A mãe suficientemente boa é aquela que frustra o filho ao mostrar que ele não terá seus desejos atendidos imediatamente, mas que também mostra que existe um tempo de espera e um limite e que ele não é sua extensão. Fazendo isso com a criança ainda pequena, a mãe está ajudando a se tornar uma pessoa resiliente.
Assim, nos primeiros meses da vida do bebê, a "mãe suficientemente boa" tem três funções, assim sintetizadas por Winnicott: holding (sustentação), handling (manejo) e a apresentação dos objetos (Winnicott, 1975; Valler, 1990; Coutinho, 1997).
(Winnicott, D.W. Os bebês e suas mães, São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.
A mãe que não consegue ser suficientemente boa não proporciona ao bebê que ele se constitua como sujeito independente. Winnicott explica que não é necessário a mãe ter uma compreensão intelectual de sua função ou tarefas. ... Inicialmente, como já foi sugerido, o vínculo entre a mãe e o bebê é muito intenso.
A mãe suficientemente boa e o ambiente Para Winnicott, cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar; porém, o fato de essa tendência ser inata não garante que ela realmente vá ocorrer. Isso dependerá de um ambiente facilitador que forneça os cuidados de que precisa.
A clínica winnicottiana está baseada numa teoria dos distúrbios psíquicos que tem como fundamento a teoria do processo de amadurecimento pessoal do indivíduo. Essa teoria, segundo o próprio autor, é a "espinha dorsal"(backbone) do seu trabalho teórico e clínico.
Geralmente traduzido como sustentar ou segurar e, por outras vezes, mantido no original "holding", o termo faz referência ao suporte físico e psíquico oferecido ao bebê pelo seu cuidador.
Uma união que Winnicott chama de personalização. A mãe suficientemente boa A mãe suficientemente boa permite à criança pequena desenvolver uma vida psíquica e física fundamentada em suas tendências inatas. ... A mãe insuficientemente boa Ela pode corresponder a uma mãe real ou a uma situação.
A reflexão que apresentamos traz a perspectiva de que a ideia de Winnicott da "mãe suficientemente boa" necessitou do século XX para se configurar.
A mãe suficientemente boa não é necessariamente a própria mãe do bebê, mas quem efetua uma adaptação ativa às necessidades dele. Possíveis dificuldades da mãe em olhar para o filho como diferente dela, com capacidade de alcançar certa autonomia, podem tornar o ambiente desfavorável para aquela criança amadurecer.