Quando Surgiu A Terapia?

Quando surgiu a terapia

O presente artigo pretende trabalhar com o conceito de clínica psicológica e tenta definir esse campo de atuação do psicólogo através de uma análise histórica do surgimento dessa prática e de uma reflexão sobre os limites do modelo de clínica como prática individual de consultório, em contraposição a um modelo de clínica chamada social, que sustenta novas atuações no campo da Psicologia, no Brasil. Assim, iremos, primeiramente, buscar as origens etimológicas, históricas e reflexivas do termo clínica. Em seguida, pretendemos refletir sobre as articulações entre a Psicologia e o individualismo moderno, e, ainda, sobre os limites da clínica entendida como prática liberal, privada e individualizante. Por fim, defenderemos, para além da cisão entre clínica e política, presente no modelo tradicional, uma definição de clínica social como prática ética e política das intervenções, comprometida com a promoção da saúde e engajada na realidade social brasileira.

Psicanálise e psicologia científica

O contato com os participantes foi feito a partir do cadastro de e-mail dos pesquisadores, bem como de associações, cursos de especialização, entre outros. Os participantes foram também solicitados a repassar o questionário para os seus colegas, de modo a se obter uma divulgação o mais ampla possível.

Em maio de 1920 Lazell descreveu, na Washington Society for Nervous and Mental Disease, o método de grupo que vinha empregando em esquizofrênicos internados. Adotava o sistema de aula e discutia assuntos diversos (medo de morte, conflito, amor-próprio, sentimentos de inferioridade, homossexualidade, alucinações, delírios, fantasias e outros) numa abordagem psicanalítica. Entre as diversas vantagens desta forma de trabalho, ressaltou que determinados pacientes, que se apresentavam calados e aparentemente inacessíveis, prestavam atenção, retinham o material da reunião, desenvolviam rápida adaptação e solicitavam, posteriormente, assistência individual. Muitos participavam das discussões e procuravam encontrar soluções para seus problemas, reconheciam que outros se encontravam na mesma condição e, conseqüentemente, seu estado não deveria ser tão grave como imaginavam. Após as aulas, mantinham diálogo sobre o assunto, o que contribuía para uma melhor interação. Concluiu que o método de grupo, conduzido por psicoterapeutas competentes, adotando abordagem psicanalítica, proporcionaria um grande avanço em relação aos tratamentos existentes(8).

Existencialismo, humanismo e terapia sistêmica

Existencialismo, humanismo e terapia sistêmica

Esses estudos são apontados aqui apenas para ilustrar que o conceito de eventos privados ainda não é um consenso na Análise do Comportamento. Maiores discussões ainda são necessárias, não apenas relacionadas ao conceito, mas também ainda é preciso propor e testar formas de ação do terapeuta frente a autodescrições de eventos privados, com o objetivo de desenvolver modelos clínicos comportamentais de eficácia empiricamente comprovada. Esses programas de pesquisa devem contribuir para um avanço da terapia analíticocomportamental e, de acordo com nossa visão, também contribuirá para o avanço da terapia cognitivo-comportamental.

Em 1996 o grupo de construtivistas que incluía: Cristiano Nabuco de Abreu, Rafael Cangelli Filho, Ricardo Franklin Ferreira, entre outros, fundou a Associação Brasileira de Terapias Cognitivas Construtivistas (ABTCC) a qual veio a se fundir, um ano depois, com a Sociedade Brasileira de Terapias Cognitivas (SBTC) (C.N. de Abreu, comunicação pessoal em 1 de agosto de 2006), sendo esta referida mais adiante. A SBTC teve sua diretoria em São Paulo na gestão 1999/2001, sendo Francisco Lotufo Neto o então presidente e agora retorna na gestão 2007/2009, com Cristiano Nabuco de Abreu na presidência1.

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De acordo com Kazdin (1978), a partir da década de 60, a maior experiência dos terapeutas comportamentais com o contexto clínico levou-os a se preocupar com temas comuns às psicoterapias tradicionais, tais como: a relação terapeuta-cliente, a queixa relatada pelo cliente (ao invés da abordagem direta e restrita aos problemas comportamentais identifi-cados pelo terapeuta), aceitação de evidências clínicas (não experimentais) e a valorização dos eventos privados.

Com referência à escolha dos modelos teóricos que embasam a prática atual dos profissionais, 24% seguem o modelo A; 17% o modelo B e 8% o modelo C. A combinação de modelos foi também apontada pelos participantes. Assim é que 36% dos profissionais declararam utilizar em suas práticas a combinação dos modelos A e B; 8% os modelos A e C combinados; 1% os modelos B e C combinados e 3% os modelos A, B e C combinados. Finalmente, 2% dos participantes não se identificaram com nenhum dos modelos citados. A Tabela 1 apresenta os dados globais do questionário.

Para Freud (1905 [1904]), a técnica da sugestão não possibilita a sustentação da posição de cura, pois oculta o entendimento do jogo de forças psíquicas e não permite identificar a resistência. A cura alcançada após o enfrentamento da resistência permanece, ao desvendar o jogo das forças psíquicas implicadas no processo de adoecimento. Nesse sentido, Freud subverte a lógica do tratamento médico, pois, para ele, a resistência é fundamental no processo de cura.

