Rubem Alves e suas contribuições para a educação – De acordo com as leituras a respeito de Rubem Alves, a escola tem que levar em consideração a criança e não o adulto, desse modo permitindo que a mesma expresse seus anseios, vontades, indagações acerca do conhecimento a ser construído no ambiente escolar.
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Alves - Eu costumo brincar que o corpo é muito mais inteligente que a cabeça e ele carrega duas caixas. Uma é a "caixa de ferramentas", com tudo de que precisamos para resolver questões práticas. Só carregamos as ferramentas necessárias para as situações que estamos vivendo. Por exemplo, é idiotice um sujeito levar um furador de gelo para o deserto. Então, o corpo seleciona o que é realmente útil. Na segunda caixa estão os brinquedos, tudo aquilo que, não sendo útil, nos dá prazer e alegria: música, poesia, literatura, pintura, culinária, a capacidade de contemplar a natureza, de identificar a beleza nos jardins. Essas coisas não servem para nada, mas compõem a felicidade humana. Quem não as tem é uma pessoa bruta, estúpida, sem sensibilidade. Tudo o que não é ferramenta nem brinquedo é esquecido. Isso faz parte da sabedoria do corpo.
Em 1953, Rubem iniciou sua carreira e estudos na área de teologia. Aprofundando seus conhecimentos em religião, mergulha em estudos teológicos e se torna pastor na cidade de Lavras.
Entretanto, após se casar, em 1959, ter filhos e passar por sérias complicações por conta de doenças na família, Rubem abandona a igreja em 1963 e vai para Nova Iorque realizar seu mestrado em teologia.
Como um palhaço que entra no picadeiro com a missão de divertir, ou como um mago repleto de truques, nunca como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer. Para Rubem Alves, o ato de ensinar deveria ser sempre visto como algo alegre e lúdico, exercido com arte, paixão e amor, e visto com muito respeito pela sociedade.Algumas sugestões de livros de Rubem Alves disponíveis na Árvore, para você ler agora mesmo:
Um dos maiores nomes em educação e teologia do Brasil, Rubem Azevedo Alves nasceu em 15 de setembro de 1933, no interior de Minas Gerais, na cidade de Boa Esperança. Ainda jovem, com apenas 12 anos, se mudou com sua família para o Rio de Janeiro. E, em terras cariocas, Rubem sofria chacota por conta de seu sotaque mineiro do interior. A fim de escapar desses momentos, o introspectivo garoto refugiou-se em suas maiores paixões: a religião e a leitura.
Alves - Na realidade, nossa educação dá atenção praticamente zero à "caixa de brinquedos". Mas note que a alegria não está só nela. É uma delícia saber usar uma ferramenta. Quando a gente era pequeno achava maravilhoso bater um prego na madeira. Usar o martelo com competência dava alegria. Um cozinheiro quando corta uma cebola chora, mas se sente feliz porque está usando com competência uma ferramenta. Nietzsche dizia que todos nós temos desejo de poder e isso não significa querer ser um general ou o presidente da República. Ele está dizendo que o homem quer ter habilidades para controlar a vida. E quanto mais você domina o poder, mais pode viver. As ferramentas dão esse poder e, sendo assim, são fonte de alegria. Mas eu preciso desejar fazer a coisa. Se for obrigado, não terei prazer.
Alves - O filósofo francês Gaston Bachelard tem um texto que diz que somos uma civilização ocular. Trabalhamos e conhecemos com os olhos, não com as mãos. Às vezes eu brinco que os pensamentos começam com as mãos, estão ligados àquilo que a gente faz. As escolas, porém, estão concentradas apenas em atividades cerebrais. Falam em construtivismo, mas não o praticam. Aliás, todo mundo acha que isso é uma novidade, mas o Giambattista Vico, um filósofo do século 16, já falava que só podemos conhecer aquilo que construímos, com as mãos ou com a cabeça. Se a questão é essa, eu devo construir não só intelectualmente mas também de forma prática. É isso que desenvolve o prazer de fazer as coisas.
É nesse período, enquanto leciona, que Rubem Alves investiu ainda mais na carreira de escritor. Ao fim dos anos 80, quando conquista o título de psicanalista, já havia escrito dezenas de obras traduzidas nos mais diversos idiomas. Desde livros infantis até textos acadêmicos, Rubem Alves sempre foi respeitado e estudado em todos os campos que viveu.
