Apesar de muitos pensarem que sim, as vacas não dão leite sozinhas. Da mesma forma que os humanos, as vacas precisam ficar grávidas para que suas tetas passem a dar leite. Entenda neste artigo como isso é feito.
A Índia tem o maior número de vacas-leiteiras – quase 60 milhões. A União Europeia tem o segundo maior número, depois vem o Brasil e os Estados Unidos.
As fêmeas recém-nascidas são levadas e isoladas dentro de um pequeno cercado. Incapazes de acariciar suas mães ou encontrar conforto em um rebanho, elas ficam sozinhas, muitas vezes acorrentadas, e podem apenas levantar ou deitar até que tenham idade suficiente para serem fecundadas e ordenhadas.
A pecuária leiteira é cruel porque as vacas sofrem fisicamente. Além da claudicação, há uma alta incidência de mastite clínica – uma infecção dolorosa das mamas geralmente causada por bactérias transmitidas durante o processo de ordenha ou pela vida em ambientes imundos. A mastite é sem dúvida dolorosa, mas todos os dias esses mesmos úberes infectados são inseridos em máquinas para que o leite seja extraído deles.
O que está acontecendo? Por que há tantas vacas e tanto leite quando tão poucas pessoas podem digeri-lo? A resposta pode ser encontrada nas expressões “vaca-leiteira” e “ouro branco”. É isso mesmo. O marketing para vender leite para as pessoas é agressivo, mesmo que isso as deixe doentes, porque há quem ganhe dinheiro com isso.
Os machos obviamente não podem produzir leite e, como são da raça errada para ganhar músculo rápido e produzir carne bovina, os pecuaristas não desperdiçam ração com eles. Em vez disso, eles podem ser criados para virar carne de vitela, sendo acorrentados dentro de cercados e mantidos permanentemente fracos para que sua carne fique clara e macia. Ou podem levar um tiro na cabeça no primeiro dia de vida.
As vacas engravidam geralmente por inseminação artificial, e não por cruzamento direto com um touro. Isso é feito devido à maior facilidade de lidar com os cruzamentos, uma vez que os touros são agressivos e teriam muitas fêmeas para cruzar ao mesmo tempo.
A industrialização das fazendas leiteiras significa que esses animais que naturalmente pastavam não pastam mais da mesma forma que fariam na natureza. Em vez disso, recebem alimentos fabricados e processados que são levados até eles. Essa ração contém soja, grande parte dela cultivada em terras desmatadas, incluindo da Amazônia. Ao todo, 80% da safra de soja do mundo é usada para alimentar animais criados em fazendas, tornando a pecuária um dos principais impulsionadores do desmatamento e da dizimação da vida selvagem.
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Como sabemos, as vacas produzem leite apenas quando estão grávidas, pois o leite materno é destinado aos bebês. Cada dia sem gestação é um dia de perda de produção, por isso a quantidade de vezes que uma vaca engravida não é deixada ao ritmo da natureza. As vacas são inseminadas artificialmente, o que envolve uma mão humana entrando no ânus da vaca para manipular o colo do útero, enquanto a outra mão insere um tubo de sêmen em sua vagina. De repente, o leite não parece tão bom, não é?
A indústria dos laticínios está entre as mais impiedosas do planeta. Os animais são explorados por suas capacidades reprodutivas e seus filhotes são simplesmente descartados. É uma indústria que destrói o meio ambiente, causa imenso sofrimento a seres gentis, sencientes e deixa as pessoas doentes.
Embora a Índia tenha o maior número de vacas, a União Europeia produz coletivamente o dobro de leite. Os Estados Unidos vêm em segundo lugar, com pouco menos de 100 milhões de toneladas métricas de leite produzidas a cada ano. O Brasil fica na 5º posição com 24 milhões de toneladas métricas anuais.
Além de tudo isso, quando produzimos leite, estamos desperdiçando de forma imprudente terra, água, comida e tempo dos agricultores. Esses recursos vitais não seriam mais bem utilizados na produção de alimentos nutritivos à base de plantas, sustentáveis e essenciais para uma melhor saúde das pessoas?
Bem alimentadas, as vacas produzem leite e carne nutritivos e deliciosos. Além disso, as fezes delas são ricas em matéria orgânica e inorgânica, e, por isso, servem como excelentes fertilizantes para a plantação.
Quando os bebês nascem, eles são retirados de suas mães para que não bebam o leite que deveria ser para eles. As vacas demonstram extremo sofrimento com essa separação, muitas vezes berrando de tristeza como qualquer mãe faria. Sabe-se que as vacas escapam das fazendas e caminham quilômetros em busca de seus bezerros, tamanha é a força de sua determinação e amor. Agora pense um pouco nos próprios bezerros. Os recém-nascidos precisam de suas mães, no entanto, são levados à força para serem mortos ou isolados. Suas mães só podem olhar e gritar para que essa situação pare, mas isso acontecerá repetidamente, porque essa é a única maneira de manter a produção contínua de leite.
Os dois primeiros estômagos da vaca são chamados de "rúmen" e de "retículo", e contêm uma imensa quantidade de bactérias, de protozoários e de fungos que lhe ajudam na digestão.