Se houver lesão de um nervo hipoglosso, um lado da língua fica paralisado. O efeito da lesão pode ser percebido durante o exame semiológico do XII nervo, pois quando o paciente realizar protusão da língua, a mesma se desviará para o lado da lesão.
Após deixar o canal vertebral, o nervo espinal se divide em dois ramos: um maior anterior (ventral) e um menor posterior (dorsal). De maneira geral, os ramos anteriores inervam a pele e os músculos da porção anterior do tronco, enquanto os ramos posteriores inervam os músculos paravertebrais e a pele do dorso. As fibras nervosas que suprem os membros são derivadas dos ramos anteriores, que se redistribuem em redes de nervos chamadas de plexos nervosos. Os ramos anteriores dos nervos espinais cervicais superiores formam o plexo cervical, que inerva a região anterior do pescoço; os ramos anteriores cervicais inferiores e do nervo espinal T1 formam o plexo braquial, que inerva o membro superior; os ramos anteriores lombares inferiores e sacrais superiores formam o plexo lombossacral, que inerva o membro inferior e os ramos torácicos anteriores continuam segmentados (não formam plexos), transformando-se nos nervos intercostais, que se distribuem nos espaços intercostais.
A estenose espinal é uma condição relacionada a processos degenerativos da coluna vertebral que determinam redução da amplitude do canal vertebral. Nesses casos pode haver compressão dos nervos espinais que passam pelo segmento envolvido.
A língua é um órgão muscular rosado que se localiza dentro da cavidade oral. Ela é mantida úmida pelos produtos das glândulas salivares maiores e menores, o que facilita a deglutição, a fala e a percepção gustativa. Apesar de haver uma variação significativa do tamanho da língua entre os indivíduos, este órgão tem em média 10 cm de comprimento.
A língua possui ainda duas faces, uma superior e posterior, conhecida como dorso da língua, e uma face inferior, voltada para o assoalho da cavidade oral. No dorso da língua é possível identificar o sulco terminal, uma estrutura em forma de V que aponta posteriormente para o forame cego. Esse forame é um remanescente da porção proximal do ducto tireoglosso, uma estrutura embrionária que serve como ponto de origem para a formação da glândula tireoide.
Existem três nervos cranianos responsáveis pela transmissão da sensação gustativa da língua até o cérebro. Eles são: o facial (NC VII), o glossofaríngeo (NC IX) e, em menor extensão, o vago (NC X). A região da língua inervada por cada um desses nervos depende da proximidade dos botões gustativos (e das papilas linguais) à terminação nervosa livre de cada nervo. O nervo facial transporta sinais sensitivos especiais dos dois terços anteriores da língua e da parte inferior do palato mole.
Apesar dos botões gustativos estarem distribuídos ao longo de toda a cavidade oral, eles estão mais concentrados na língua. Eles são ovais, têm coloração clara e são revestidos por epitélio escamoso estratificado. Uma combinação de células gustativas alongadas, de suporte e células-tronco basais pode ser encontrada em cada botão gustativo. As células gustativas possuem um poro gustativo apical em meio a numerosos microvilos que se ligam às moléculas dissolvidas na saliva e as trazem mais para perto dos receptores responsáveis pela gustação. Essas células têm uma taxa de renovação relativamente alta, em torno de sete a dez dias.
Além disso, tome cuidado para não confundir os termos ”raiz” e “base” quando for se referir à língua, pois eles representam duas áreas anatômicas diferentes. A base da língua se refere à parte pós-sulcal, que forma a parede ventral da orofaringe, enquanto a raiz da língua se refere à parte da língua que é fixa ao assoalho da cavidade oral.
Existem várias estruturas importantes ao redor da língua. Ela é limitada anterior e lateralmente pelos dentes, e superiormente pelo palato duro na sua porção anterior e pelo palato mole, na sua porção posterior. Inferiormente, a raiz da língua é contínua com a mucosa do assoalho da cavidade oral, e logo abaixo dessa mucosa encontramos glândulas salivares e feixes vasculares.
