Quando se encontrou com os irmãos Villas-Boas (os mais importantes sertanistas e indigenistas do Brasil) e com eles aprendeu o português, Raoni já utilizava seu icônico labret, disco de madeira cerimonial em seu lábio inferior – instalado desde seus 15 anos.
Os índios botocudos são hoje representados pelos crenaques (ou krenaks, também chamados “os últimos botocudos do leste”, ou boruns) e vivem em áreas indígenas nos estados de Mato Grosso, de Minas Gerais e de São Paulo. ... Centenas de anos atrás, os botocudos habitavam uma área extensa do Recôncavo Baiano.
Os Krenák ou Borun constituem-se nos últimos Botocudos do Leste, nome atribuído pelos portugueses no final do século XVIII aos grupos que usavam botoques auriculares e labiais. São conhecidos também por Aimorés, nominação dada pelos Tupí, e por Grén ou Krén, sua auto-denominação.
No Espírito Santo, existem duas etnias, os povos indígenas Tupinikim e Guarani Mbya. Ambos situam-se em Aracruz, município localizado no litoral norte do estado e distante da capital Vitória cerca de 83 kilômetros. A presença dos povos Tupinikim no estado é anterior à chegada dos europeus ao Brasil.
Inicialmente as terras do atual Espírito Santo eram habitadas por diversos povos indígenas, todas pertencentes ao tronco: Tupi; as tribos do interior eram chamadas de Botocudos, sendo-lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da prática de antropofagia.
Vivem na Bahia atualmente cerca de mais de 37 mil indivíduos representando 16 grupos étnicos: Atikum, Kaimbé, Kantaruré, Kariri-Xocó, Kiriri, Payayá, Pankararé, Pankarú, Pataxó Hãhãhãe, Pataxó, Truká, Tumbalalá, Tupinambá, Tuxá, Xacriabá e Xukuru-Kariri.
Os habitantes praticam pesca e agricultura de subsistência, além de cultivar cacau e criar gado para gerar renda. Há também a venda de artesanato indígena e investimentos no etno-turismo, como já descrito. Alguns Pataxós prestam serviços de hotelaria e aluguel de barracas em Porto Seguro.
Povos e respectivas terras indígenas no Nordeste e Leste do Brasil
O Povo Pataxó hoje vive no extremo Sul da Bahia, no nordeste do Brasil, distribuídos em cerca de trinta aldeias nos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Prado, Itamaraju e há também três aldeias no município de Carmésia, e uma em cada uma dos municípios de Araçuaí, Açucena e Itapicirica em Minas Gerais.
Após a palestra, é apresentado um ritual com dança e música de agradecimento, de que as crianças também participam. É costume dos pataxós agradecer tanto à natureza quanto à visita de amigos com esse ritual. Logo após a dança, vem a bênção, em que um incenso natural é aceso.
Os Pataxó vivem no extremo sul do Estado da Bahia, em 36 aldeias distribuídas em seis Terras Indígenas -- Águas Belas, Aldeia Velha, Barra Velha, Imbiriba, Coroa Vermelha e Mata Medonha -- situadas nos municípios de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Itamaraju e Prado.
Em quase todos os estados brasileiros existem terras indígenas reconhecidas – exceto no Piauí e no Rio Grande do Norte. Mas os índios não vivem apenas nas terras indígenas. Há comunidades indígenas circulando por beiradões de rios, em cidades amazônicas e até em algumas capitais brasileiras.
A cultura material indígena se resume a algumas ferramentas, armas, adornos e, muitas vezes, habitações, para povos caçadores-coletores nômades, os quais praticam pesca e agricultura de subsistência e se mudam periodicamente, segundo a sazonalidade e a disponibilidade de recursos naturais.
Antes da colonização, os índios que habitavam o território (hoje denominado Brasil) tinham uma cultura similar em alguns pontos, tais eram: organização social baseada no coletivismo; ausência de política, Estado e governo; ausência de moeda e de trocas mercantis; religiões politeístas baseadas em elementos da natureza; ...
De modo geral, os povos indígenas viviam de atividades como caça, pesca e agricultura antes da chegada dos europeus. ... Os grupos indígenas encontrados pelos europeus nas duas frentes eram diferentes, tinham hábitos e sociabilidades diferentes, bem como culturas distintas.
Historicamente, a educação indígena esteve ligada à catequese dos índios, apaziguando-os, tornando-os dóceis e submissos às necessidades do colonizador. Ensinava-se a língua portuguesa, desconsideravam-se os mitos, as crenças, os hábitos indígenas, e as aulas eram ministrados por professores brancos.
“Plantavam feijão, milho, abóbora e principalmente mandioca, cuja farinha se tornou também um alimento básico da Colônia. ... Com a chegada dos portugueses seus costumes e hábitos se modificaram e novas formas de educação foram instituídas como poderemos ver em “Os Jesuítas e a Educação no Brasil Colonial”.
O conhecimento e a educação desde a perspectiva ameríndia têm como característica o compartilhar, a coletividade e a praticidade, os conhecimentos não são para os indivíduos e seu bem particular. Quanto mais se sabe, mais se compartilha e se oferece à comunidade, o beneficio não é particular e sim comunitário.
- Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses em 1500. Cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes. Viviam basicamente da caça, pesca e agricultura. ... Os rios, árvores, animais, ervas e plantas eram de extrema importância para a vida destes índios.