A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas infantis mais famosas de sempre, continuando bem presente nas nossas memórias. Ela fala sobre uma cigarra preguiçosa e uma formiga esforçada, comparando as suas posturas sobre o trabalho e o futuro.
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
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Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas a Arte foi um tanto quanto sacrificada em minha vida, ou sofreu uma pausa, num momento de definição e de necessidade de ganhar dinheiro para “virar” alguém, só que recuperada recentemente, a partir de outras linguagens artísticas. E aí, se descobre que todo artista pode ser multiartista, e que necessariamente, não precisa ser excepcional em todas as expressões. Uma série de coisas simples formam o extraordinário. E isso é verdade também para quem não se considera artista, mas também pode tentar fazer balé após os 30 anos, pintar após os 40, ou mais, somente por fruição.
Próximo de onde ela cantava havia um formigueiro, e a Cigarra se divertia vendo as formigas trabalharem para guardar alimento. Debochando, ela disse para uma formiga que passava por perto:
Assim como a formiga, devemos ser previdentes e economizar dinheiro para garantir nosso futuro financeiro. Devemos poupar dinheiro para emergências e para aposentadoria. É importante ter um fundo de emergência para cobrir gastos inesperados, como perda de emprego, doença ou reparos domésticos. E para garantir uma aposentadoria confortável, devemos começar a economizar desde cedo.
Durante a pandemia, outras formas de interação foram buscadas, a partir de pequenos vídeos no WhatsApp, seguindo uma via crucis que passa de nós para as professoras, depois, aos pais, e chega às crianças. Com isso, fizemos tutoriais de maquiagem de palhaças e palhaços, que foram reproduzidos pelas crianças, de confecção de brinquedos com materiais caseiros, como a boneca Abayomi, símbolo de resistência negra, bem como palestras sobre Cordel, Nordeste, Cultura Popular e Folclore, e Estatuto da Criança e do Adolescente.
Assim foi a descoberta do palhaço, como algo que despretensiosamente foi buscada, mas que eu não sabia que falava tanto de mim. Por descobrir o sombrio, o ingênuo, o ridículo, e transformar tudo isso em graça, em aceitação, em dança, em beleza, em riso. E proporcionar esse show de humanidade para outros, que se identificam e riem de si mesmos.
Jean de La Fontaine (1621 – 1695) foi um autor francês que ficou conhecido pela obra Fábulas (1668), na qual se inspira em Esopo e recria várias narrativas curtas com moralidade.
Porém, quando o inverno enfim chegou, a situação se inverteu. A formiga ficou tranquila em seu formigueiro aproveitando do conforto proporcionado por seu trabalho. Já a cigarra acabou ficando sem nada.
Esta história, cheia de sabedoria popular, também pode ser uma boa oportunidade para conversarmos com as crianças sobre outros valores fundamentais: a generosidade, a solidariedade, a partilha.
Num belo dia inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de comidas. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:
A moral da história é que devemos trabalhar duro e ser previdentes para garantir nosso futuro. A história ensina que não devemos viver apenas para desfrutar do momento presente, mas sim pensar no futuro e nos preparar para os tempos difíceis.
Essa desvalorização chega nas escolas, relegando aos professores e professoras de Arte um espaço desprezado, já que o que importa é Português e Matemática. Portanto, mesmo que alguns alunos se interessem, e possivelmente, os que têm mais dificuldades com as outras “linguagens”, e tenham mais facilidade com outros letramentos (que são as diversas formas de ler e interpretar o mundo, não só as “escolares”), como ritmos, danças, melodias, ou cores, serão possivelmente desestimulados.
Encontrar-se é se ver na criança, mesmo que muitas vezes digamos que não gostamos delas, mas possivelmente porque não estamos em paz com as nossas diversas crianças interiores que nos habitam, com nossas dores iniciais. E nesse ponto, é importante trazer a lógica do Cuidado de Si e da Construção de Si, presente no último livro de Foucault, a partir de um pensamento que lide com a questão da necessidade de ir além do negar-se a si mesmo, fruto do pensamento ascético religioso cristão, e partir para um ascetismo que parte da escolha das pessoas, para construir-se a si mesmo, trabalhando corpo, mente e espírito sobre o que se deseja ser. Afinal, somos um caminhar, uma construção em movimento, e isto dura a vida toda. Esse ascetismo por escolha pode proporcionar emancipações que superam a vigilância e o controle social, o que é incrível.
Hoje, o mundo todo conhece essa história, que foi adaptada até mesmo por Monteiro Lobato. A narrativa tem um enredo simples e conta com apenas duas personagens, sendo por isso fácil de entender até mesmo por crianças bem pequenas.
Não tem como não se apaixonar por essa fábula incrível, ainda mais com o colorido da história em vídeo. Assista junto com as crianças para aproveitar esse momento divertido.