É no elemento do saber que se determinam condições de aparição de uma ciência, ou pelo menos de um conjunto de discursos que acolhem ou que reivindicam os modelos de cientificidade (Foucault, 1994b: 724). ... Em outras palavras, Kuhn faz epistemologia, Foucault faz arqueologia, ou melhor, como veremos, arqueogenealogia.
Toamando o método arqueogenealógico de Foucault como ponto de partida, o percurso da análise dos modos como os seres humanos tornaram-se sujeitos é rapidamente refeito. Nesse percurso são analisados os saberes, o regime dos discursos de verdade e a configuração de saber que possibiliotou o aparecimento do sujeito.
O conceito de formação discursiva constitui uma noção fundamental na medida em que mostra a condição do sujeito falante determinado por uma situação social e histórica definida e que não é a fonte do sentido, uma vez que este deriva exatamente dessas posições sociais que ocupa.
A noção de Discurso é empregada como: Um conjunto de regras anônimas, históricas sempre determinadas no tempo espaço, que definiram em uma dada época, e para uma área social, econômica, geográfica, ou linguística dada, as condições de exercício da função enunciativa. (FOUCAULT, 1960, p.
Segundo Pêcheux ([1975] 1997) não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido. ... Assim, pode-se afirmar que nenhum discurso é neutro e, também, que nele o sujeito apropria-se de outros discursos.
Em outras palavras, as práticas não discursivas são também parte do discurso, à medida que identificam tipos e níveis de discurso, definindo regras que ele de algum modo atualiza.
O poder da linguagem determina a posição social do indivíduo dentro do contexto social. Além disso, a linguagem faz uso de outros recursos chamados por Bourdieu de poderes simbólicos para enaltecer mais ainda as relações de poder.
Linguagem é poder. Antes de serem puros e simples atos de comunicação, todos os atos da linguagem são atos de poder. Em um sentido puramente conceitual, poder é uma potencialidade dos corpos humanos. ... A essa ação podemos dar o nome de linguagem.
A linguagem é a expressão de tudo o que é, e Aristóteles a estuda onde quer que apareça, pois é só através de seu exame que a "realidade"* pode ser examinada. Aristóteles examina o suporte bioló- gico da função lingüística quando, estu- dando os diferentes sentidos e seus ór- gãos, fala da voz como um som ouvido.
As principais questões investigadas pela disciplina são: Como as frases compõem um todo significativo? O que é o significado das "partes" (palavras) das frases? Qual a natureza do significado?