O trajeto das fibras sensitivas aferentes do nervo mandibular dos proprioceptores até o núcleo trigeminal (após se fundir em um nervo craniano principal) é o seguinte (do início na periferia até o final, no cérebro):
Do nível de C1 até o nível de L1/L2, as raízes dos nervos espinais têm de percorrer uma pequena distância desde sua origem até o forame intervertebral correspondente. Caudalmente ao nível de L1/L2, a medula espinal forma uma estrutura chamada de cone medular. É a partir dessa estrutura que as raízes remanescentes dos nervos espinais deixam a medula espinal.
O hioglosso se origina no corno maior do osso hioide, e é um músculo delgado e quadrilateral. Ele normalmente é acompanhado pelo condroglosso (que pode ser considerado parte do hioglosso), que se origina da base do corno menor do osso hioide. O hioglosso tem um trajeto vertical e segue cranialmente. Ele perfura as margens inferolaterais da língua e depois se une entre os músculos longitudinal interior e estiloglosso.
A compressão do nervo espinal pode gerar grande desconforto, causando fraqueza dos músculos inervados pelo nervo espinal impactado, além de dor e formigamento do dermátomo associado. Em alguns casos, a compressão de nervos espinais pode levar a uma sensação de queimação irradiada. Se isso ocorre ao nível dos nervos espinais lombares baixos, pode se relacionar a uma condição chamada de ciatalgia (ou dor ciática), na qual a sensação de dor se irradia para baixo, chegando à região glútea e à parte posterior da coxa.
O restante da língua, que fica posteriormente ao sulco terminal, é formado pela base do órgão. Essa parte se localiza atrás das pregas do arco palatoglosso, e formam a parede anterior da orofaringe. Ao contrário da porção oral da língua, a sua porção faríngea não possui nenhuma papila. Sua mucosa possui agregados linfáticos conhecidos como tonsilas linguais, e é contínua com a mucosa das tonsilas palatinas, localizadas lateralmente, com as paredes laterais da orofaringe, e posteriormente com a epiglote e as pregas glossoepiglóticas.
Receptores de estiramento estão localizados dentro dos músculos. Eles são formados por terminações nervosas sensitivas que se fixam à região central das células musculares especializadas chamadas de fibras intrafusais. As fibras musculares intrafusais são orientadas paralelamente ao eixo longo do músculo, em grupos chamados de feixes musculares. Quando o feixe muscular é estirado, um sinal aferente é transportado pelo nervo sensitivo até o SNC. Esse nervo sensitivo faz sinapse com neurônios motores do tipo alfa, que inervam as fibras contráteis extrafusais do músculo. Além de fazerem sinapse diretamente com o neurônio motor alfa do mesmo músculo, os neurônios aferentes também fazem sinapse com os interneurônios dos músculos antagonistas, inibindo sua ação.
Existem 31 pares de nervos espinais, nomeados a partir das suas vértebras correspondentes. A maior parte deles deixa o canal vertebral através do forame intervertebral situado abaixo da sua vértebra correspondente. Portanto, existem 12 pares de nervos espinais torácicos, 5 pares de nervos espinais lombares, 5 pares de nervos espinais sacrais e um par de nervos coccígeos.
Por exemplo, no reflexo patelar (reflexo do músculo quadríceps) o sinal aferente gerado pelo estiramento do tendão patelar é enviado à medula espinal, onde o neurônio aferente faz sinapse com o neurônio motor alfa do músculo quadríceps femoral. Isso faz com que o músculo se contraia. Simultaneamente, o neurônio aferente faz sinapse com o interneurônio dos músculos isquiotibiais, que são antagonistas do quadríceps, fazendo com que eles relaxem.
As raízes do segundo e terceiro molares se aproximam bastante do nervo lingual, o que pode tornar as extrações dentárias um tanto perigosas para os pacientes. O dano ao nervo lingual geralmente resulta em dor ou perda de sensação, que pode ser temporária ou permanente, nas áreas atendidas pelo nervo. Em alguns casos, o nervo alveolar inferior é ferido; lesões no nervo lingual tendem a ser notavelmente mais graves. Em muitos casos, o profissional que extrai o dente ou dentes pode identificar danos nos nervos e recomendar um especialista em reparo de nervos.