Ficou com alguma dúvida?

Ficou com alguma dúvida?

Com base na revisão acima, verifica-se que o movimento das terapias cognitivas no Brasil percorreu trajetória semelhante ao que se iniciou no mundo, a partir de insatisfações com as limitações do modelo estritamente comportamental, em São Paulo e no Rio de Janeiro. As vertentes construtivista e cognitivo-comportamental parecem ter sido mais predominantes em São Paulo, enquanto no Rio de Janeiro os modelos de escolha foram os de reestruturação cognitiva e cognitivo-comportamental. No Rio Grande do Sul, um reduto psicanalítico (Rangé & Guilhardi, 1995), o movimento parece já haver surgido, em sua maioria, dos modelos de reestruturação cognitiva e cognitivo-comportamental.

Ainda de acordo com Kazdin (1978), coube a Lazarus & Abramovitz10 a ampliação do uso terapêutico da imaginação na terapia comportamental, ao utilizá-la de forma inédita na dessensibilização com crianças, substituindo o relaxamento pela imaginação de imagens positivas, supostamente funcionando como a resposta de inibição da ansiedade. Sua hipótese era de que tais imagens poderiam evocar sentimentos positivos que, por sua vez, inibiriam a ansiedade.

Indicadores

A quantidade de terapeutas que recebeu mais de uma modalidade de treinamento mostrou-se maior em relação aos grupos que escolheram as combinações A e B (58%); A, B e C (67%), assim como B e C (100%). Assim, parece que a maior quantidade ou variedade na modalidade de treinamento recebido pode estar relacionada à escolha de mais de um modelo de orientação clínica. Entretanto, essa constatação não é confirmada entre os participantes que escolheram o modelo A e C, cujo percentual de variedade de treinamento foi baixo (25%) em relação aos acima citados.   

Apesar da evolução da terapia comportamental com a aplicação clínica dos princípios operantes, a ênfase numa intervenção direta nas contingências de reforçamento parece ter contribuído para um desinteresse dos terapeutas comportamentais para o desenvolvimento de uma abordagem clínica dos eventos privados. Além disso, algumas afirmações de Skinner pareciam conferir um valor secundário à investigação clínica dos eventos privados:

This study aims to offer a historical overview of the emergence and evolution of group psychotherapy, tracing its roots, main models and theoretical bases. Its origin goes back to the beginning of the past century (1905), after which it evolved for five decades: the formative years. Further on, during the 50's and 60's, group psychotherapy went through a period of theoretical expansion, followed by a period of consolidation in the 70's, and maturation in the 80's and 90's. Finally, the study examines its recent evolution, highlighting the construction of new models. In the last few years, several treatment techniques have been developed to attend specific patient populations, with a variety of medical and psychosocial conditions, which suggests an increasing tendency towards a greater specificity of its application.

Serviços Personalizados

IIPsicólogo, Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, e-mail: [email protected]

O próprio Skinner desenvolveu um bom número de técnicas baseadas no condicionamento operante, principalmente reforço. Wolpe criou a dessensibilização sistemática, o antecedente da terapia de exposição moderna, enquanto Eysenck compilou as evidências disponíveis sobre a falta de eficácia da psicanálise como tratamento.

Verificou-se neste estudo uma expressiva quantidade de profissionais menos experientes (até 05 anos), que corresponde a 51% da amostra. Em comparação com os participantes de experiência média (mais de cinco até 10 anos), que constituem 18% do total de profissionais, estima-se que a quantidade de terapeutas cognitivos aumentou em mais de 100% nos últimos cinco anos. Observa-se também uma quantidade ainda pequena de profissionais que atuam em hospitais (30% do total da amostra).         

Quando surgiu a terapia cognitiva comportamental?

A Terapia Cognitivo Comportamental surgiu no início dos anos 60, através do psiquiatra Arron T. Beck, por meio de pesquisas com pacientes deprimidos.

Quando surgiu a psicologia comportamental?

Essa área da psicologia surgiu nos Estados Unidos, como uma forma de tentar tratar pacientes deprimidos. A técnica, que começa com uma avaliação e depois o psicólogo decide uma média de sessões para o tratamento daquele paciente, é diferente por isso: tem uma data para começar e acabar.

Como os behavioristas definem o comportamento?

O Behaviorismo, também chamado de Comportamentismo ou Comportamentalismo, tem como objeto de estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento.

Como é definida a aprendizagem para o behaviorismo?

RESUMO A aprendizagem pode ser explicada sob várias ênfases teóricas, entre elas, o Behaviorismo. Esta ênfase teórica considera que a aprendizagem é o processo de mudança de conduta do organismo em função de suas interação com o meio. ... Portanto, para esta teoria, é possível falar de comportamentos perceptivos.

Quais são as principais teorias de interpretação da aprendizagem?

Para estruturar a enquete, destacamos as seguintes teorias de aprendizagem, a saber: Comportamentalista, Construtivista, Sociointeracionista, Racionalista e Aprendizagem Significativa.