Afirma ele que não há sociedade sem indivíduos e, analogamente, não há indivíduos sem sociedade. ... Na sociedade humana, as trajetórias sociais são como planos emergindo em que há sensos de propósito que se entrecruzam, mas sem finalidade (ELIAS, 1994: 59).
Norbert Elias aponta que a sociedade constitui-se como um dos elementos essenciais de uma estrutura organizacional cujas atuações demonstram-se de diversas formas de inter- relacionamentos e entrelaçamentos sociais e que esta jamais poderá agir individualmente.
Elias não consegue ultrapassar a dicotomia entre indivíduo e sociedade e isto decorre de sua definição de indivíduo como "pessoa singular" e da sociedade como "pluralidade de pessoas", sendo que esta última se caracteriza por possuir leis específicas, caracterizadas por determinadas relações e funções.
Segundo ele, a mudança social decorre do fato de que as cadeias de interdependência modificam-se. ... O que Elias chama de processo civilizador nada mais é, portanto, do que o reflexo direto das mudanças nas cadeias de interdependência humana, que tiveram origem nas próprias teias de interdependência social.
Para Elias, o conceito de civilização expressa uma cadeia de lentas transformações dos padrões sociais de auto-regulação (2006: 53). ... O desenvolvimento dessas regulações comportamentais caminha, na visão de Elias, entrelaçado a um processo de pacificação social.
A estrutura social é apresentada por Bourdieu como um sistema hierarquizado de poder e privilégio, determinado tanto pelas relações materiais e/ou econômicas (salário, renda) como pelas relações simbólicas (status) e/ou culturais (escolarização) entre os indivíduos.
No artigo intitulado Conceitos sociológicos fundamentais, Elias (2006) nos mostra que o conceito de configuração compreende a formação dos indivíduos na sua relação com os objetos simbólicos, com a transmissão da cultura e com o aprendizado de um patrimônio simbólico social.
A teoria sociológica formulada por Elias concebe sua tarefa como a de analisar os processos sociais baseados nas atividades dos indivíduos que, através de suas disposições básicas - ou seja, suas necessidades - são orientados uns para os outros e unidos uns aos outros das mais diferentes maneiras.
Na teoria sociológica de Elias, porém, a relação entre o "indivíduo" e a "sociedade" é concebida de outro modo. Norbert Elias não aceita qualquer tipo de concepção social "totalizadora" - e nem mesmo "individualista" - dos processos sociais.
Sua crítica consiste em que, quando se fala do indivíduo e de seu meio, da criança e da família, do indivíduo e da sociedade, do professor e do aluno ou do sujeito e do objeto, não se tem claramente presente que o indivíduo (professor, aluno, irmão etc.) faz parte de seu ambiente, de sua família, de sua sociedade.