Alguém pode me responder preciso da resposta urgente.. >>>Quais as diferenças e semelhanças entre o sertanejo (os sertões)e o cabloco (urupes )?

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Desde que deixou de ser ágrafa, a humanidade vem registrando seus sonhos, angústias, esperanças e injustiças. Nas narrativas dos mais diferentes gêneros, do histórico ao literário, do religioso ao jornalístico, a terra sempre esteve presente nas discussões do homem, no seu desejo de posse.  A literatura reflete o próprio homem, sua humanidade e suas contradições. Também é o registro daquilo que uma sociedade sonha ou necessita melhorar. No caso do Brasil, por exemplo, a questão fundiária vem há muito sendo tratada na literatura. Denúncia de miséria e latifúndio estão presentes em obras de autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato.  Em 1897, no interior da Bahia, Euclides da Cunha, à época correspondente de um jornal paulista, fizera a cobertura do conflito de Canudos. Meia década depois, lançou uma das obras mais importantes para a nossa literatura no século XX, Os Sertões. Nessa obra é possível constatar a indigência vivida pelo sertanejo nordestino, abandonado à sorte da seca, num mundo sem garantias cidadãs, sem terra para o povo. Para Euclides:  O sertanejo é, antes de tudo, um forte […]  A sua aparência entretanto, ao primeiro lance de vista revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempenho, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.  É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo […].p177 (grifos nossos)  Euclides já apontava o valor do povo que vivia no sertão, resistindo a despeito do abandono das autoridades governamentais. Embora tenha aparência “quasímoda” (referência à feiura do Corcunda de Notre-Dame) é forte na labuta como Hércules. Ainda nas primeiras décadas do século passado, Monteiro Lobato lançou olhar ao “sertanejo” do interior de São Paulo. No conto Urupês, 1918, surgiu o Jeca Tatu:  “Pobre Jeca Tatu! Como é bonito no romance e feio na realidade!  Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo… p.90 (grifos nossos)  …………………………………..  Seu grande cuidado é espremer todas as conseqüências da lei do menor esforço – e nisto vai longe.  Começa na morada. Sua casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram na toca e gargalhar ao joão-de-barro […] Mobília nenhuma. A cama é uma espipada esteira de peri posta sobre o chão batido […] Nenhum talher […] Nada de armário ou baús. A roupa, guarda-a no corpo. Só tem dois aparelhos; uma que traz no uso e outro na lavagem. […] Seus remotos não avós gozaram maiores comodidades. Seus netos não meterão quarta perna ao banco. Para quê? Vive-se bem sem isso.” p.91  Assim, Lobato apresenta o “caboclo” do Vale do Paraíba, como indolente e preguiçoso e, conseqüentemente, essa seria a causa de sua miséria, atraso e ignorância. Posteriormente, em 1947, reviu sua posição e construiu outra personagem chamada Zé Brasil, cuja trajetória de miséria deve-se à estrutura do campo, injusta, sem oferecer possibilidade de crescimento ao caboclo, como é possível identificar no trecho que segue:  _E se você fosse dono das terras, aí dum sítio de 10 ou 20 alqueires?  _Ah, aí tudo mudava. Se eu tivesse um sítio, fazia uma casa boa, plantava árvores de fruta, e uma horta, e até um jardinzinho como o do Giusepe. Mas como fazer casa boa, e plantar árvores, e ter horta em terra dos outros, sem garantia nenhuma? Vi isso com o coronel Tatuíra. Só porque naquele ano as minhas roças estavam uma beleza, ele não resistiu à ambição e me tocou. E que mundo de terras esse homem tem! A fazenda do Taquaral foi mediada. Os engenheiros acharam mais de 2 mil alqueires […] Herdou do pai, que já havia herdado do avô […] Também não planta nada. O que ele quer lá é rendeiro como eu fui […] p.94-95 (grifos nossos)