Imagem de César Wegler Filho César por Pixabay
Proteger a biodiversidade da extinção em um país de dimensões continentais é uma tarefa proporcional ao tamanho de seu território. Com natureza exuberante, o Brasil reúne grande diversidade de ambientes e espécimes de plantas, sendo que grande quantidade delas também está sob ameaça.
Os espanhóis foram os primeiros a comercializar a swietentia macrophylla durante o século XVI. Irremediavelmente, a população de árvores na América Central e do Sul diminuiu gradualmente ao longo dos séculos.
A exploração madeireira, o garimpo, o desmatamento, a expansão das fronteiras agropecuárias e as mudanças climáticas têm eliminado, quase por completo, a presença de diversas espécies de árvores, principalmente aquelas cuja madeira tem alto valor comercial. No Brasil, várias delas encontram-se em extinção. Confira:
Outras espécies de árvores ameaçadas de extinção no Brasil são a castanheira, o jequitibá, a andiroba e a araucária. Mas até mesmo plantas vistas nos quintais de casa podem estar entre as ameaçadas. Um exemplo disso é o xaxim ou samambaiaçu, muito cultivado nos jardins para abrigar as samambaias e sua extração é proibida em todo o país.
Quando questionada, a assessoria de imprensa do IBGE respondeu que “a pesquisa agrícola realizada pelo IBGE é toda baseada em entrevistas com produtores, cooperativas e comissões locais, regionais e estaduais de monitoramento de produção. Seguimos recomendações internacionais para esse tipo de pesquisa, da mesma forma que os principais institutos estatísticos oficiais do mundo.”
É importante se informar sobre a melhor árvore a plantar em casa ou na calçada, não só por conta da fiação de rua, como também porque as espécies exóticas ao local podem ser prejudiciais. "Uma espécie que não seja local interfere em todo o ecossistema, no solo e na alimentação dos animais, por isso é melhor evitar esse tipo de plantio", afirma Sabrina.
Existem também arbustos e algumas espécies de bromélias raras que entram na lista. O caso da arnica-brasileira ou candeia, como é chamada por aqui, é um deles. A planta está ameaçada porque é considerada erva daninha. A planta inibe a germinação de outras espécies a sua volta e por essa razão é muito extraída de seu ambiente natural. Essa planta também possui propriedades fitoterápicas, assim como a arnica europeia e norte-americana.
Espécimes de grande diâmetro tornaram-se extremamente raros devido à superexploração desta árvore. Hoje em dia, o abate é feito após trinta anos de crescimento, o que significa que operamos tambores de pequeno diâmetro.
Dados apresentados no Livro Vermelho da Flora Brasileira, publicado em 2013, apontam que diversas espécies nacionais estão ameaçadas de extinção. A publicação, que é de autoria do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), reúne vegetais de diferentes biomas, que são categorizados a partir da classificação “pouco preocupante ou seguro” até o nível completamente "extinto".
A madeira de Pernambuco, ou caesalpinia echinata, está ameaçada por três razões: de um lado, a floresta amazônica está desmoronando devido ao desmatamento e essa madeira cresce apenas em áreas costeiras; por outro lado, porque é uma matéria prima valiosa; e finalmente porque, devido à sua densidade excepcional (o dobro da do carvalho), seu crescimento é muito lento. Nosso mundo aprecia ganhos de capital financeiro, mas odeia a lentidão.
Craig Hilton-Taylor, que coordena a Lista Vermelha da IUCN, diz: “estamos trabalhando com o Centro Nacional de Conservação da Flora [ligado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que por sua vez está ligado ao MMA] no Brasil, eles coordenam o processo da lista vermelha da flora nacional e também são a autoridade brasileira reconhecida pela IUCN para incluir espécies nacionais na Lista Vermelha. Então no próximo ano, mais ou menos, esperamos ter todas as árvores brasileiras que foram averiguadas incluídas na Lista Vermelha da IUCN. O primeiro grupo dessas árvores será publicado na Lista Vermelha da IUCN em julho.”
A equipe de pesquisa, formada por biólogos, analisou os relatórios de DOF que cobriam milhões de registros, e então cruzou os dados com a lista federal de espécies ameaçadas.
Os autores do estudo também observam que “alguns táxons [espécies] estão registrados no sistema DOF apenas no nível do gênero, por exemplo: Apuleia spp, Hymenolobium spp, e Hymenaea spp. Como as espécies ameaçadas pertencem a esses gêneros, as agências reguladoras deveriam exigir identificação no nível da espécie. Nossos dados revelam que as agências ambientais estão usando nomes científicos sinônimos de espécies ameaçadas, muitas das quais são bastante comercializadas (…). Isso é particularmente importante, uma vez que espécies ameaçadas como Mezilaurus itauba e Cedrela fissilisa (…) são transportadas com o mesmo nome das espécies não ameaçadas Silvia itauba, Cedrela brasiliensis e Couratari glabra (…). A atualização da nomenclatura das espécies as protegeria desse tipo de comercialização ilícita de espécies ameaçadas sob outros nomes.”
As árvores ajudam a apoiar o ecossistema natural e são consideradas essenciais para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas. A extinção de uma única espécie de árvore poderia causar a perda de muitas outras.
Já o palmito-juçara, originário da mata atlântica, quase desapareceu em razão de seu interesse comercial. Extrair o palmito leva toda a palmeira à morte e são necessários até 12 anos para que a palmeira atinja o período de extração. Alternativas ao palmito-juçara são as espécies de palmito provenientes da pupunha e o do açaí, mesma palmeira da qual é extraída o fruto amazônico.
Apesar da proteção internacional (CITES), a árvore ainda é e sempre será saqueado dramaticamente, pelo visto. O nível de extração ilegal de madeira e a falta de controle sobre seu comércio internacional estão levando a espécie à extinção.
A primeira iniciativa para quem quer contribuir na preservação dessas espécies é não comprar móveis feitos de madeira extraída dessas árvores. "Nas lojas, é preciso pedir a certificação da madeira para o vendedor. Ele é obrigado a fornecer. Se não tiver, não compre, pois não é possível saber a origem, que provavelmente é de desmatamento", explica a bióloga Sabrina Pulido Carmona, do Parque Escola Santo André, na região do ABC de São Paulo.
Um total de 38 espécies da lista oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção foram comercializadas de forma legal entre 2012 e 2016, de acordo com um estudo conduzido por cientistas da Universidade Federal Fluminense e do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. As espécies incluídas na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) têm sua exploração proibida, exceto em casos raros, como para pesquisa científica.