Quando A Pessoa Morre E Volta Vida?

Quando a pessoa morre e volta vida

Extraordinários relatos de pessoas que tiveram morte clínica ou estiveram perto de morrer e recuperaram-se intrigam médicos e cientistas. São o produto de fenômenos químicos do cérebro ou prova da sobrevivência do espírito? edit

Aos poucos, em cada sessão, M. foi contando de si, do casamento, do marido, das brigas, das vezes em que tentou se separar, das traições, de décadas convivendo com um companheiro que tinha problemas com álcool, que não colaborava com os gastos da casa nem na educação dos filhos e que somente nos últimos 13 anos, por causa de um câncer, havia se tornado mais caseiro.

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Essa textura singular da vida a dois, marcada por encontros e desencontros, se rompeu, não com a morte em si, mas com a ausência do corpo do morto, do luto e da percepção concreta da morte. Era mais um desaparecer do que um morrer. A pele psíquica de M., como afirma o psicanalista Didier Anzieu (1989), rasgou-se por dentro e por fora.

FREUD, S. Luto e melancolia (1917 [1915]). In: ______. Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos. 1914-1916. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2010. p. 170-194(Obras completas, 12).         [ Links ]

Penso no lugar do objeto em Winnicott (2000). A busca pela etimologia, influência de meu supervisor, me ajuda a encontrar o inconsciente da palavra. Objeto vem de ob, objectare, do latim, citar como modo de desaprovação, um derivado de obicere, opor, apresentar, colocar no caminho dele, formado por ob,à frente de, mais jacere, atirar, jogar, que significa estar diante de, posto diante de. Contra diante de algo, alguém. O objeto remete ao sujeito. Poderíamos pensar, então, que objeto é o que faz "obedecer". Eis o assujeitamento.

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Eu não sei o que eu diria para ele. Por que eu não sei? Por que eu esperei tanto por esse momento para encontrar com o corpo dele e, agora que posso, não consigo dizer nada. Não sei. Não sei. Acho que pediria desculpas.

Em 2006, neurologistas suíços ofereceram uma nova interpretação para uma das características das experiências de quase morte: a “saída do corpo”. Segundo Olaf Blanke, da Faculdade de Medicina da Universidade de Genebra (Suíça) e líder do grupo, ela é causada por “perturbações de um processo complexo de coordenação, que se pode atualmente localizar no cérebro”. Os cientistas descobriram essa correlação ao pesquisar, por estímulos elétricos, a localização de áreas-chave do cérebro ligadas a formas mais graves de epilepsia.

NOSEK, L. A disposição para o assombro. São Paulo, SP: Perspectiva, 2017.         [ Links ]

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[...] entre os escritos psicanalíticos, o caso clínico é o que mais exige do autor: discernimento para extrair de um longo trabalho o material relevante, amplo conhecimento da teoria que fundamenta suas intervenções, coragem para falar da contratransferência e dos eventuais erros de interpretação em que ela o faz incorrer, e – last but not least – domínio da técnica narrativa para expor de modo convincente o que se tem a dizer.

Esse caso, parte de um estudo holandês com 344 pacientes abordado em 2001 na revista médica inglesa The Lancet, exemplifica a chegada definitiva das experiências próximas à morte ao campo de estudo da ciência. Já não era sem tempo: culturas dos mais variados cantos do mundo e de todas as épocas possuem descrições que se encaixam no gênero. Mas essas experiências só começaram a atrair a atenção do meio científico no fim do século 19, quando o geólogo suíço Albert von St. Gallen Heim publicou uma coletânea de testemunhos pessoais dessas experiências, concedidos por alpinistas que haviam se acidentado nas montanhas (como ele próprio), soldados feridos em combate, operários que haviam caído de andaimes e indivíduos que quase haviam morrido por afogamento ou outros acidentes. Depois disso, surgiram regularmente relatos de pessoas ressuscitadas após serem declaradas clinicamente mortas, outras que, durante acidentes ou doenças, temeram morrer, e indivíduos que, mesmo agonizando, conseguiram narrar suas experiências.

Indicadores

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Voltando a Winnicott (2000), as primeiras relações estabelecidas com objetos se dão no nível corporal (alimentação, cuidados, toque na pele do bebê, reconhecimento do ambiente, entre outros). O pequeno inicia por fazer um reconhecimento de seu mundo por meio do corpo, construindo a partir dele seu mundo interno em relação com o mundo e os objetos externos, que serão posteriormente internalizados.

O psicanalista afirma ainda que a mãe precisa dispor de recursos internos e ambientais para cumprir a função do cuidado, mas permitindo a diferenciação. Daí nasce o conceito de unidade mãe-bebê, em que o ponto de referência não devem ser os processos que acontecem não apenas dentro da criança, mas também no campo relacional entre a criança e aquele que desempenha o papel de cuidador.

Quais são os sintomas da catalepsia?

É por meio do corpo que o bebê vai conhecer o mundo, o seu mundo, seja a partir das experiências do contato com o nascimento e a amamentação, seja o conhecimento do ambiente, a introdução na linguagem e na fala. É por meio do corpo que o bebê (e nós já adultos) internaliza(mos) os objetos primários, caracterizados como bons ou maus.

M. fora costureira boa parte do tempo. Havia pago a faculdade dos filhos costurando para empresas da região. Ela mesma se deu conta de que estava rasgada e me dizia:

Me pergunto se ela se casou com o marido ou com a instituição casamento e, aqui, poderíamos abrir a reflexão sobre as questões de gênero e suas implicações no psiquismo feminino.

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Freud (2011) afirma que o ego é, acima de tudo, corpo. Anzieu (1989), psicanalista francês, expõe que ego seria uma espécie de projeção da superfície, em que o mundo externo e o interno revelam seus conflitos. Assim, o entendimento das relações objetais precisa passar pelo corpo, já que esse é o local primeiro onde se estabelece o sentimento de ego.

As EQMs também não mostraram diferenças substanciais quanto à cultura ou à religião. Num estudo realizado nos Estados Unidos e na Índia, por exemplo, os psicólogos Karlis Osis e Erlendur Haraldsson não acharam nenhuma relação direta entre a religiosidade e as visões no leito de morte, mas descobriram que o sistema de crenças da pessoa influenciava o modo com que ela interpretava sua experiência. As mesmas conclusões foram tiradas pelo psicólogo americano Kenneth Ring após entrevistar 102 sobreviventes de crises de quase morte.

Depois de muitas sessões, M. chega contando que, pela primeira vez, teve a sensação corporal de sentir o cheiro do arroz que o marido fazia e que ela gostava muito.

Serviços Personalizados

Raymond Moody Jr., Vida Depois da Vida, A Luz que Vem do Além (Butterfly), Investigando Vidas Passadas (Cultrix), Reencontros (Nova Era); Kenneth Ring, Lições da Luz (Summus) e Rumo ao Ponto Ômega (Rocco); site da International Association for Near Death Studies: www.iands.org.

Na sessão seguinte, depois de chorar muito, secou as lágrimas e disse: "Maledeto! ele nem me amava. Por que estou chorando por ele?"

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M. me olhou por trás dos óculos que se sustentavam na máscara costurada por ela mesma e falou: "Não, ele não vai mais voltar, e isso deveria ser bom, mas e se ele quiser se vingar de mim?".

Lembrei da poesia O corvo, de Edgar Allan Poe, e aqui faço uma paráfrase de cabeça. E com licença poética, rememorei o poema a partir da fala de M.:

O que é a catalepsia?

Significado de Cataléptico substantivo masculino Indivíduo que sofre de catalepsia: o cataléptico deverá ser tratado imediatamente. Etimologia (origem da palavra cataléptico). Do grego kataleptokós.

É possível uma pessoa ser enterrada viva?

Enterro prematuro, enterro vivo ou funeral vivo significa ser enterrado ainda vivo. Isso pode acontecer intencionalmente como uma forma de tortura, assassínio ou método de execução, mas também pode acontecer com o consentimento da vítima com o objetivo de escapar ou como forma de suicídio.

Qual Estado brasileiro tem a maior taxa de mortalidade infantil?

Amapá

Qual o país com maior taxa de mortalidade infantil?

Haiti

Em que continente A mortalidade infantil é o número de crianças abaixo do peso é maior?

A África Subsaariana é a região com as maiores taxas de mortalidade infantil do mundo. Em 2017, cerca de 76 crianças de até 5 anos morreram, para cada mil crianças nascidas vivas. Isso significa que 1 em cada 13 crianças morre antes dos 5 anos de idade naquela região da África.

Qual é a taxa de mortalidade do mundo?

A taxa bruta de mortalidade no mundo, de acordo com o “CIA World Factbook”, é de 8,24 por 1000 pessoas ao ano.