Os ramos comunicantes são responsáveis pela liberação de sinais autonômicos entre os nervos espinais e o tronco simpático. Os nervos espinais podem ter ramos comunicantes cinzentos e brancos. Os ramos comunicantes cinzentos saem de todos os níveis da medula espinal e possuem fibras nervosas pós-ganglionares que vão dos gânglios vertebrais da cadeia simpática até os órgãos alvos. Os ramos comunicantes brancos só deixam a medula espinal entre T1-L2. Eles possuem fibras nervosas pré-ganglionares que vão da medula espinal para os gânglios paravertebrais da cadeia simpática.
Mesmo que o segundo arco faríngeo não contribua para nenhuma estrutura visível na superfície da língua, uma parte da sua inervação - o nervo corda do tímpano, ramo do nervo facial (NC VII) - transporta sinais aferentes dos botões gustativos (excluindo as papilas circunvaladas) da parte pré-sulcal da língua. As papilas circunvaladas, juntamente com a mucosa da parte pós-sulcal da língua, transmitem estímulos aferentes ao nervo glossofaríngeo (NC IX), que é o nervo do terceiro arco faríngeo. Essa inervação também é suplementada pelo nervo do quarto arco faríngeo - o nervo vago (NC X) - que transporta estímulos sensitivos da base da língua, na região anterior à epiglote.
Na seção “Sistema digestório”, há a subseção “Língua”, a qual apresenta quatro músculos como sendo os intrínsecos (longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical) e apresenta cinco músculos como os extrínsecos (genioglosso, hioglosso, condroglosso, estiloglosso e palatoglosso).
A sensibilidade gustativa é realizada pelo VII e pelo IX pares [4]. O nervo intermédio do VII par supre a região da lâmina e do corpo da língua. O ramo lingual do IX par supre a raiz da língua.
O nervo hipoglosso (par craniano XII) fornece inervação motora para todos os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua, exceto o músculo palatoglosso, que é inervado pelo nervo vago (par craniano X).
O nervo facial (VII) inerva a musculatura mímica da face, tem componente sensitivo responsável pela gustação nos 2/3 anteriores da língua, além de complexos eferentes viscerais. O nervo vestíbulo-coclear (VIII) é responsável pela audição e sensações vestibulares relacionadas ao equilíbrio.
Figura 2: Nervo Trigêmeo e seus ramos O V par é o responsável pela sensibilidade geral (dor, calor, frio, tato) de toda a face, da maior parte da dura-máter craniana e sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da língua.
É assim chamado por possuir três ramos: o mandibular, o oftálmico e o nervo maxilar. É um nervo com função mista (motora e sensitiva), porém há o predomínio de função sensitiva. Controla, principalmente, a musculatura da mastigação e a sensibilidade facial.
O canal mandibular localiza-se no interior do corpo da mandíbula, que se origina no forame mandibular e termina no forame mentual dando passagem ao nervo, artéria e veia alveolares inferiores.
A face medial do ramo contém o forame (buraco) mandibular, que envolve o nervo alveolar inferior e seus ramos. O corpo lateral da mandíbula contém o forame mentual (buraco mentoniano) bilateralmente, que abriga o nervo mentoniano e seus vasos correspondentes.
Pelo forame emergem o nervo mentual - ramo do nervo alveolar inferior - e vasos mentuais. O forame mentual, na grande maioria dos casos, localiza-se entre os pré-molares inferiores e é usado como referência em técnicas anestésicas, como o bloqueio do nervo incisivo e do próprio nervo mentual.
Côndilo mandibular ou cabeça da mandíbula é uma eminência arredondada na extremidade do osso mandibular, que forma a articulação temporomandibular.
Os nervos nasais posterior e superior e a artéria esfenopalatina também passam através do forame (buraco) esfenopalatino para entrar na cavidade nasal. Os nervos alveolares posterior e superior passam pela fissura pterigomandibular, que continua para a fossa infratemporal.