– Utiliza termos que não são mais usados, cria neologismos, faz empréstimos de palavras estrangeiras e explora estruturas sintáticas para recriar e reinventar a língua portuguesa.
Guimarães Rosa foi um dos principais representantes do regionalismo brasileiro, característica da terceira fase do modernismo. Com uma linguagem fiel à popular, o escritor conseguiu inovar a literatura. Como atuou como médico e diplomata, Rosa começou a publicar seus textos mais tarde, apenas com 38 anos.
Poeta
O sertão de Minas Gerais se tornou terra fértil no engenho criativo do médico Guimarães Rosa. Foi lá que ele colheu depoimentos, histórias e conheceu um vaqueiro, o Manuelzão guia de um universo repleto de elementos, uma jazida descoberta pelo garimpeiro certo.
Quem elegeu a busca, não pode recusar a travessia. O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
Essa tentativa de configuração de enredos universalistas é auxiliada pela linguagem, que se torna um recurso altamente expressivo. Nas palavras do próprio autor, “o idioma é a única porta para o infinito”, e, com o intuito de adentrar essa porta, Guimarães Rosa portou-se como um verdadeiro arqueólogo da língua.
Guimarães Rosa escreveu contos, novelas, romances. ... Rosa foi um estudioso da cultura popular brasileira. Sua obra que merece maior destaque e por ter sido a mais premiada, é “Grande Sertão: Veredas”, publicada em 1956 e traduzida para diversas línguas.
“Grande Sertão: Veredas” é uma narrativa do pós-modernismo brasileiro (geração de 45). Consiste em um longo diálogo/monólogo em que o protagonista, Riobaldo, velho jagunço que trocara a vida da jagunçagem pela tranquilidade da fazenda, narra a sua vida a um jovem doutor que chegou a suas terras.
As obras de Guimarães Rosa estão inseridas na terceira geração modernista (ou no pós-modernismo). Devido a isso, e também a particularidades estéticas do autor, seus livros apresentam as seguintes características: Uso de termos arcaicos. Linguagem poética.
A obra de Lispector apresenta características intimistas, o indivíduo, com seus questionamentos e sua intimidade, é a peça mais importante. A representação do pensamento não é feita de forma linear, é livre e desordenada. É possível ainda identificar a instrospecção na técnica de desenvolvimento de texto.
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG), em 27 de junho de 1908. Filho de um pequeno comerciante, mudou-se para Belo Horizonte em 1918, para dar continuidade aos estudos. Formou-se em Medicina, em 1930, e exerceu a profissão em cidades do interior mineiro, como Itaúna e Barbacena.
Cordisburgo, Minas Gerais, Brasil
Cordisburgo, Minas Gerais, Brasil
19 de novembro de 1967
Universidade Federal de Minas Gerais1925–1930
19 de novembro de 1967
Tinha também paixão por aprender outros idiomas. Seus conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e esperanto, além de um pouco de russo. Lia em sueco, holandês, latim e grego.
Sagarana é um neologismo, fenômeno linguístico muito presente nas obras de Guimarães. É a junção da palavra "saga" com "rana". Assim Sagarana é semelhante a uma saga. Sarapalha seria um conto.
A reza de São Marcos não interessa enquanto significado, sentido - "é melhor esquecer as palavras" - mas como rito, magia, iniciação transcendentalista. Em todas as fábulas processa-se, assim, uma volta às origens: através da reintegração total dos sentidos, da aproximação com a natureza, da crença na força da palavra.
Guimarães Rosa explora, de modo criativo, o sistema linguístico do português. Em diversos momentos, o autor cria novos termos (os chamados neologismos) a partir de processos de formação de palavras previstos na língua.
"É junto dos bão que a gente fica mió." - João Guimarães Rosa.
“É junto dos bons que a gente fica melhor”, disse. Ao lado de Fernando Pessoa e Maquiavel, Guimarães Rosa figura entre os autores citados por Pereira em palestras proferidas dentro e fora da Serasa.
Caio Fernando Abreu: O que tem de ser, tem muita força.... O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. ... E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser.