> MUSEUS NO PELOURINHO
Nas cidades, ficava difícil, mas possível, comprar a alforria. Nas fazendas de café ou nos canaviais, contudo, era mais raro. Os engenhos de açúcar impunham uma rotina brutal. Durante a safra, eles funcionavam por até 20 horas por dia, com 80 a 100 pessoas na lida, a maioria homens africanos.
Segundo o guia turístico, as cerca de 40 charqueadas, que existem até hoje na cidade, empregavam centenas de escravos na produção e no transporte da carne salgada. ... Aqui viviam as escravas e os filhos mais novos. Estes escravos geralmente trabalhavam no interior do casarão, servindo os donos da propriedade.
Os escravos praticamente sempre dormiam em palha ou em chão duro de terra batida. Os homens viviam separados das mulheres e das crianças. ... Muitas vezes, os escravos eram acorrentados dentro das senzalas para se evitar as fugas. Costumavam ser rústicas, abafadas (possuíam poucas janelas) e desconfortáveis.
Os primeiros escravos africanos chegaram ao Brasil em meados do século 16. Os negros trazidos da África foram destinados a trabalhos como a agromanufatura açucareira no Nordeste e à extração de metais preciosos em Minas Gerais. A libertação total dos escravos só aconteceu em 1888, com a promulgação da Lei Áurea.
Os locais no Brasil que mais receberam escravos foram Rio de Janeiro, Recife e Salvador. O tráfico negreiro só foi proibido no Brasil em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queirós. Estima-se que o Brasil recebeu de 3,5 milhões a 5 milhões de africanos escravizados.
Entre fezes e temperaturas de até 55 ºC, comia-se apenas milho e bebia-se só meio litro de água por dia. O navio negreiro – ou “tumbeiro” – foi o tipo de cargueiro usado para trazer mais de 11 milhões de africanos para serem escravizados na América.