosa e a diversidade de crenças.
Louise Enriconi
A liberdade religiosa está ligada a uma série de princípios que englobam os direitos humanos. Isso porque a prática religiosa carrega em si uma expressão cultural, em que a sua livre manifestação garante o respeito à dignidade humana, à diversidade e à igualdade, princípios norteadores dos direitos humanos.
No Brasil, o direito fundamental de professar (ou não) uma religião ou crença, podendo realizar cultos e cerimônias, é inerente a todo e qualquer indivíduo. Isso significa que todos aqueles que fundamentam as suas convicções no sagrado e, todos aqueles que não acreditam em nada ligado à religião, precisam ter as suas liberdades respeitadas.
Nela, a Religião Católica Apostólica Romana foi decretada como a religião oficial do Império e o culto de diferentes religiões ficou proibido em espaços públicos, sendo permitido somente em ambientes domésticos.
Sobre os autores:
Em 1822, o Brasil se tornou independente, passando a não ser mais controlado por Portugal (pelo menos em teoria). Assim, o país dava os seus primeiros passos como Estado soberano e, com isso, em 1824 outorgou a sua primeira Constituição.
Quando olhamos para o Brasil especificamente, de acordo com reportagem do Metrópoles, com base em dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), no ano de 2021 foram registradas 586 denúncias de discriminação religiosa.
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Isso ocorreu com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que traz a dignidade da pessoa humana e a igualdade como princípios essenciais para a garantia da cidadania pelo Estado brasileiro.
Além disso, o inciso VII garante a liberdade e a assistência religiosa para pessoas que estão em entidades de internação coletiva, como hospitais, prisões e quartéis militares. Já o inciso VIII, trata que ninguém pode ser privado dos seus direitos por motivos de crença religiosa, filosófica ou política.
Como resultado, por mais nobre que sejam os seus objetivos, a religião e a crença não conseguem escapar da discriminação. Nesse sentido, a liberdade religiosa se destaca como um direito fundamental a ser protegido no mundo, visto que a sua proteção garante o respeito à dignidade humana.
Há limites para a liberdade religiosa? Como qualquer outra liberdade, a religiosa também não é totalmente ilimitada. Se o exercício da religião de um indivíduo implica na realização de um crime, por exemplo, o cidadão não estará livre de pena ou punição por ter agido movido por sua fé.
Quando ficou estabelecida a liberdade religiosa no Brasil?
Apesar de ter estabelecido conceitos vagos quanto a liberdade religiosa, condicionando-a ao respeito, a ordem pública e aos bons costumes, a constituição de 1934 manteve o princípio da igreja livre em Estado livre. Em 10 de novembro de 1937, entrou em vigor a quarta constituição brasileira.
Como é denominado o direito que assegura aos cidadãos e cidadãs a liberdade religiosa a propriedade E a privacidade?
A liberdade religiosa é garantida pela Constituição de 1988 e está descrita no artigo 5º, que possui 77 incisos sobre os direitos fundamentais garantidos aos cidadãos. ... Esse direito é relevante a todos no país, tanto para aqueles que possuem uma religião e exercem sua crença, quanto para os que não têm religião.
O que ainda afeta a liberdade religiosa no Brasil?
Apesar da diversidade religiosa, a convivência e o respeito por distintas práticas religiosas no Brasil é um problema de violação de direitos. As culturas ameríndias e africanas historicamente discriminadas durante os três séculos do período colonial também são as mais afetadas com a intolerância religiosa.
Quando o assunto é religião O Brasil adota um comportamento?
Como funciona a liberdade religiosa na política? O Brasil é um Estado laico, não ateu – ou seja, não proíbe práticas religiosas em seu território. Assim, todas as religiões devem ser respeitadas e seu exercício permitido. Os governantes, desse modo, têm o direito de praticar suas crenças individuais na esfera privada.
Quais são os limites da religião?
Os limites à liberdade religiosa não são desnecessários ou abusivos. Algumas religiões ou cultos, por assim dizer, praticam atos abusivos e condenados socialmente. Sob o manto da religião, algumas pessoas praticam atos ilegais e imorais com o intuito de satisfazer sua lascívia ou obter alguma vantagem financeira.
Porque a liberdade religiosa é lei?
A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
Como a lei trata a liberdade religiosa e de pensamento?
O inciso VII do artigo 5º, estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Qual foi a primeira religião a ser cultuada no Brasil?
As primeiras igrejas protestantes com atividade contínua chegaram ao Brasil quando, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos a nações amigas por meio do Tratado de Comércio e Navegação, comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1811.
Quem defendia a liberdade de consciência em matéria de fé?
Os anabatistas defendiam a liberdade de consciência em matéria de fé.
É inviolável a liberdade de consciência e de crença?
A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
Como a intolerância religiosa é enquadrada criminalmente na lei brasileira?
Desta forma, a intolerância religiosa é uma prática ilegal e inconstitucional, sendo considerada crime, com pena dosada de um a três anos de reclusão, além do pagamento de multa, conforme a Lei de nº 9.459/1997.
Quais são as influências que recebemos da religião em nossa cultura?
A religião permite conhecer o local onde as pessoas vivem seus valores em uma cultura. Ela é influenciada pela cultura, mas ela também influencia a cultura daqueles que vivem em seu entorno. A religião permite um conhecimento maior dos valores que envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores éticos.
Quais são as maiores religiões no Brasil?
Lista dos principais grupos religiosos do Brasil
Catolicismo romano (64.6%)
Protestantismo (22.2%)
Sem religião (8%)
Espiritismo (2%)
O que a Constituição fala sobre religião?
A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
O que o texto diz sobre intolerância religiosa?
O texto constitucional estabelece que a liberdade de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. Determina ainda que os locais de culto e as liturgias sejam protegidos por lei. Já a Lei 9.459, de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.
O que diz a lei sobre a intolerância religiosa?
No Brasil, a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.
Qual a importância de se preservar a liberdade religiosa?
A preservação da liberdade religiosa é, no plano teórico e prático, um ponto fundamental, de suma importância não somente para garantia de um direito humano básico, em todas as comunidades e culturas, povos e estados, como também por constituir elemento agregador da sociedade.
Qual é a lei da intolerância religiosa?
Legislação brasileira. O Brasil tem normas jurídicas que visam punir a intolerância religiosa. No Brasil, a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.