Alves - Os pais, muitas vezes, são os piores inimigos da educação. A maioria não está interessada no aprendizado dos filhos. Só querem que eles passem no vestibular. Eu até compreendo, porque eles são movidos pela ilusão de que entrando na universidade seus filhos terão um diploma e isso vai garantir uma sobrevivência econômica digna - o que, aliás, não é verdade. O Ministério da Educação registra o aumento de matrículas nas universidades. Por quê? Porque educação é um negócio muito bom, todo mundo quer ter educação, ganhar dinheiro. Só que não há emprego para todo esse pessoal que está se formando. Veja o caso dos médicos aqui na região de Campinas, onde existem cursos na PUC Campinas, Unicamp, Universidade de Bragança e Jundiaí. Por ano, elas devem colocar no mercado uns 400 médicos - e eles não encontrarão trabalho.
A teoria histórico-cultural de Vygotsky se baseia no método dialético da construção do conhecimento científico, onde o aluno no decorrer de sua vida cotidiana acumula conhecimentos e os leva para a vivência da escola, e inserido na prática escolar este aluno desaprende e reaprende de forma científica tudo aquilo que havido conhecido sem a intervenção de seu professor. Por meio deste processo, Vygotsky apresenta uma nova perspectiva sob a aprendizagem analisando que dessa maneira o professor leva a criança a pensar e explicar as questões, pois o professor trabalha com o aluno sendo um interventor de seu conhecimento.
Ali ele se doutora em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary. A tese por ele defendida é lançada em 1969 pela editora Corpus Books, da Igreja Católica, com o título de A Theology of Human Hope, primeiro passo para a constituição da Teologia da Libertação.
Você sabe quem foi o escritor Rubem Alves? Neste post, vamos contar um pouco de sua trajetória e dicas de leitura para você conhecer a obra deste importante escritor. Confira!
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Alves - Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso. Os gregos diziam que o pensamento começa quando a gente fica meio abobalhado diante de um objeto. Eles tinham até uma palavra para isso - thaumazein. Nesse sentido, a resposta é sim, pois aquele objeto representa um enigma. Você tem a mesma sensação de quando está diante de um mágico, ele faz uma coisa absurda e você quer saber como ele conseguiu aquilo. Com as coisas da vida é o mesmo. Ficamos curiosos para entender a geometria de um ovo ou como a aranha faz a teia. Estou me lembrando da Adélia Prado, que diz assim: "Não quero faca nem queijo, eu quero fome". É isso: a educação começa com a fome. Acontece que nossas escolas dão a faca e o queijo, mas não dão a fome para as crianças.
O autor fala que o fracasso da educação brasileira pode ser visto como um sinal de esperança se comparado a um estômago exigente. Se estiver vomitando tudo, é porque sabe o que é bom, sabe que precisa melhorar o cardápio. O pior seria se a nossa educação aceitasse tudo, feito urubu. Desde cedo as crianças já aprendem que o tempo se divide em tempo de aflição e tempo de alegria, tempo de escola e tempo de férias, tempo de dor e tempo de prazer. Tem escolas que devoram as crianças em nome de rigor, de ensino apertado, de boa base, de preparo para o vestibular. Ninguém pensa em boa base em termos de prazer, alegria, espírito comunitário, sentimentos generosos e humanistas, sensibilidade artística entre outros. O que se vê é uma angústia geral e uma procura por escolas que apertam e desenvolvem o espírito individualista de competição e de deixar o outro para trás, como o exemplo do vestibular: Conhecimento idiota que a memória, sábia, se encarregará de vomitar o mais depressa possível. Dentro em breve nada mais restará. Apenas as cicatrizes. A ansiedade. Os olhares tristes e acusatórios dos pais. O dinheiro perdido. As recriminações. E o terrível sentimento de derrota. Como se a vida deixasse de fazer sentido, pois todos os rituais preparatórios diziam que entrar na Universidade era a única coisa que importava. Eles contam às cabeças que ficaram. Nada dizem daquelas que rolaram pelo chão. […] Os vestibulares instauram o ódio entre pais e filhos. (ALVES, 1980). Os exames vestibulares são como instrumentos de terror que determinam os rumos da educação com muito mais poder que todas as nossas leis. Rubem Alves (1980).